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sábado, 26 de novembro de 2011

I Me Mine!


              
 Há 10 anos o ex-Beatle George Harrison deixava o nosso 'material world'. Sua obra e seu estilo de tocar guitarra porém, continuam cada vez mais influentes. Aqui eu resumo um pouco do que foi a trajetória de um músico criativo, talentoso e espiritual.
  

                    George Harrison in the Material World  -  Música e Sensibilidade
 
Tido sempre como um rapaz tímido e introvertido, George era, ao contrário, para quem o conhecia bem, uma pessoa alegre e brincalhona.
O caçula dos Beatles, ganhou essa aura de ‘quieto’ graças a sua participação no filme ‘A Hard Day’s Night’ ( Os Reis do Ié Ié Ié ), em que cada um dos rapazes ficaria estigmatizado com uma personalidade distinta.
Harrison, foi considerado um garoto jovem demais pelo líder John Lennon assim que foi apresentado à banda trazido por Paul McCartney, mas logo demonstrou que como guitarrista não ficava devendo nada a ninguém.
Em um primeiro momento ele foi eclipsado pela constante disputa de poder entre Lennon e McCartney, além do que a dupla compunha junto, o que obrigou George a também tentar compor, sob pena de se ver relegado a um plano secundário dentro do conjunto.     
A partir de 65, George se firma como compositor e ganha espaço para pelo menos duas canções por álbum. São dessa época as primeiras grandes composições de Harrison, como ‘I Need You’ e ‘Taxman’.
Surge em Londres nessa época o músico indiano Ravi Shankar que viria a se tornar grande amigo de Harrison.
Nesse mesmo período, cansado de seu trabalho com os Beatles, ele procura algo que dê mais sentido a sua vida. George foi o primeiro dos rapazes a desejar o fim das exaustivas turnês da Beatlemania.
 Em janeiro de 66, George troca alianças com Pattie Boyd, ex-modelo, que ele conheceu nas filmagens de ‘A Hard Day’s Night’.


Depois de algum tempo visitando a Índia, onde aprendeu a tocar sitar com Shankar, George volta para as gravações dos Beatles com novas e revolucionárias ideias. A partir de 1966 pode-se sempre ouvir sons indianos nos álbuns da banda, mais notadamente nas canções de George.
Quando a revolução musical dos Beatles chegou ao auge com ‘Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band’, em 67, lá estava Harrison presente com uma canção em que nenhum de seus parceiros de banda participavam. Em ‘Within You Without You’, ouve-se apenas a voz inconfundível de George junto á um grupo composto por músicos indianos.
George Harrison ainda não estava satisfeito. Ele queria se descobrir como ser-humano. Queria saber o significado da vida. E, mais uma vez, ele lidera os companheiros na sua procura por um sentido espiritual para tudo o que estavam vivendo.
Após a morte do empresário Brian Epstein, que os havia descoberto, Harrison conseguiu convencer todos os Beatles a partir com suas famílias para Rishikesh, na Índia, onde fariam um curso de Meditação Transcendental com o  Maharishi Mahesh Yogi, que naquele tempo de procura por mentores espirituais, era o guru mais requisitado.
A experiência, apesar da desconfiança geral com o guru, foi proveitosa. George conseguiu aprender as bases da meditação, e esta prática o acompanharia pelo resto de sua vida.
Na volta aos estúdios de gravação, os bons tempos estavam começando a ficar distantes dos Beatles. Durante as gravações do ‘Álbum Branco’ em 1968, a discórdia começou a minar os esforços da banda.
Harrison vai se afastando progressivamente de seus companheiros, e pela primeira vez traz um convidado famoso para uma sessão da banda. Seu amigo Eric Clapton é o primeiro músico de renome a participar de uma música da banda e ter seu nome creditado. A canção chamada ‘While My Guitar Gently Weeps’, foi o melhor trabalho de George até então, e Clapton não deixou por menos, ao emendar um solo mágico de guitarra.
Apesar de todo o carisma da banda, no inicio de 69 em um projeto de volta as raízes liderado por McCartney, George se desentende de vez com seus colegas.
Já há algum tempo Harrison vinha suportando a liderança ditatorial de Paul nas gravações e nos projetos dos Beatles. Quando McCartney resolve criticar abertamente a maneira de George tocar a guitarra justamente num momento de filmagem, este explode e abandona as gravações.
George afasta-se por vários dias e resolve voltar apenas para terminar os trabalhos já iniciados. Depois de um show no telhado da Apple ficou-se com a impressão que nunca mais os Beatles tocariam juntos.
Para desmentir os céticos, e provar que eles ainda eram a maior banda do planeta, eles resolvem se despedir em grande estilo. O disco ‘Abbey Road’ gravado em 1969, é sem dúvida nenhuma uma chave de ouro para o final dos Beatles. E é justamente nele que George surge com duas de suas melhores composições até então.
‘Something’, uma balada romântica que sobreviveria ao teste do tempo e ‘Here Comes the Sun’, com solos fantásticos de violão, sem falar nos vocais de George, fez todo mundo repensar a participação de George na banda. Ali, no final de uma era ele mostrava que tinha vindo pra ficar!


 Ao mesmo tempo que trabalhava nos projetos dos Beatles, e lia muito sobre a cultura oriental, George começava a dar os primeiros passos da carreira-solo. Após compor a trilha sonora do filme ‘Wonderwall’, ele participa de uma turnê com a banda de Delaney & Bonnie pelos EUA. Ainda em 69 compõe música experimental com sintetizadores e lança o disco ‘Eletronic Sound’.

Em 1970 com a separação dos Beatles consumada, George finalmente tem tempo e espaço para compor e terminar suas canções que haviam sido deixadas de lado. Em sua residência campestre de Friar Park onde havia se instalado com sua mulher Pattie, ele começa a trabalhar naquele que ao final do ano seria considerado um dos melhores álbuns de um ex-Beatle.
Requisitando a ajuda de músicos de primeira linha como Clapton, Bob Dylan, Dave Mason, Ringo Starr, Jim Gordon e Billy Preston, além da produção de Phil Spector, o que se viu foi um trabalho grandioso.
Harrison comentou depois do lançamento de ‘All Things Must Pass’, que estava com músicas demais na sua cabeça e que tinha que colocá-las para fora. O jeito foi fazer um álbum triplo. O primeiro da história!              
Apesar do forte apelo espiritual do disco, George conseguiu aquilo que talvez poucos esperassem dele: o sucesso de público e de crítica.
O grande momento dos trabalhos foi o hino ‘My Sweet Lord’, que seria eternamente ligada ao seu criador. Canções como ‘Isn’t It a Pity’, ‘Behind that Locked Door’ e o rockão ‘What Is Life’ se impõe por si só, e são testemunhas inegáveis do progresso de Harrison como compositor.

Depois deste início arrasador de carreira-solo, Harrison se envolveu com projetos dos artistas da Apple, começando a produzir trabalhos para a banda Badfinger e Jackie Lomax.
 Durante o ano de 1971, ainda envolvido em processos pendentes da separação dos Beatles, e trabalhando no álbum ‘Straight Up’ do Badfinger, George recebe a visita de seu amigo Ravi Shankar com péssimas notícias. Bangladesh, país vizinho a Índia havia sofrido enorme devastação em 1970 por causa de um ciclone e chuvas torrenciais, além de uma guerra civil que estava em pleno curso, obrigando milhares de desabrigados a procurar auxílio nos países vizinhos. 


Harrison parte para Nova Iorque e, recorrendo a ajuda de vários músicos famosos, protagoniza em 01º de agosto, o primeiro concerto beneficente da história. A resposta do público foi fantástica, com a participação de mais de 40 mil pessoas, e toda a renda sendo revertida para a carente população de Bangladesh.
George fez uma canção especialmente para o evento, também chamada ‘Bangladesh’, e posteriormente um álbum e um DVD do concerto seriam lançados, com toda sua renda até hoje sendo enviada para uma fundação que George criou juntamente com a UNICEF.
Aos poucos, George foi se envolvendo em projetos mais caseiros, deixando a música um pouco de lado. Em sua casa em Friar Park, ele leva uma vida tranqüila ao lado de sua esposa Pattie, que infelizmente não pode ter filhos. Este talvez tenha sido o motivo de algumas discussões do casal. Nesta época Eric Clapton, passou a ser um hóspede contínuo da casa, e logo deixaria claro sua paixão por Pattie.
Seguindo em frente, George lança em 1973 o álbum ‘Living in the Material World’, considerado por muitos críticos, um dos melhores trabalhos de rock do ano. ‘Give Me Love’, single extraído do álbum fez enorme sucesso.

Em 1974, o casal Harrison se separa, e Pattie vai viver com Clapton. Nesse mesmo ano George faz sua única turnê solo nos EUA. As apresentações aguardadas com grande expectativa pelos fãs, foram um fracasso. Harrison queria basicamente apresentar as canções de sua carreira solo. Quando a galera começou a exigir ás músicas dos tempos dos Beatles, George perdeu a paciência. Ele começou a apresentá-las com os arranjos totalmente modificados, entrando em conflito com o público ansioso por ouvi-lo. Além disso, um problema crônico nas cordas vocais, impedia George de dar o melhor de si como cantor.
O resultado foi que Harrison nunca mais iria se comprometer com novas turnês.


Esta fase dos problemas vocais coincide com o disco ‘Dark Horse’, o mesmo nome da nova companhia de gravações de George. Apesar de alguns bons momentos, notadamente com ‘Simply Shady’ e ‘So Sad’, o álbum não deslancha, em grande parte por culpa da voz rouca de Harrison.
Nem tudo é tristeza para George, porém. Durante as gravações ele conhece a secretária da Apple, a mexicana Olivia Arias, com quem começa um relacionamento.

Nos últimos anos da década de 70, George lançaria outros trabalhos desiguais. ‘Extra Texture’, apesar do hit ‘You’, foi uma fraca despedida da Apple.
Com ‘Thirty-Three and 1/3’, Harrison pareceu reanimado, e obteve sucesso com a canção e o clip de ‘This Song’. O clip era uma paródia comentando uma suposta prisão de George pelo plágio da canção ‘My Sweet Lord’ de que fora acusado.    
Em agosto de 78, George fica muito feliz com o nascimento de seu filho com Olivia, chamado Dhani.
Para encerrar a década, ele lança em 79 o álbum ‘George Harrison’, outro trabalho mediano que continha a sua homenagem à Fórmula 1 – George era um grande fã de corridas – com a música ‘Faster’. Ele chegou a visitar o Brasil em fevereiro daquele ano para acompanhar o GP de Interlagos. Sendo portanto, o primeiro Beatle a pisar em terras tupiniquins.

Durante os últimos anos, George vinha escrevendo uma auto-biografia. Ela acabaria sendo publicada em 1980, com o título de ‘I Me Mine’, uma de suas músicas dos tempos dos Beatles.
Este livro, inicialmente publicado em edição limitadíssima e a peso de ouro, foi pivô de um desentendimento de George com John Lennon, que não gostou de ver seu nome citado pouquíssimas vezes. De fato, todos os ex-Beatles, quase não apareciam, e o livro nem poderia ser considerado uma auto-biografia séria, pois consistia em sua maior parte, das letras originais da canções de Harrison. Não houve tempo para explicações. Lennon seria assassinado no final do ano, e George ficaria terrívelmente abalado com a situação.

Nos anos 80 após ter lançado dois álbuns sem grande expressão, ‘Somewhere in England’ e ‘Gone Troppo’, Harrison deu mais um tempo na música.

 Já fazia algum tempo que ele vinha curtindo sua vida familiar, viajando com Olivia e o pequeno Dhani, e agora ele queria desfrutar pra valer de toda essa privacidade que lhe era negada no tempo dos Beatles.
 Além da meditação, sua outra paixão passou a ser a jardinagem. George começou a fazer cursos avançados sobre o assunto, e referia-se a si mesmo, como ‘apenas um jardineiro’ e músico aposentado. O único passatempo que lembrava ainda os velhos tempos era o dedilhar de ukelêles ( uma espécie de cavaquinho ), que George colecionava as centenas.
Quando em 1987 os rumores de um novo disco de Harrison surgiram, todos ficaram surpresos. Finalmente ele deixava o retiro e voltava à ativa. E o fez em grande estilo. O álbum ‘Cloud Nine’ lançado no final daquele ano, foi nada menos que um dos melhores álbuns de um ex-Beatle em muitos anos. Canções como ‘When We Was Fab’ – surpreendentemente recordando os tempos da melhor banda do mundo -, ‘This Is Love’, ‘Just for Today’, além da canção-título, estão entre as melhores obras de Harrison. Arrematando o álbum, a cover de ‘Got My Mind Set on You’, bateu recordes de venda e chegou ao nº 1 nos EUA.


Satisfeito com o sucesso do álbum e a volta por cima, mas ainda em dúvida sobre a continuação de sua carreira na música, George encontrou-se com os amigos Bob Dylan e Tom Petty. Desse encontro surgiu a idéia de uma reunião para tocarem num estúdio caseiro. Com o acréscimo de Roy Orbinson e Jeff Lynne, estava formado o super-grupo Travelling Wilburys. Esta banda, lançaria dois trabalhos nos anos seguintes, com enorme sucesso.
Era tudo que George queria, ser apenas mais um músico num grupo. Ele nunca gostara de ser o centro das atenções.
Infelizmente, a morte de Roy Orbinson, e o desejo de Dylan de continuar a carreira-solo fez com que a banda se separasse.
Em 1991 o amigo Eric Clapton insistiu para que George o acompanhasse numa turnê pelo Japão. Ainda receoso das apresentações ao vivo, Harrison foi persuadido pela fama do povo japonês, que era um dos mais fanáticos por Beatles em todo o mundo, e considerado pelos músicos, a audiência mais bem educada do planeta.
Finalmente, o ex-Beatle se apresentou para os enlouquecidos fãs japoneses em shows que fizeram história. Apresentando praticamente todas suas canções antigas dos Beatles, juntamente com as mais recentes, George foi ovacionado pelas multidões japonesas.
‘O álbum duplo ‘Live in Japan’, lançado no ano seguinte, dá uma pequena amostra de como foram emocionantes as apresentações de Harrison com a banda de Clapton.

Nos anos 70 e 80 George havia se envolvido com cinema. Ele fundara a ‘Handmade Films’, empresa que participara de várias produções do grupo Monty Python além de ‘Shangai Surprise’ com Madonna e ‘Mona Lisa’ com a participação de Bob Hoskins - entre outros filmes de sucesso.  Quando a produtora entrou em crise, as preocupações financeiras de Harrison vieram à tona.
Nesse momento, seu ex-parceiro Paul McCartney surgiu com a ideia de um revival dos Beatles para os jovens dos anos 90.
Porque os próprios Beatles não poderiam contar sua história?
Ringo Starr e George toparam o projeto intitulado ‘Beatles Anthology’, que incluiu 3 CDs duplos, uma caixa com 5 DVDs e um enorme livro em que os quatro – John através de suas entrevistas – contavam sua versão da saga beatlemaníaca.
Após este novo fenômeno de vendas, as finanças de George se estabilizaram e ele pode retornar aos seus afazeres de jardineiro, deixando novamente a música de lado.  
Quando tudo parecia tranqüilo para a família Harrison, em 1998 George é diagnosticado com um câncer de garganta.
Infelizmente a doença não respondeu ao tratamento.
Em 2000, George ainda participaria do relançamento remasterizado de ‘All Things Must Pass’, seu primeiro álbum solo.
Animado com o resultado, ele volta a gravar, desta vez recrutando a ajuda de seu filho Dhani, então com 21 anos.
Não houve tempo para as conclusões dos trabalhos.
Em 29 de novembro de 2001, George nos deixou.

Suas últimas gravações, finalizadas por seu filho Dhani e Jeff Lynne são lançadas em 2002 em seu álbum póstumo ‘Brainwashed’, no qual as canções ‘Stuck Inside a Cloud’ e ‘Rising Sun’ resumem, com seus elegantes solos de slide e o vocal inconfundível, a obra inesquecível de George Harrison!  


segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Coisa de Profissional!


Há dois anos, quando coloquei na cabeça que deveria juntar meus 'textos musicais' pensando numa publicação em livro, fui apresentado, através de Márcio Grings, ao diagramador do Diário de Santa Maria, Paulo Chagas.
Fiquei sabendo que essa dupla, juntamente com a Carolina Carvalho, capitaneava a 'Barco a Vapor', editora pela qual acabei publicando meu livro 'Alto & Bom Som'!

Ao mesmo tempo que conheci a pessoa, aprendi a admirar o artista Paulo Chagas. Não apenas pelo seu trabalho muito legal com o meu livro - que me permito passar alguns exemplos abaixo -, como por todo o seu trabalho no Diário, seus desenhos e pinturas (alguns já repousam nas paredes lá de casa), e seu talento para as artes em geral.


Claro que o Chagas também adora um som, o que nos aproximou ainda mais, além de ser um guitarrista e baixista nas horas vagas. Ao conhecer seu estúdio, o 'Pomada Elétrica', penso que passei a conhecer melhor o Paulo. Curti seus livros, seus quadrinhos, ouvimos vinis, toquei guitarra (Gibson Les Paul) e discutimos uma fórmula para salvar o mundo!


Tudo isso para dizer que o PC está publicando nesta quinta-feira, dia 24, seu primeiro livro! 'Pomada Elétrica apresenta: Coisa de Amador'!!
De amador, pelo pouco que vi, sei que este trabalho não tem nada! Acho que todas as pessoas que gostam de ler, que curtem gibi, que apreciam histórinhas musicais, precisam dar uma chegada ali na Livraria e Revistaria Athena, nesta quinta dás 18 ás 21 horas, onde será o lançamento, e conferir de perto o livro do Chagas!


Espero ansioso para ter meu exemplar! Até lá!!!





sexta-feira, 18 de novembro de 2011

The Music Lovers!


Finalmente lançado em dvd no Brasil o filme de Ken Russell 'The Music Lovers' ( Delírio de Amor), que conta a vida do compositor russo Petr Ilyich Tchaikovsky.
Polêmica na época do lançamento (1970), por mostrar abertamente o lado homossexual de Tchaikovsky, em seu relacionamento com o Conde Chiluvsky, interpretado por Christopher Gable, esta obra-prima musical, conta com uma atuação surpreendente de Richard Chamberlain como o angustiado compositor russo.
Outro destaque, além da fotografia belíssima é a presença de Glenda Jackson, perfeita como sempre, vivendo a sexy, temperamental e ambiciosa Nina, levando Tchaikovsky a loucura.

A trilha sonora, claro, é de primeira com a Orquestra Sinfônica de Londres executando as maiores obras do russo, incluindo o 'Lago dos Cisnes' e a Sinfonia nº 6 (Patética). O final da obra também é polêmica e surpreendente, mostando todo o sofrimento de um grande gênio da música.
Sempre achei este filme inovador e ousado, e acho que ele não envelheceu com o tempo.
Uma boa dica para o fim de semana que está chegando? Ouvir Tchaikovsky e assistir 'The Music Lovers'!!!


quarta-feira, 16 de novembro de 2011

FAB - Mais uma biografia de McCartney!


Definitivamente as editoras nacionais acordaram para um grande filão do mercado. As biografias de astros do rock estão sendo lançadas com cada vez mais frequência em português.
Agora chegou a vez de 'FAB - A Intimidade de Paul McCartney', de Howard Sounes.

Sounes é autor da biografia 'Down the Highway' de Bob Dylan e também de outra de Charles Bukowsky.

O livro parece bem detalhado com suas quase 700 páginas, em que o autor esmiuça tudo desde o início: a infância de Paul, o encontro com John, Hamburgo, a Beatlemania e a separação da banda (tudo que já estamos carecas de saber).

A surpresa é que Hounes reserva mais da metade do livro para a parte 'Paul pós-Beatles', quase sempre negligenciada em favor de sua fase áurea de sucessos com a banda.
O livro vai até sua separação de Heather Mills, e promete 'contar tudo' pela primeira vez! Espero que não resvale para fofocas íntimas e outras baboseiras.
Enfim, é melhor um livro que não seja tão bom, do que livro nenhum.

As comportas foram abertas pra valer! Antes tarde do que nunca! 


   

sábado, 12 de novembro de 2011

Ringo (ainda) é uma Estrela!


O Gigantinho não estava lotado na noite de quinta-feira! Uma pena. Muita gente não sabe o que perdeu. Havia dúvidas se 'valia a pena' assistir ao show de Ringo Starr!
Ringo, posso dizer agora, ainda é o cara! Ainda é uma estrela, e daquelas bem brilhantes!

Esbanjando simpatia, Ringo subiu ao palco pontualmente ás 9 da noite, de blazer, camiseta e tênis. A galera respondeu gritando seu nome. Os trabalhos (ou a diversão) foram abertos com 'It Don't Come Easy', seu primeiro single de sucesso após os Beatles. Ringo apenas cantando, deixando a bateria ainda somente a cargo de Gregg Bissonette. Em seguida Ringo emenda uma de minhas preferidas: 'Honey Don't' de Carl Perkins, que no álbum 'Beatles for Sale', tinha uma guitarrinha mágica de George Harrison, no estilo do compositor.
A seguir Ringo subiu pra batera e tocou 'Choose Love', um de seus melhores trabalhos dos últimos tempos.


Aí chegou a vez da All Starr Band mostrar a que veio. O guitarrista Rick Derringer apresentou seu sucesso 'Hang on Sloopy', que serviu pra deixar o público animado.
Edgar Winter, o tecladista irmão do gênio da guitarra Johnny Winter, mostrou que é um multi-instrumentista, atacando de sax, percussão e cantando muito em 'Free Ride', pena que seu inglês, quando ele tentou conversar com a audiência, se mostrasse ininteligível.
Ringo volta a comandar com 'I Wanna Be Your Man', que fez todo mundo dançar.
Para mim, o membro mais esperado da 'All Starr' era o outro tecladista Gary Wright. Esse cara procurou aprender um pouco de português e arriscou um " Boa Noite Porrrto Alegrrrre"! Em seguida, num inglês mais decente, Wright contou que conheceu Ringo nas gravações de 'All Things Must Pass' de Harrison, e atacou com seu sucesso dos anos 80 'Dream Weaver'!
'Yellow Submarine', fez todo mundo levantar novamente, e parecia que estávamos numa matinê nos anos 60. Tudo acompanhado por centenas de balões amarelos que os fãs levaram e sacudiram na hora. Foi muito legal!


Edgar Winter voltou a carga com 'Frankenstein', acompanhado por uma guitarra hiper-distorcida de Derringer, e um pouco de excesso, do que foi quase uma 'jam'.
Ringo adora tocar 'Back of Boogaloo', que, confesso não achar lá essas coisas, mas vai lá, Ringo deve ter seus motivos. 'Boys', do primeiro disco dos Beatles, incendiou de novo o clima do Gigantinho, mas eu notava um anti-climax, quando o 'spot' passava pro restante da banda. Mesmo assim, Richard Page e Wally Palmar, os outros músicos do grupo, também tiveram direito a seus solos, e Gary Wright voltou com 'Love is Alive' e o show foi se encaminhando para o final.
Ringo provocou a galera perguntando o que queriam ouvir? E, ele mesmo respondeu, "Ok, Photograph"!! Uma de suas melhores canções, composta em parceria com seu amigo George, 'Photograph' serviu pra embalar a noite como se fosse um bailinho do interior.



Pros finalmente, Ringo recordou o country 'Act Naturally', do álbum 'Help!', com uma batida contagiante. Para o fechamento, seu melhor vocal beatle: 'With a Little Help From My Friends', com todos pegando junto!
Bis??? Pra quê??? Entoamos 'Give Peace a Chance' junto com a banda, e depois fomos pra casa alegres e satisfeitos.
Aquilo tudo tinha sido histórico!!!



terça-feira, 8 de novembro de 2011

Nazareth em SM!!!


Nesta sexta-feira dia 11, a banda escocesa Nazareth apresenta seu trabalho no ATC, em Santa Maria.
Lembro do Nazareth nos idos de 1975 quando pintou uma coletânea muito legal dos caras.
Nessa época eles abriam shows para o Deep Purple, e pasmem, conseguiram suplantar os reis do hard-rock em seu próprio território. Tudo bem, o Purple andava desfalcado, sem Ian Gillan e sem Richie Blackmore, mas lembro que o Naza, conseguia enlouquecer a galera, principalmente na Europa.

Os titulares eram: Dan McCafferty nos vocais, Manny Charlton nas guitarras, Pete Agnew no baixo e piano e Darrell Sweet na bateria. Esse era o Naza original que bancou pérolas como 'Holy Roller' (que saudade), 'Razamanaz', a cover 'This Flight Tonight' de Joni Mitchell, o rockão 'Broken Down Angel', o mega-hit "Hair of the Dog' e tantas outras. Claro que eu os conheci, como a maioria das pessoas naquele tempo, com outra cover: 'Love Hurts' de B. Bryant, que eles transformaram em single nº 1 em quase todo o planeta!


Logo depois, acho que devia ser no ano de 76, eles lançaram outro tremendo discão: 'Close Enough for Rock 'n' Roll'. Lembro da suíte de 4 partes - puro rock - que começava com 'Telegram', passava por 'So You Want to Be a Rock 'n' Roll Star' de McGuin e Chris Hillman e terminava com 'Here We Are Again'. Sensacional!! 'You're the Violin', fechava os trabalhos de forma arrasadora!

Bem, infelizmente não vou poder assistir Dan McCafferty e seus novos companheiros de Nazareth, mas só por um motivo muito importante, pois estarei em Porto Alegre acompanhando Ringo Starr!
Tenho certeza que os caras farão um grande show que vai marcar época em Santa Maria, e, tomara que seja apenas o prenúncio de novas bandas deste naipe na cidade!



segunda-feira, 7 de novembro de 2011

O Ringão tá chegando!!!


                

                                         RINGO STARR -  Um Beatle Entre Nós

Qual Ringo virá ao Brasil em novembro? O baterista sortudo que entrou nos Beatles pouco tempo antes da banda estourar? O cara espirituoso e brincalhão que não perdia uma piada e adorava frases de efeito? O talentoso ator estilo ‘matinê do rock’ que participou de inúmeros filmes de sucesso?
Ringo é tudo isso e muito mais! Mas a vida não foi assim tão fácil como parece para nosso herói.

Após uma infância difícil, em que seu pai abandonou a família e com muitos problemas de saúde, Richard Starkey, mais conhecido como Ringo Starr, nunca foi levado muito à sério como músico. Não era unanimidade nem entre seus próprios companheiros dos Beatles. Paul McCartney seguidamente criticava sua batida, e o produtor George Martin o achava tecnicamente limitado.
Ringo, porém, foi pouco a pouco ganhando espaço dentro da banda, e viria sem dúvida nenhuma, a se tornar um baterista no mínimo competente e um dos membros mais queridos do conjunto.

Quando a Beatlemania estava no auge, em 1964, os Beatles estrelaram seu primeiro longa-metragem.
 O filme ‘A Hard Day’s Night’ (Os Reis do Ié, Ié, Ié), dirigido pelo americano Richard Lester, foi um grande sucesso de público e crítica, e serviu para estabelecer as personalidades distintas dos rapazes. Ringo deste momento em diante foi estigmatizado como o ‘palhaço’ do grupo. Sempre disposto a brincadeiras, e quase sempre se dando mal. Sua atuação nesta produção foi considerada de longe a melhor de todos os Beatles, inclusive com direito a mais tempo de tela que seus companheiros de banda.
A sacada para o título do filme também foi dele. Ringo era conhecido por construir frases gramaticalmente erradas, mas que expressavam exatamente o que os Beatles passavam no momento. Então, no fim de um longo dia de filmagens, Ringo se saiu com “esta é a noite de um dia difícil’! John Lennon logo transformaria esta frase em música de sucesso.

Desde o primeiro álbum da banda, a dupla Lennon & McCartney sempre reservava um espaço nos discos para Ringo colocar sua voz. Apesar de seu pouco alcance vocal, era sempre esperado que Ringo cantasse pelo menos uma música por disco, assim como apresentasse ao menos um número nas turnês malucas da banda.
Pela voz de Ringo desfilaram canções como ‘I Wanna Be Your Man’, ‘Honey ‘Don’t de Carl Perkins e ‘Act Naturally’ sucesso country de Buck Owens.

Em 1965 foi rodado o segundo filme da banda, novamente dirigido por Lester, e desta vez Ringo teria ainda maior destaque. O enredo do filme ‘Help!’ (Socorro), colocava um anel encantado de uma antiga seita que fazia sacrifícios humanos, no dedo de Ringo, e ele passa o filme inteiro fugindo de seus perseguidores, em palcos como as Bahamas, os Alpes Suíços e até o Palácio de Buckinham! Ringo simplesmente carregou o filme nas costas!

                                                                             Paulo Chagas

No final deste ano os Beatles começam a mudar. A Beatlemania estava se tornando difícil de suportar, com os Beatles sendo perseguidos por fãs e ameaçados por todo tipo de malucos. Eles então passam a dar mais atenção aos estúdios de gravação e saem de lá com um projeto totalmente inovador chamado ‘Rubber Soul’. Ringo faz ali sua estreia como compositor, em parceria com a dupla John e Paul na canção ‘What Goes On’, uma leve balada country.

A partir de 1966 com o final das exaustivas turnês, e dedicação total aos estúdios, um grande álbum é lançado em agosto. ‘Revolver’, um disco revolucionário, é marcado por experimentações, entre elas uma música que se aproxima de uma batida infantil e folclórica ao mesmo tempo, convidando a todos para embarcarem num grande submarino amarelo!
A canção ‘Yellow Submarine’ composta por McCartney especialmente para a voz de Ringo, fez imenso sucesso. Anos depois esta música originaria inclusive um desenho animado de vanguarda e uma trilha sonora.

Em pleno verão do amor, mais uma vez os Beatles surgem com um produto inovador. Agora eles eram a ‘banda dos corações solitários do Sargento Pimenta’, e, em uma de suas melhores encarnações, Ringo se tornaria Billy Shears. Este seu alter-ego apresentaria a canção ‘With a Little Help From My Friends’, uma bela ode a amizade, e talvez sua melhor contribuição vocal aos Beatles.    

Já no final da banda, Ringo Starr foi ganhando força como compositor e ‘Don’t Pass Me By’ no ‘Album Branco’ e ‘Octopus’s Garden’ em ‘Abbey Road’, lhe concedem, pela primeira vez, créditos individuais na composição.

Com o final dos Beatles, poucos olhos se voltaram para Ringo, mas ele vinha gravando já fazia algum tempo velhos Standards de jazz, que ele ouvia com sua mãe quando ainda era uma criança em Liverpool.
Assim que a banda foi oficialmente desfeita, ele lança então o álbum ‘Sentimental Journey’, com arranjos de George Martin, Quincy Jones e Paul McCartney entre outras feras.
Em seguida Ringo muda totalmente de rumo e reaparece no final do ano de 1970 com um produto gravado em Nashville. Sempre um grande fã de música country-rock, ele requisitou os melhores músicos de estúdio da área e gravou o disco ‘Beaucoups of Blues’, muito bem recebido pela crítica americana.

Sempre um camaleão, logo depois Ringo estourou nas paradas americanas com o single ‘It Don’t Come Easy’ de sua autoria, que também lhe renderia ótimas críticas.

 Entre seus melhores trabalhos em estúdio da época estão sua participação nos primeiros álbuns de seus ex-colegas John Lennon e George Harrison. Afinal, Ringo era aquele parceiro que topava qualquer parada!

O cinema nunca deixou de ser importante para Ringo. Participações em ‘Candy’, ‘Blindman’ e atuações elogiadas em ‘The Magic Christian’ (Um Beatle no Paraíso) e ‘Caveman’ ( O Homem das Cavernas), o mantinham ocupado. Aliás foi neste último longa-metragem que ele conheceu sua atual esposa Barbara Bach.

Em 1973, Ringo resolveu levar mais a sério as gravações. Para seu próximo projeto ele recrutaria músicos talentosos para atingir seus objetivos. Além disso, pela primeira vez em 4 anos ele conseguiu unir os três ex-companheiros de banda no mesmo estúdio, ainda que em sessões distintas.  
O resultado foi o disco ‘Ringo’, sem dúvida o seu melhor trabalho até os dias de hoje.
‘Photograph’, composta por Ringo e George Harrison, é uma de suas músicas mais cultuadas até hoje. John Lennon faz uma grande homenagem a Starr e lhe oferece a canção ‘I’m The Greatest’, lembrando os velhos tempos de Liverpool.
Outros sucessos incluíam ‘You’re Sixteen’ e ‘Six O’Clock’ de Paul McCartney.

Animado com a grande receptividade de seu disco, Ringo logo começa a preparar o próximo. Apesar de não ter sido tão bem sucedido como o anterior, ‘Good Night Vienna’, também era um álbum de qualidade. Além da faixa-título composta por Lennon, a música ‘No No Song’ emplacou nas paradas, assim como sua cover de ‘Only You’, lançada em single.

No restante da década de 70, a carreira de Ringo tornou-se pouco inspirada. Algum tempo antes ele havia se separado de sua primeira esposa Maureen e deixado a gravadora  EMI.
Seus próximos trabalhos foram os irregulares ‘Ringo’s Rotogravure’ e ‘Ringo The Fourth’, e não foram bem recebidos.

Nos anos 80 ele quer dar a volta por cima e recruta amigos músicos para participar de seu grupo recém formado ‘Ringo & His All Starr Band’!
Esta banda itinerante se reuniria de tempos em tempos para gravar e excursionar. Dela fariam partes figurinhas inesquecíveis do mundo do rock como Billy Preston, Peter Frampton, Rick Danko e Levon Helm do ‘The Band’, Joe Walsh dos ‘Eagles’ e muitos outros.
Este grupo de amigos é renovado a cada reunião até hoje, e entre esses trabalhos, Ringo continuaria sua carreira-solo com álbuns deliciosamente inspirados como ‘Liverpool 8’ e mais recentemente ‘Y Not’.  

Será quase impossível para qualquer fã dos Beatles não se emocionar quando Ringo Starr pisar o palco do Gigantinho - 41 anos depois do ‘fim do sonho’ - e soarem os primeiros acordes, aquecendo os motores de um submarino amarelo inesquecível.

Que venha mais um Beatle!!!
                                                              
                                                        Publicado no Diário de Sta. Maria em 05/11/2011.


                                                           

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

O Gênio do Pink Floyd vem aí...




Roger Waters, deverá pisar no campo sagrado do Gigante da Beira-Rio no dia 25 de março do ano que vem. A gente sabe que ele não é uma unanimidade. Principalmente por ter deixado o Pink Floyd!
Muitos acham a fase inicial da banda, quando Syd Barret dava as cartas, melhor. Outros mais ainda, preferem o Pink depois da entrada de David Gilmour.
Nunca fui fã de carteira do rock progressivo. Porém, abria algumas exceções para alguns grupos de qualidade, e entre eles, claro, estava o Pink.
Não estou aqui também, para descobrir alguns álbuns que não fizeram tanto sucesso, e fazer de conta que eles são os melhores!


'Dark Side of the Moon' e 'Wish You Were Here', lançados entre 73 e 75, é claro que, para o meu gosto, estão num patamar acima de qualquer outro trabalho da banda. Neles, o toque de Waters é sem dúvida o grande diferencial, na composição e nos arranjos.
Como disse, não sou fanático por esse rock super-trabalhado, mas no início dos anos 80, eu estava entre os aficcionados que fizeram fila em frente ao cinema Glória, para assistir a pré-estreia do longa 'The Wall' da banda.
O filme 'The Wall' virou uma lenda. O disco lançado em 79, mexeu com as estruturas musicais, e quem sabe, intelectuais do mundo do rock e da galera em geral. Waters, começava ali a exorcizar seus fantasmas!
O desenho do filme complexo e inovador, assinado pelo cartunista Gerald Scarfe, inspirado nos pesadelos de Waters, também marcaria época. 

Como é quase regra em um conjunto de sucesso, com o tempo a banda passou por um desgaste muito grande, e em 1983, Waters assinaria seu último álbum junto ao Floyd.
O trabalho 'The Final Cut', como o sub-título informa, é um requiém pós-segunda guerra mundial. Aqui, Roger fala de pesadelos ainda mais sombrios, e mais reais, como a guerra, e lamenta o desperdício de vidas, que incluiu seu próprio pai, a quem o álbum é dedicado.


Roger Waters continuou a carreira-solo, em trabalhos que confesso não ter acompanhado a fundo. Porém, ficou chateado quando seus companheiros, Gilmour, Mason e Wright continuaram usando o nome da banda em seus novos álbuns e shows após sua partida.
Waters achava que ninguém tinha trabalhado mais do que ele pela banda, e que se alguém fosse levar essa herança adiante, esse alguém seria ele.
No fim, tudo se acertou, o Pink continuou sua carreira, com altos e baixos após a saída de Waters, tocando principalmente suas composições em shows ao vivo.
Pois bem, o homem vem aí! Em março, espero ser uma das milhares de 'cabeças-feita', como se dizia na época, a estarem  no melhor estádio do mundo pra curtir uma noite do 'muro indestrutível'!!

See you soon, Roger!