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quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Band on the Run - Paul McCartney's Archives


Recebi hoje a versão importada e limitada de luxo do Band on the Run. A edição vem como se fosse um livro grande. Tem 3 cds ( um remasterizado, outro só com bônus e o terceiro com entrevistas) e 1 dvd. 
O dvd vem com milhares de fotos, imagens da época, em Lagos, e um documentário chamado 'One Hand Clapping', rodado tb na época e vários clips, Band on the Run, Mamunia, etc..


O melhor de tudo é que esses 'arquivos' foram supervisionados pelo próprio Paul, e já consta na programação os próximos lançamentos nesse formato: os álbuns 'McCartney', 'Ram' e 'McCartney II'.
Enfim é coisa muito fina, e recomendo para os fãs ávidos por novidades neste Natal!

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Come Taste The Band!!


Em 1975, eu engatinhava nos meus primeiros álbuns de rock pesado! Ouvia sempre falar dessa banda chamada Deep Purple, mas conhecia pouco deles.
Sabia que eles tinham tido um vocalista que havia feito o vocal de Jesus na ópera-rock Jesus Christ Superstar. Seu nome era Ian Gillan. Também havia nesta formação mais antiga, um grande guitarrista, sem dúvida um dos maiores do rock, o famoso Ritchie Blackmore, além do baixista Roger Glover.
Esse time de que também fazia parte, Ian Paice na bateria e Jon Lord nos teclados, seria a formação clássica da banda.  


Agora tenho em mãos a edição de 35 anos do álbum 'Come Taste the Band', o primeiro que ouvi deles no final de 75. Este trabalho foi o último durante muito tempo do Deep Purple, pois a banda acabou no início de 1976.
Só ficaram no Deep para este álbum o baterista Paice e o tecladista Lord.
Os novos membros incluíam o baixista Glenn Hughes, o talentoso vocalista David Coverdale, que mais tarde arrasaria no Whitesnake e o recém-chegado guitarrista e vocalista Tommy Bolin.
Bolin era um jovem virtuoso da guitarra, e sua carreira prometia muito, mas foi abreviada ao final de 1976, após uma overdose de heroína, depois de ele abrir um show para Jeff Beck.


Para sermos sinceros este não é um dos melhores trabalhos da banda. Ficou a sensação que eles estavam ainda engrenando como conjunto. O tempo poderia mostrar onde eles poderiam chegar.
Para matar a saudade vou escutar hoje com aquele tesão de um guri de 16 anos as seguintes pauladas: 'Comin' Home', 'Lady Luck', 'Dealer' e 'I Need Love'.


Deguste a banda.... Cheers!!

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Perdemos!!


Não adianta reclamar! Jogamos melhor, perdemos pelo menos 3 gols no primeiro tempo e no mínimo mais dois no segundo!
Fica aqui o registro da enorme participação da torcida!!! A torcida do Inter sempre foi participativa, mas nunca extrapolou! Enfim, é uma torcida popular e ao mesmo tempo elitizada! Sabemos perder... e não nos damos ao trabalho de 'secar' ninguém!
Até o ano que vem, com mais uma Libertadores!!!


E a nossa torcida ainda por cima é bonita.... hahaha!!!

Martha My Dear!

 
Quando Paul McCartney compôs a canção 'Martha My Dear' e a lançou no famoso 'White Album' dos Beatles, muitos imaginaram que a canção era para sua cadela Old English Sheepdog que também se chamava Martha. Na verdade era sobre uma mulher!
 
 
Aí tem gente achando que foi pra Jane Asher com quem ele estava rompendo, outros acham que já foi pra Linda, com quem ele estava começando o relacionamento... Enfim, uma grande canção, com um belo e difícil piano tocado por Paul.
Paul foi o único Beatle a tocar na música.
Ele toca: piano, baixo, guitarra, bateria e palmas, além do vocal dobrado.
Existem mais 4 violinos, 3 violas, 3 celos, 3 trumpetes, 1 trombone, 1 tuba, 1 'flugelhorn' e 1 French horn.
Ela foi gravada no Trident Studios. Além da produção de George Martin, Barry Sheffield serviu de engenheiro de som.
O 'White Album' foi lançado em 22/11/68 na Inglaterra,e 25/11 nos EUA.

 
Falando um pouco mais da Martha 'the dog', ela foi o 1° animal de estimação de Paul. Ele a adquiriu de uma criadora chamada Ann Davis de High Wycombe quando se mudou para a Cavendish Avenue.
Martha era muito grande para sua raça, e estava sempre com os olhos tapados pela enorme pelagem que lhe caía na cabeça. Isto fazia com que ela andasse pela casa se batendo em todos os móveis.
Martha nasceu em 1966 e morreu com 15 anos em agosto de 1981 na fazenda de Paul na Escócia!
 
 

sábado, 11 de dezembro de 2010

Crossroads Guitar Festival 2010


Aconteceu pela 3ª vez o Crossroads Festival patrocinado por Eric Clapton em benefício de sua fundação para ex-viciados em drogas e álcool.


O time presente, como sempre, é pra blueseiro nenhum botar defeito.
O evento foi realizado em 26 de junho em Chicago, e contou com as participações de gente como Buddy Guy, B.B. King, Keb Mo, James Burton, Jeff Beck, Steve Winwood, Albert Lee, Sheryl Crow, Ron Wood, Derek Trucks, John Mayer, Johnny Lang e Doyle Bramhall II entre outros gênios do blues. São mais de 4 horas e meia de som....


As honras da casa foram feitas por Bill Murray como no evento de 2007 ( o festival acontece a cada 3 anos), e claro, por Clapton!
Recebi hoje o dvd duplo importado, estou comentando agora enquanto ouço 'I Shot the Sheriff' já no final... Sem mais tempo pra falar nada!!!
See you soon!!

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Os Stones Exilados


              
Em 1971/72, os Stones estavam num mato sem cachorro: sem grana e sem pátria. Detalhes a seguir.


No final dos anos 60, depois de toda uma década repleta de sucesso, inacreditavelmente  os Rolling Stones estavam quebrados.

Após um começo hesitante, em 1963, os carinhas foram pegando o jeito em mega-hits como ‘(I Can’t Get No) Satisfaction’ e álbuns marcantes da estatura de ‘Aftermath’, ‘Beggar’s Banquet’ e ‘Let It Bleed’.
Era de se esperar que estivessem no mínimo ricos!
Infelizmente, seu empresário era ninguém menos que Allen Klein, aquele mesmo que tempos depois deixaria sua marca nefasta nas finanças dos Beatles.
Klein, simplesmente ao final de seu contrato com os Stones, ganhou o direito sobre todas as canções da banda até então, que passaram a ser publicadas pela sua companhia, a famigerada ‘ABKCO Records’.
 Mick Jagger e seus companheiros tiveram que abrir mão de seu catálogo de sucessos para se livrarem do esperto empresário.
Para complicar mais a situação, o fisco britânico cobrava taxas astronômicas sobre os ganhos da banda, fazendo com que dentro de pouco tempo, nossos heróis fossem obrigados a deixar o país ou ficariam devendo dinheiro para a Rainha!

Musicalmente, já a partir de 1968 houvera uma mudança de direção da banda. O produtor de longa data, Andrew Loog Oldham fora dispensado após vários atritos com Mick e Keith. O escolhido para substituí-lo, Jimmy Miller, trouxe uma nova energia criativa para os rapazes, energia esta que já se fez presente em ‘Beggar’s Banquet’.


Ao mesmo tempo que Miller dava novo ânimo à banda, um dos fundadores do grupo, o guitarrista Brian Jones, encontrava-se submergido em problemas emocionais, sentimentais e físicos.
 Sua namorada, a atriz italiana Anita Pallenberg, havia acabado de trocá-lo pelo seu companheiro de banda, Keith Richards, durante uma viagem ao Marrocos em que Jones ficara hospitalizado.
Além disso, Brian também sofria com sua dependência de drogas e álcool, e, como conseqüência disto, suas várias prisões e hospitalizações.
Chegou um momento durante as gravações do álbum ‘Let It Bleed’ em que Brian acabou se tornando uma figura decorativa no estúdio, isto quando comparecia aos compromissos.
Não houve outro jeito. Brian Jones foi afastado da banda, devido a sua incapacidade de tocar e de se relacionar com seus colegas.
Não houve tempo para reflexões sobre a saída de Jones da banda. Menos de um mês após sua demissão ele foi afogado pelo seu mestre de obras na piscina de sua mansão perto de Londres.


O escolhido para substituir o Stone que partiu mais cedo foi o menino-prodígio da guitarra, Mick Taylor, egresso do John Mayall’s Bluesbreakers.
Taylor tinha um estilo bem diferente de seu antecessor.
Se Brian era aquele músico que poderia tocar qualquer instrumento, da cítara ao tambor, da gaita de boca ao saxofone, Taylor concentrava todo o seu talento na guitarra solo. Foram dele alguns dos mais belos solos de guitarra durante o período de cinco anos em que acompanhou os Stones, e que provavelmente nunca serão igualados.
Por outro lado, Taylor era um rapaz tímido, sendo facilmente ofuscado por Jagger e Richards na banda, ficando relegado a um papel secundário de coadjuvante de luxo.


Com esta nova formação, os caras enfrentam os estúdios em 1970, e saem dele com um produto enxuto que abriria a porta dos anos 70 para a banda.
‘Sticky Fingers’, lançado em 71, era o primeiro disco pelo selo ‘Rolling Stones Records’ (selo imortalizado por uma boca com a língua para fora) . 


Agora, finalmente livre de Allen Klein, os Stones se sentiam renovados, e isto se refletiu no álbum. Com o som se tornando mais denso, e motivados pelo virtuoso Taylor, - que dirigia solos intermináveis de guitarra - , todos deram o máximo de si neste produto que atingiu o mercado como uma bomba.

Veio então o exílio!
Keith Richards, sabia que não havia opções. Os Stones teriam que ir embora de seu país ou toda a carreira da banda até ali não teria valido nada. Neste mesmo momento conturbado, Mick Jagger se apaixona pela modelo nicaragüense Bianca Perez Macias.
Houve uma comoção no Reino Unido. Os filhos rejeitados estavam deixando o seu lar, e Jagger iria casar com uma estrangeira. Após algumas gravações em ‘Stargroves’, casa de campo de  Jagger, nos arredores de Londres, os Stones partiram.


Richards, o mais à vontade naquela situação, logo escolheu o sul da França para se instalar, levando consigo sua mulher Anita e o filho Marlon, de 3 anos.
Ele alugou uma mansão enorme, mais parecida com um palácio, tendo inclusive um píer nos fundos da casa onde Keith poderia dar seus passeios de iate.

 Nellcôte, o nome do lugar, já havia sido palco para diversos acontecimentos grandiosos, e inclusive, segundo a lenda, foi um QG de oficiais nazistas na segunda guerra mundial, o que não parecia absurdo visto ás suásticas desenhadas nas paredes do porão da casa.
Mas nada se compararia ao glamour de ser residência de um Rolling Stone de verdade!


Os outros Stones se espalharam pelos lugarejos do sul, enquanto Mick Jagger se hospedava com Bianca, grávida, em Paris.
Determinados a recuperar o terreno perdido, o séquito da banda, começou a procurar estúdios de gravação. Nada feito! Não havia nenhum lugar com o mínimo de condições para as gravações.
Como último recurso, de modo que não precisassem mudar-se para outro país novamente, Keith começou os ensaios em sua própria mansão.


O mais complicado foi a logística. Taylor e o baixista Bill Wyman estavam hospedados a poucos minutos de Nellcôte, mas Charlie Watts estava numa cidade à duas horas de distância e Jagger precisava alugar um jatinho em Paris para participar das sessões.
Assim que puderam, os caras mandaram vir de Londres seu estúdio móvel de gravação: um caminhão-trailer gigante, que foi estacionado no jardim e conectado por enormes cabos ao ‘estúdio de gravação’: os porões da mansão!


Nestas precárias condições, ensaiando e gravando em um porão sujo, úmido e mal iluminado, com um calor insuportável, é impressionante constatarmos como eles conseguiram registrar música de qualidade.
As sessões eram aleatórias. Num certo momento durante a tarde Keith acordaria e iria almoçar. Logo o produtor Jimmy Miller se reuniria a ele e ambos desceriam ao porão para começar os ensaios. Bill e Mick Taylor também apareceriam já no final da tarde e o processo se intensificaria.
Para finalizar uma canção, eles eram obrigados a esperar que Jagger se fizesse presente, o que era uma incógnita, sempre.

Além dos convidados para tocar no álbum, como o pianista Nicky Hopkins, o trumpetista Jim Price e do velho amigo Bobby Keys, outros convidados-surpresa apareceram.
Certamente o mais notório deles acabou sendo Gram Parsons e sua esposa Gretchen.
Parsons, o gênio do country-rock, que tinha deixado sua banda, os ‘Flying Burrito Brothers’,  tornou-se um hóspede semi-permanente na mansão de Nellcôte. Amigo de Keith já há alguns anos, os dois varavam a noite tocando música country após começarem a dedilhar os violões cedo da tarde. Alguns juram inclusive que Gram Parsons participou das gravações oficiais, tendo deixado sua marca nos vocais de apoio em ‘Sweet Virginia’, o petardo country do disco.

Havia, claro, excessos de ambos. Numa noite particularmente azarada, ambos não notaram quando um grupo – conhecidos traficantes do lugar -  invadiu a casa e apossou-se de vários instrumentos musicais, saindo sem pagar ou ser notados.

Outro ‘invasor’ – este ao menos amigo - foi Stephen Stills, do grupo ‘Crosby, Stills & Nash’, que também protagonizou noitadas históricas no lugar.
Quem não via isto com bons olhos era Mick Jagger, sempre preocupado com o lado profissional da banda.
Stills, logo seria posto no olho da rua, e, Parsons, mais tarde, também seria convidado a se retirar, para que os Stones cumprissem seus prazos contratuais com a gravadora. 


Conseguindo controlar seus excessos, Keith começou a procurar uma certa coesão entre os mais chegados ás sessões noturnas de Nellcôte, que incluíam Mick Taylor, o produtor Jimmy Miller, o saxofonista Bobby Keys e o engenheiro Andy Johns.
O baterista Charlie Watts, apesar de sempre presente não comungava dos mesmos gostos festeiros dos parceiros.
Bill Wyman ausentava-se seguidamente, devido ao ambiente pesado da mansão, obrigando Taylor e Richards a muitas vezes assumirem o baixo.
 Jagger aparecia somente para colocar os vocais em algumas canções quase acabadas e retornava a Paris para os braços de Bianca.


É surpreendente a qualidade de algumas canções que conseguiram emergir daquelas sessões sombrias. Destaca-se especialmente a música de Keith ‘Happy’, em que ele parece ter sonhado com a melodia, e ao acordar, correu para o porão, e  com a ajuda de Jimmy Miller na bateria e Bobby Keys no sax, a finalizou ali mesmo. Outra pérola destilada em Nellcôte foi ‘Shine a Light’, um trabalho em equipe da dupla Jagger-Richards.
A maioria das canções do álbum seriam começadas em Nellcôte e mais tarde finalizadas  em Los Angeles, entre elas o poderoso riff que abre o disco de ‘Rocks Off’, a estranha ‘Casino Boogie’ e a parceria de Keith e Mick com Taylor na deliciosa ‘Ventilator Blues’, que parecia ser uma homenagem ao único ventilador presente naquele porão mormacento.

O verão estava terminando. Em meados de setembro os Stones começaram a flexionar seus músculos. A barra também havia ficado muito pesada na França. Corriam boatos de uma prisão em massa dos moradores festeiros e encrenqueiros. Era hora de partir para respirar outros ares. Logo a banda viajaria para os EUA para encerrar o projeto ‘Exile on Main Street’.

Depois de mais um trabalhoso processo de finalização das gravações em Los Angeles, e das mixagens finais, finalmente os Stones conseguiram lançar o álbum em maio de 1972.
Apesar – ou talvez justamente por isso - da sua sonoridade pesada, complexa e rica em ritmos exóticos, os Rolling Stones chegaram ao nº 1 nas paradas.
Houve uma certa parcela da mídia, e dos próprios fãs da banda, que levaram muito tempo para assimilar o álbum. O resultado é que até hoje, ele é considerado um dos trabalhos mais instigantes do rock em todos os tempos.


Sem dúvida, o exílio na França contribuiu para que os Stones pudessem sobreviver como banda, e a partir desse fato alçar novos vôos, que seriam determinantes para seu domínio dos palcos mundiais até nossos dias.  

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

O Rei Lagarto Vive!!

No mesmo dia da morte de John Lennon, dia 08, nascia o Rei Lagarto, mais conhecido como James Douglas Morrison, ou simplesmente JIM! Ele completaria ou completou 67 anos! Figura carismática e inesquecível, o cara evaporou-se da face da terra no dia 03 de julho de 1971. Pode ter tido um ataque cardíaco na banheira - a única testemunha, Pam, não está mais entre nós - ou pode ter escapado para uma vida totalmente diferente nos confins da África. 
É bom saber que ele têm ainda apenas 67 anos! Se o Paul com 68 canta tudo aquilo, quem sabe o Jim... Bem, deixa pra lá...


Texto abaixo também do 'Alto & Bom Som'! Grande desenho do Paulo Chagas
 

                      
                                                             As Portas da Percepção

James Douglas Morrison nasceu na Flórida, em dezembro de 1943, filho de uma família conservadora – seu pai era almirante da marinha americana. Desde menino, Jim devorava as poesias de Rimbaud, tornando-se, ele próprio, um poeta. Seu talento para as letras o fazia preencher cadernos inteiros de poemas e seu amor pelas palavras só era rivalizado pelo seu interesse por fotografia.
Jim vai de mala e cuia para a Califórnia no início dos anos 60 e ingressa na UCLA (Universidade da Califórnia, Los Angeles), onde cursa Cinema.

Morrison se forma, mas suas poesias o levam a trilhar outro caminho. Em um encontro casual na praia de Venice, com seu ex-colega de faculdade Ray Manzarek, Jim lhe mostra alguns de seus poemas. Manzarek logo fica impressionado, principalmente com um poema chamado ‘Moonlight Drive’.
Ray Manzarek, além de se interessar por cinema, também era um tecladista à procura de uma banda. Ele sugere a Jim musicar seus poemas e indica seus amigos Robbie Krieger – guitarrista de influência flamenca – e John Densmore – apaixonado pelo jazz – para completar o conjunto.


Jim, ainda um rapaz tímido, não estava certo de que este arranjo funcionaria, mas, em ensaios diários, sente que a banda tinha uma química especial e resolve apostar suas fichas na música.
Faltava um nome para a banda, e a inspiração para Jim veio do livro “The Doors of Perception” (As Portas da Percepção), de Aldous Huxley. Segundo Morrison, eles deveriam se chamar ‘The Doors’ porque “havia o conhecido e o desconhecido, e o que separava os dois mundos, era a ‘porta’.”
Jim Morrison queria ser esta porta!

No ano de 1965, com ‘The Doors’ em ritmo forte de ensaios, Jim conhece aquela que viria a ser sua companheira até sua morte, Pamela Courson, e a usa como fonte inspiradora para várias canções.
No início de 1966, eles começam a tocar em pequenas espeluncas como o ‘London Fog’, situado a poucos metros do famoso ‘Whiskey a Go-Go’, para onde Morrison e Manzarek escapuliam nos intervalos das apresentações, quando imaginavam se um dia os ‘Doors’ seriam tão ‘cool’ quanto a banda ‘Love’,  atração underground do local.


Nestas apresentações em pequenos bares, onde o público presente não estava interessado na música, e a barra era pesadíssima, é que foi forjado o som dos “Doors’.
De elementos jazzísticos e flamencos, a banda passaria para uma influência mais evidente do blues. Foi nessa época que Morrison aprendeu realmente a cantar e a se sentir mais à vontade no palco.
Os ventos começaram a mudar na metade do ano, quando finalmente são convidados a tocar no ‘Whiskey a Go-Go’, e  Jac Holzman, dono da Elektra Records, é persuadido a ouvir a banda por amigos que diziam haver um ‘cantor maluco’ no palco.
Jac, a princípio, não ficou impressionado com o som deles, mas uma surpresa o aguardava quando tornou a vê-los uma semana depois.
Naquela noite a banda tocou a música The End – que, no início de 1966, era apenas uma simples canção romântica de despedida, mas, àquela altura já havia evoluído para conceitos edipianos com seus mais de doze minutos – que contou com uma atuação teatral de Morrison.
Ali, naquela noite, nasceu o verdadeiro ‘Rei Lagarto’, explorando todos os seus recursos vocais e com total domínio de palco a ponto de praticamente hipnotizar a platéia.


A Elektra reagiu contratando ‘The Doors’, e agora eles estavam prontos para o estúdio.
Em seus ensaios na praia de Venice, Robbie Krieger apresentou uma canção em que ele acreditava muito, chamada Light My Fire. Jim adorou a música. Com uma pequena introdução feita por Ray ao piano, estava composto o carro-chefe do primeiro álbum e um ‘single’ que iria estourar nas paradas.  
O álbum produzido por Paul Rotchild e chamado, simplesmente, “The Doors” é lançado em janeiro de 1967. Além daquelas que se tornariam clássicas The End e Light My Fire – que ficaria impagável após uma apresentação da banda no Ed Sullivan Show, quando o famoso apresentador pede a Jim para trocar a palavra ‘higher’ por outra mais sutil, mas não é atendido -, o disco iniciava com outra música inesquecível, a antológica Break on Through.
Foi um dos maiores álbuns de estréia de uma banda em todos os tempos. Jim Morrison foi catapultado a rock-star e símbolo sexual da noite para o dia, e os Doors venderam milhões de discos.
A gravadora ansiosa por mais hits, pressiona o grupo por mais um trabalho naquele ano. Assim, eles voltam ao estúdio, onde preparam o fundo musical para vários poemas de Jim. O álbum “Strange Days” é lançado em outubro, com destaque para Love Me Two Times, People Are Strange e When The Music’s Over.

A partir de então, o The Doors deixa de ser um coadjuvante da cena musical de L.A. e passa a ser mania nacional nos EUA, deflagrando turnês que ficam famosas, não apenas pela música, mas pelo comportamento extravagante de Jim.


 Morrison, de menino tímido a astro do rock em menos de dois anos, começa a sentir a pressão do sucesso. Em meio a um show em New Haven, chega a ser preso e sofre um longo processo por desacato à autoridade e obscenidade.
Nesta fase da carreira, Jim começa a pegar pesado na bebida e surgem atritos com os outros membros da banda.
Na biografia “No One Here Gets Out Alive” (‘Daqui Ninguém Sai Vivo’), de Jerry Hopkins e Daniel Sugerman, que serviu de inspiração para Oliver Stone em seu filme de “The Doors”, de 1991, relançado em DVD, este assunto das prisões e bebedeiras de Morrison é explorado à exaustão, o que faz com que alguns incautos pensem que Jim Morrison foi apenas um poeta menor, bêbado e maluco. Não é verdade! Além de seu fantástico trabalho com a banda, Jim nunca deixou de escrever, tendo sido publicados vários livros com suas poesias, além de também produzir curtas-metragens, infelizmente inéditos por aqui.

No ano de 1968, eles ressurgem com o álbum “Waiting for the Sun”, famoso pelo single Hello, I Love You, mas com pérolas escondidas como Spanish Caravan e Five to One. A gravadora, ciente do papel destacado de Jim como vocalista da banda e por sua boa aparência, insiste em uma capa com um close de Morrison.  Ele rejeita totalmente esta ideia – na verdade o cantor nunca se sentiu a vontade como símbolo sexual – e no final das contas, ele acaba conseguindo fazer, a sua maneira, uma foto dos quatro em igual destaque.

Com Jim tendo que prestar contas à Justiça, o ano de 1969 não foi fácil para os Doors e eles demonstram isso ao lançar o fraco “The Soft Parade”, com Jim parecendo desinteressado.
 A reação veio em 1970 com, “Morrison Hotel”, talvez o melhor e mais blueseiro álbum da banda.  Da primeira faixa Roadhouse Blues, até a última, Maggie M’Gill, ouvimos um desfile de pequenas jóias musicais, com destaque para a certeira Queen of the Highway.
Quando todos esperavam uma acelerada no processo de recuperação do som da banda, Jim anuncia, em 1971, que pretende se afastar das gravações após um último álbum a sair em abril.
“L. A. Woman” é lançado, e Jim Morrison viaja a Paris por tempo indeterminado com sua companheira Pamela Courson.


Pouco se sabe dos últimos meses de vida de Morrison. Ele voltou a escrever e entrou em contato com tradutores e editores para publicações de suas poesias na França. Talvez ele desejasse apenas dar um tempo na música. Mas tudo terminou no dia 3 de julho, quando é encontrado morto na banheira de seu apartamento em Paris. 


Ele tinha 27 anos, assim como Jimi Hendrix, Janis Joplin e Brian Jones quando morreram.
A lenda do poeta marginal sobreviveu. Há quem diga que ele não morreu, que foi visto na África, traficando armas como Rimbaud, que quis viver o resto de sua vida no anonimato, que queria ser apenas ele mesmo.     
Um pouco de seu eterno legado poético foi lançado em álbum musicado por seus parceiros de banda com o título de “Jim Morrison – An American Prayer”.


Saúde, Jim!!                                   

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

John Lennon, o Santo ou o Músico?

Trinta anos antes da data de hoje, a coisa ficou preta! Mataram nosso herói! Lembro de estar com um certo mal-estar aquela segunda-feira, feriado por aqui, e também que a tal notícia iria me atingir só na terça-feira pela manhã!

  
Algumas coisas continuam a me irritar ano após ano - talvez seja o TOC -, nessa época. Além do trabalho mais corrido, gente com o espírito natalino embaixo do cu do cachorro, estressadíssimas, achando que são as únicas que tem pressa no mundo... Enfim, vou parar por aqui. Não era esse o 'espírito' do tópico.
John Lennon foi assassinado há 30 anos! Talvez seja isso que me tire um pouco à paz nestes tempos brabos. Mas não é só isso! O que me irrita profundamente é terem transformado o cara num mártir, num profeta da paz, num semi-deus!


Acho que ele não precisava disto! Para John bastava ser conhecido pela sua obra! Como ele cantou em 1970, 'Não existe nenhum guru caindo do céu.'  E, penso eu, não deveríamos tranformá-lo num!
Para o meu gosto, John é um grande cantor, compositor e agitador cultural! Um gênio, sem dúvida nenhuma, mas é por aí! Não é um santo, como disse Paul McCartney.
Sua obra solo, até hoje ouço com atenção, mas foi curta, infelizmente! As boas lembranças são: 'Imagine', 'Mother', 'God', 'Working Class Hero' e '# 9 Dream'.
Sua carreira com os Beatles, que a Yoko, sua esposa, insiste em menosprezar ( e ás vezes em fazer de conta que não existiu ), foi seu melhor momento.
'In My Life', 'Nowhere Man', 'Help!', 'Strawberry Fields Forever', 'A Day in the Life', 'Sexy Sadie', 'Revolution', 'Come Together', são alguns exemplos inesquecíveis.


O John político e ativista que tanto agiu no início dos anos 70, silenciou no final daquela década. Talvez a maturidade tenha batido, ou quem sabe a lição aprendida de que ninguém gosta de ser doutrinado. O certo é que quando seu último disco foi lançado no final de 1980, as ideias eram outras!
Casa, família, o amor pela esposa e a volta ao trabalho eram alguns dos temas de suas canções! 
Não houve tempo para mais, infelizmente! 
Eu aguardava ansiosamente!

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Layla - 40 anos!!

A obra-prima de Eric Clapton, o álbum 'Layla and Other Assorted Love Songs', completa 40 anos neste final de 2010.


Clapton, ao iniciar a década de 70 estava numa encruzilhada. Após começar sua carreira nos Yardbirds, ele trocou de banda por achar esta comercial demais. Seu caminho o levou então até John Mayall and The Blues Breakers, na qual Clapton, além de tocar o blues tradicional que ele tanto gostava, aprendeu a compor com Jack Bruce, e deu seus primeiros passos como cantor.
Em busca de mais espaço, Eric e Bruce uniram forças com o baterista Ginger Baker e formaram o primeiro super-grupo (ou power trio) da história. O Cream (nome apropriadíssimo, algo como 'A Nata'), foi protagonista de álbuns revolucionários e concertos que fizeram muito sucesso no final dos anos 60.
Mas Eric Clapton ainda não estava satisfeito. Agora ele achava a banda exibicionista demais. Ele queria um som mais maneiro e também tocar por prazer e não apenas para satisfazer seu ego.


Eric passa então a se apresentar com a banda de Dellaney & Bonnie, um casal de amigos, que tinha um excelente gosto musical. Dessa banda fazia parte: Bobby Whitlock nos teclados, Carl Radle no baixo e Jim Gordon na bateria, entre outros luminares.
Ao mesmo tempo que rolava esta 'encruzilhada musical', Clapton vivia também uma outra sentimental.
Desde 1968 ele frequentava a casa de George Harrison em Friar Park, não muito longe de sua residência em Hurtwood Edge. Após tocar o solo de 'While My Guitar Gently Weeps', no Álbum Branco dos Beatles, ele e George ficaram muito amigos.
George, era casado desde 1966 com a ex-modelo Pattie Boyd, uma linda loura de 20 e poucos anos. A atração de Eric por Pattie foi imediata. Não tendo como se declarar abertamente para sua amada, Clapton suportou essa paixão 'semi-correspondida' durante muito tempo.


Finalmente quando ele se decidiu, foi debilmente rejeitado por Pattie, e entrou numa crise existencial braba (daquelas que todos nós passamos ou passaremos algum dia), e mergulhou no consumo de drogas pesadas.
Paralelamente à toda sua frustração emocional, Clapton começou a compor pra valer. Ele também estava lendo um livro de poesias de um persa chamado Nezami.
Neste livro havia a história de Layla, a musa do poeta, que também era comprometida. Eric viu muitas semelhanças em ambas as situações, e ao compor uma música pensando em Pattie, ele a intitulou Layla.
Recrutando a ajuda dos músicos que tocavam com Dellaney, Clapton conseguiu uma base muito segura para o que queria desenvolver.


Em Miami, onde foi se esconder pra tentar esquecer Pattie, e ter mais liberdade para entre outras coisas, se drogar, Eric alugou os estúdios Criteria, que tinham como  produtor o tarimbado Tom Dowd.
A química entre Clapton, Whitlock, Radle e Gordon sempre foi perfeita. A banda ficou conhecida como 'Derek and the Dominos', e os caram mandaram bem desde o início das sessões.
Dowd costumava se assustar ao chegar no estúdio e encontrar garrafas e mais garrafas de vinho, vodca (vazias, é claro) etc... Além de grande quantidade de substâncias não reconhecíveis a primeira vista.
Com a criatividade em alta, e a ajuda de Whiltock nas composições, o disco foi ganhando forma rapidamente.
Os deuses pareceram conspirar para que tudo desse certo, quando Duane Allman, tocando nos arredores da cidade pintou no estúdio uma noite. O guitarrista dos Allman Brothers, caiu como uma luva dentro da banda de Clapton. Solos históricos seriam gravados pelos dois, pois Duane seria um convidado permanente.


Este é o tipo de disco que não se deve destacar nenhuma canção. Ou são obras apaixonadas de Clapton à sua amada ( I Looked Away, I Am Yours, Why Does Love Got to Be So Sad? e It's Too Late) ou blues pesados pra ninguém reclamar ( Key to the Highway, Have You Ever Loved a Woman e Tell the Truth).
Bem, podemos destacar duas... Little Wing, uma grande cover do sucesso de Jimi Hendrix, tocado com paixão por Eric e claro, Layla!
Esta música Eric já a tinha pronta fazia algum tempo, porém ele achava que faltava um complemento. Ao ouvir o baterista Jim Gordon tocar uma suite que ele compora ao piano, a ficha caiu! Ali estava a coda que daria a canção uma outra dimensão.
Este solo interminável de piano acompanhado por duas guitarras é uma das coisas mais bonitas que já ouvi até hoje!!
Assim fez-se a história!! Layla não seria um grande sucesso comercial, mas daria a Clapton as melhores críticas de sua carreira!


Em 1973, Eric e Pattie finalmente ficariam juntos!

domingo, 5 de dezembro de 2010

Christmas Songs!


Ao longo dos anos a gente vai se acostumando a ouvir no Natal, aquelas canções tradicionais, que nossos avós provavelmente já estavam carecas de curtir!
Porém, algumas com mudanças nos arranjos, uma guitarra aqui, uma bateria mais pesada ali, se transformam totalmente!
Melhor ainda, é vc ouvir canções cantadas do jeito que nossos músicos favoritos enxergam o Natal! Ainda melhor, é quando os caras compõe especialmente pro Natal!!
Bem, vou dar algumas dicas... Nenhuma novidade!!


Os Beatles por exemplo: John compôs em 1971, talvez o maior hino ao Natal e a paz mundial  que se tenha notícia nos tempos modernos: 'Happy Xmas ( Was Is Over)'. No auge da guerra do Vietnã, Lennon conseguiu matar dois coelhos!! Esta canção, é fácil notarmos, sobreviveu ao tempo, até hoje é sinônimo de Natal.
George, compôs em 1974 uma musiquinha sem maiores pretenções, mas que se encaixou bem no espírito natalino da época. 'Ding Dong; Ding Dong', fez sucesso em single, mas hoje está esquecida, injustamente.
Paul, quis também fazer sua participação natalina em 1979, com 'Wonderful Christmastime', também lançada em single. Bonitinha, mas também descartável!


Ringo, o 'jokerman', se aventurou em um álbum inteiro de Natal. 'I Wanna Be Santa Claus', lançado em 1999, e pouco conhecido até por beatlemaníacos de carteirinha, celebra o Natal em alto estilo. Ringo mistura rocks compostos especialmente para o disco, com canções tradicionais. Até aquelas canções que os Beatles lançavam especialmente para os fãs clubes, ganham espaço com 'Christmas Time is Here Again', chatinha por sinal! Entre Ringo e Santa Claus, ficamos com o Papai Noel.


Uma cantora pouco conhecida aqui, lançou em 2002 um trabalho bem feito com músicas de Natal. Connie Evingson, de Minneapolis, terra do Jayhawks (tinha que ser boa), caprichou no repertório, e como boa cantora de jazz que é, a coisa ficou fácil. O grande momento do disco é uma suite, em que ela interpreta várias canções natalinas de diferentes regiões, como Arábia e Rússia. Tive a sorte de receber este álbum autografado ( Pô, eu não sou castelhano, Connie)!


Uma voz que sempre me atraiu foi a de Aimee Mann. Ouvi ela pela primeira vez, cantando Beatles no filme 'I Am Sam', e depois fiquei fanzão dela. Álbuns como 'Bachelor nº 2 or the Last Remains of the Dodo' (1999) que contém delícias como 'Save Me' e 'Calling It Quits', e 'Lost in Space' (2002), com a pungente 'Pavlov's Bell', são provas indiscutíveis de seu talento como cantora e compositora.
Em 2006,  'One More Drifter in the Snow', também misturando as tradicionais natalinas com outras compostas especialmente pra ocasião, me fizeram a cabeça!


James Taylor, quem diria? O 'sweet baby', também fez seu álbum natalino em 2006! 'Winter Wonderland', 'Jingle Bells', 'Some Children See Him', e a deliciosa e jazzística 'Baby, It's Cold Outside', em que James faz dueto com Natalie Cole, que fazem parte do disco 'At Christmas', mostram que o cara ainda tem bala na agulha.
Bob Dylan também se rendeu ao Natal no ano passado, com o disco 'Christmas in the Heart'. Temos que louvar suas intenções: o lucro foi revertido para proporcionar uma ceia natalina digna ás crianças carentes norte-americanas.


Um outro evento beneficente de Natal foi organizado em 1999, e contou com as participações de Eric Clapton, Bon Jovi, Tracy Chapman e Sheryl Crow entre outros. Toda a renda deste concerto ao vivo e do álbum foi direcionado para os jogos Para-Olímpicos.


Destaco também, cantoras como Laura Fygi e Sarah Brightman, com álbuns totalmente dedicados à melhor época do ano!!
Alguém lembra de Laurence Juber? Guitarrista do Wings na última formação? Ele agora mora em L.A. e toca apenas violão solo. Seu álbum 'Winter Guitar' de 1999, também é uma aula de como se tocar o Natal na viola.


Pra terminar, fiz minha seleção de músicas natalinas. Alguns não foram citados mas caíram bem, como Jimi Hendrix tocando um medley: 'Little Drummer Boy/Silent Night/Auld Lang Syne' ( de arrepiar). Os Beach Boys também se fazem presente com  seus vocais redondinhos, e, ouso dizer que Johnny Mathis fechou com chave de ouro, com sua versão cantada da 9ª sinfonia de Beethoven 'Ode to Joy'.


Brothers, I wish you peace!!