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terça-feira, 31 de maio de 2011

Mick Jagger - All Those Years!

                                                                      Bryan Adams 2008
                                                             

Livro de fotos novo no pedaço! Trata-se de 'Mick Jagger - The Photobook'.
Este livro sensacional é um tributo não só a figura do imortal Stone, mas também a todos os fotógrafos que o clicaram em todos esses anos.

                                                                  Jim Marshall 1972 


De 1964 até 2008, Mick é retratado por ilustres como Ethan Russell, Dominique Tarlé ( em Nellccôte), Jim Marshall, Annie Leibovitz, Andy Warhol e até Bryan Adams ( fotógrafo nas horas vagas), além de muitos outros.
Nada  mais a acrescentar: veja as fotos!!




                                                                    Annie Leibovitz- 1980        





                                                                                                                   

                                                             David Montgomery- 1971

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Duane Allman - O Mago da Slide


No ano de 2000, meu amigo Márcio Grings pediu minha colaboração com alguns textos para o fanzine 'Conexão Blues'. Participei com textos sobre Robert Johnson na primeira vez, e depois sobre Duane Allman.


Duane foi sem dúvida um dos maiores guitarristas slide de todos os tempos, apesar de sua curta trajetória entre nós. Ele também foi responsável pela meteórica transformação do Allman Brothers em uma banda estradeira e uma das que mais faria a cabeça do público em apresentações ao vivo.
 
Deixo aqui o texto inicial que fiz para o fanzine, sem a revisão final que foi feita para o livro 'Alto & Bom Som'!  Lembrando que no dia 29 de outubro completará 40 anos da partida de Duane Allman.                                     



                                                 "Um Gato Velho do Interior ”
                                                                                                         
 Sem os Allman Brothers talvez o blues-rock que curtimos não existisse. Sem Duane Allman certamente os Allman Brothers não existiriam.

 Duane era a alma da banda. Claro que seu irmão Greg Allman cantava pra caralho e Dickey Betts acabou se tornando um grande guitarrista - adivinhem quem foi o mestre? -, mas a guitarra de Duane era inconfundível, era "o som” dos irmãos Allman.
   
          Duane era a antítese do "astro de rock", era como diríamos aqui um cara do interior, que adorava pescar e tomar seu trago. Ele se autodefiniu e a seu grupo como "apenas gatos velhos do sul, cara".
 Um de seus ídolos era Eric Clapton, e, quis o destino, que quando ele foi assistir a gravação do lendário "Layla and other assorted love songs" de Clapton, em Miami, este o convidou - seguramente impressionado com sua técnica - para tocar no álbum.
Assim fez-se a História. Uniram-se duas das maiores guitarras do blues-rock que se tenha notícia.


Ouçam de joelhos, irmãos, canções do calibre de "Key to the Highway", "Tell the Truth", "Little Wing", "Why Does Love Got to Be So Sad", a já citada "Layla", e muitas outras...
Clapton estava no auge da forma antes de desabar de cara na heroína e de joelhos por Pattie Harrison, aliás, à quem "Layla" é dedicado.
 Duane não está nem aí, e dá um banho de interpretação. Seus solos se mostram mais pesados, acompanhando o clima louquíssimo das gravações.


          Outro grande trabalho de Duane, que infelizmente não tinha o dom de cantar, foi seu solo na versão de Wilson Pickett para "Hey Jude" de Paul McCartney, sem dúvida uma das melhores gravações de blues  de todos os tempos. Ouçam também seu slide-dobro em "Please Be With Me" do grupo country "Cowboy", em que Duane faz um pega sensacional com o violão de Scott Boyer. E pra arrematar, sua leitura de "Loan Me a Dime"combinada com o vocal de Boz Scaggs é de arrepiar.


Duane gostava de sons acústicos também, e numa de suas últimas gravações, ele chamou Dickey Betts e criou a delicada "Little Martha"na qual as duas violas (Duane no dobro), conversavam entre si num diálogo que poderia durar para sempre.
Infelizmente, não foi assim.


Duane era fanático por motos – motos da pesada -,  e numa de suas escapadas pelo interior da Georgia em 29/10/71, deu de cara – literalmente - com um caminhão carregado de melancias. Na época ele estava trabalhando à mil nas gravações do "Eat a Peach", talvez o melhor álbum dos Allman Brothers.


          Foi-se o homem mas ficou a lenda viva e imortal de Duane Allman guardada para sempre em nossos vinis e cd's. Quando quisermos lembrar como se toca uma guitarra pura, sincera e sem modismos temos que recorrer  a dois álbuns vitais: "An Anthology" e "An Anthology volume II" de Duane Allman, que qualquer fã de blues que se preze tem que ter em casa.

                 

domingo, 29 de maio de 2011

O Último Concerto de Rock!



Era uma vez uma banda. Não uma banda qualquer, 'A Banda'!
Este grupo formado por quatro canadenses seria responsável por uma revolução no rock dos anos 70. O gênio Robbie Robertson na companhia de feras do calibre de Levon Helm, Rick Danko, Garth Hudson e Richard Manuel, simplesmente balançou com as estruturas do que se conhecia na época como rock tradicional.


Tanto acompanhando Bob Dylan, como em seu disco de estreia 'Music From Big Pink', fomos apresentados a uma banda com um som diferente, uma mistura de folk, rock e blues.
O que é bom dura pouco, como se costuma dizer. Em 76, os carinhas se cansaram da estrada, se cansaram da Big Pink e talvez até de Shangri-la.


A despedida seria em alto estilo. Um show com convidados e amigos. 'Apenas' alguns luminares da música. O dia escolhido foi 27 de novembro, o Dia de Ação de Graças, e a cidade foi São Francisco.
Martin Scorsese foi o diretor de fotografia!


O time contava com Eric Clapton, Van Morrison, Neil Young, Emmylou Harris, Dr. John, Muddy Waters, Neil Diamond, Joni Mitchell, Paul Butterfield, Ringo Starr, Ron Wood, além é claro, de Bob Dylan!
Foi histórico!!
Poucas vezes vi um show tão emocionante e de tanta qualidade.
Poucas palavras são necessárias para descrever este grupo de amigos, afinal o nome já diz tudo. Eles eram 'The Band'!


Sua despedida merece ser assistida sempre que quisermos ter alguma noção de como uma banda de rock pode ser simples e boa ao mesmo tempo.
O rock perdeu um pouco de seu folego depois de 'The Last Waltz'!

domingo, 22 de maio de 2011

London Town - 1978



Após emendar vários álbuns de sucesso a partir de 'Band on the Run', além de uma excursão triunfal pelos EUA, e um disco triplo ao vivo, o WINGS parecia ter chegado em uma encruzilhada.

Paul McCartney, após estes anos desgastantes e preocupado com a nova gravidez de sua mulher, ficou imaginando qual seria o próximo passo de sua banda.
Algumas gravações iniciais foram feitas em Londres, no mês de janeiro de 77, antes de Paul assistir a um clip de Rod Stewart da canção 'Sailing', em que Rod gravava num iate. A partir desse episódio, o espírito aventureiro do velho Macca já sabia o que fazer.


Paul convocou seus acessores e fez os planos para uma viagem no verão para algum lugar paradisíaco, onde os WINGS poderiam levar sua família e gravar.
O local escolhido acabou sendo as Ilhas Virgens, e dois mega-iates foram alugados. 'Fair Carol', em que ocorreriam as gravações, e 'Wanderlust' - que depois viraria título de uma música no álbum 'Tug of War' -, que acomodaria Paul e sua família. O resto da equipe ficaria alojado em mais dois iates: 'Samala' e 'El Toro'.

No final de abril a banda chegou nas Ilhas Virgens e o projeto que inicialmente se chamaria 'Water Wings', foi pouco a pouco ganhando forma.
O WINGS apesar de todo o sucesso anterior, já não era um grupo coeso. Jimmy McCulloch, que inicialmente fora um membro muito ativo da banda, já fazia algum tempo que não tinha um bom relacionamento com Paul e Denny, e isto se reflete no disco, em que sua participação é apagada.
Logo após a volta para Londres, Jimmy abandonaria o WINGS para formar uma banda com Steve Marriot.
A banda de Jimmy também não duraria muito tempo e ele acabaria sendo encontrado morto em seu flat londrino, vítima de uma overdose.


O baterista Joe English era outro que não estava satisfeito com o andamento do projeto. O único americano do grupo estava sentindo falta de sua terra e também deixaria a banda logo após o retorno.

Apesar de tudo, boas canções foram gravadas no 'Fair Carol' durante o mês de maio. A que fez mais sucesso certamente foi 'With a Little Luck', mas que não se compara a pequenas pérolas como 'Famous Groupies' e 'Don't Let It Bring You Down'.


Paul trouxe uma lembrança de sua primeira viagem a Paris com John Lennon em 61, em 'Cafe on the Left Bank', e provavelmente uma de suas melhores baladas com 'I'm Carrying'. O projeto das Ilhas Virgens terminaria com as gravações de 'I've Had Enough' e 'Morse Moose and the Grey Goose'.
Após 30 dias, eles voltariam para casa com o projeto ainda inacabado. Linda estava no quinto mês de gravidez e Paul não queria arriscar.

Depois do nascimento de seu primeiro filho homem, James Louis, em setembro, um renovado Macca voltou aos estúdios de Abbey Road em outubro, não sem antes lançar o único single da banda naquele ano. O mega-hit 'Mull of Kintyre'/Girls' School', que havia sido gravado ainda em janeiro, acabaria batendo todos os recordes de vendas e de permanência em primeiro lugar nas paradas do Reino Unido.


Porém, havia mais trabalho a ser feito, e, como uma dupla - Paul e Denny Laine, com alguns toques de Linda nos vocais - eles voltaram aos estúdios. Paul havia tido uma ideia de homenagear a cidade que lhes dera tanto, e ao compor 'London Town', Macca tinha certeza que ela seria um hit e que ela acabaria sendo até o carro-chefe do álbum.
Denny também se inspirou, e sua contribuição, com 'a little help from his friend', pode ser um reflexo de uma fase feliz que ele vivia com sua esposa Jo Jo, e seus filhos: 'Children Children' e 'Deliver Your Children'.

McCartney ainda achou tempo para homenagear Elvis Presley, que deixara o planeta em agosto daquele ano, em 'Name and Adress' e compor uma baladinha, daquelas que só ele consegue, com 'Girlfriend', cantada tão suavemente que muitos imaginaram que fosse Linda nos vocais. Michael Jackson transformaria esta música em hit no ano seguinte.


'London Town' acabou sendo lançado em março de 1978, e a receptividade foi morna. Na verdade todo mundo estava começando a ficar mal-acostumado com Paul McCartney. Esperavam hits atrás de hits, e Paul começou a se cansar dessa cobrança.
Para o restante do ano, Macca iria pensar seriamente no que queria fazer. Continuar com a banda, ou seguir um novo caminho sózinho.
O futuro iria nos contar!

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Para Beatlemaníacos e Solitários!


Uma nova biografia de Paul McCartney pintando no pedaço, para aproveitar sua volta ao Brasil. Trata-se do livro 'Uma Vida' de Peter Ames Carlin.
A grande biografia de Paul até hoje, foi sem dúvida o livro 'Many Years From Now', de Barry Miles. Neste livro, Miles fez uma leitura brilhante dos anos 60 e da participação de Paul nos eventos daquela época.
Pelo que senti, este livro de Carlin publicado nos EUA em 2009, volta ao estilo de uma biografia normal, contando desde os primeiros dias de Paul em Liverpool em quase 400 páginas. Já tenho leitura pro final de semana...


Recebendo também o livro 'Clube dos Solitários' de Angélica Rizzi.
Angélica, é cantora, compositora, poeta e escritora. Este livro de contos, pelo que me informei, é inspirado na geração beat, e em Jack Kerouac em particular.
Parece muito interessante. Para quem quiser saber mais sobre a Angélica:
www.angelicarizzi.com

Era isto amigos, um ótimo fim de semana a todos, com Paul McCartney e Angélica Rizzi!


domingo, 15 de maio de 2011

Mary McCartney - Fotógrafa II

 
Já falei há pouco tempo sobre a fotografia de Mary McCartney e volto ao assunto agora.

Debora Dumphreys, minha amiga e fã de Paul e Linda McCartney, além de pessoa super-talentosa, traduziu este belo texto sobre a fotógrafa Mary McCartney que faço questão de dividir com vocês. Obrigado, Debbie!



Por John Manzione


Texto original (em inglês): http://xtremecamera.xtremecamera.com/articles/76
Tradução: Debora Dumphreys


Alguns fotógrafos levam anos desenvolvendo um estilo que caracterize seu trabalho, sua paixão, e quem realmente são, enquanto outros simplesmente pegam a câmera, aprendem a usá-la, e um estilo singular fica evidente desde o seu primeiro clique. Mary McCartney está na última categoria, baseado no que tenho visto em sua fotografia impressionante.




Mary McCartney é uma fotógrafa de gosto indelével e de uma elegância ‘quase de realeza’. Não foi o acaso, nem o seu ‘nome’ que motivou Tony and Cherie Blair a contratá-la para fazer as primeiras fotos do filho recém-nascido deles, Leo. Foi uma escolha que parecia natural para os Blairs, uma vez que estavam familiarizados com o trabalho de McCartney.

Penso que isso se deve ao seguinte: as fotos e a pessoa de Mary McCartney parecem se encaixar de forma natural. Não há simulação aqui, apenas sinceridade. Quem vê suas fotos é capaz de balançar a cabeça como se dissesse a si mesmo: “Essas fotos parecem se encaixar perfeitamente com a personalidade do fotógrafo”. Apesar da notável ausência de afetação ou, talvez por isso mesmo, nunca vi um autorretrato seu em todos esses anos em que venho estudando seu trabalho.

Para saber se eu estava certo sobre tudo isso, mostrei a dois amigos, também fotógrafos, fotos tiradas por Mary, sem revelar coisa alguma sobre ela. Cerca de meia hora depois, perguntei a ambos o que tinham achado das fotos e pedi que me dissessem se haviam conseguido captar algo sobre a personalidade de quem as havia feito. Se eu estivesse certo, eles também perceberiam a mesma coisa.



Em primeiro lugar, ambos ficaram impressionados com a ‘nova descoberta’. Nenhum dos dois tinha visto as fotos antes, e ambos as acharam excelentes, quem quer que as tivesse feito. Uma vez perguntados sobre o que conseguiam discernir do fotógrafo, ambos prosseguiram em dizer que havia algumas ‘coisas’ em cada foto que expressavam algo sobre o fotógrafo. Embora nenhum dos dois tenha tido tempo de combinar, ambos me disseram que havia uma certa ‘elegância’ na iluminação e que a composição era ‘clássica’, sem ser comum e que os retratos pareciam ser complexos, porém afetuosos estudos de personalidade. Ao ouvir a palavra ‘afetuosos’, peguei três retratos da Stella McCartney e perguntei especificamente sobre eles. Ambos disseram que, sem dúvida, eram retratos que mostravam amor pelo tema da foto. Um deles pensou que o fotógrafo estivesse fotografando sua namorada ou esposa. O outro concordou, mas também mencionou a possibilidade de que fosse a irmã da pessoa, porque embora se percebesse bastante afeto, não havia indícios de sexualidade, tão somente um verdadeiro carinho pelo tema.

Quando meus amigos descobriram que a fotógrafa era Mary McCartney, ambos disseram: “Quem?”. Expliquei-lhes, e ainda assim não fez muito sentido, o que acho bom. Quando disse que Stella era irmã da Mary, reagiram como se fosse óbvio e esboçaram um leve sorriso, como se quisessem dizer: ”claro”!

Depois dessa experiência, quiseram ver o que mais eu tinha de McCartney e a cada foto nova eles continuavam repetindo que, o tema central era que aquela fotógrafa era a elegância personificada.


Retratos:
Mary McCartney já fotografou algumas das mais famosas celebridades da cultura pop, incluindo Sienna Miller, Dennis Hooper, Claudia Schiffer, Kate Moss, Elvis Costello, Jude Law, Bono, George Harrison, Ringo Starr, Paul McCartney e Liam Neeson. Essa pequena lista dá apenas uma leve noção do que é o seu trabalho. Eu diria que os retratos são os melhores que já vi desses famosos. De alguma forma, McCartney consegue tirar a máscara que a maioria dos famosos têm e nos mostrar a verdadeira pessoa que há por trás dela. O fato das celebridades, especialmente atores, terem a capacidade de incorporar novas personas sempre que necessário, torna difícil o trabalho de retratá-los com arte e de forma interessante e honesta, uma habilidade que McCartney desempenha com facilidade e graça.




Observando as fotos pessoais em suas exposições, achei que as mais virtuosas e expressivas são as de sua irmã, a designer de moda, Stella McCartney. É fácil perceber que algumas das fotos com Stella são fotos reveladoras de irmã para irmã, porém, em cada uma delas há uma certa elegância e beleza que diz muito sobre a pessoa fotografada, bem como sobre quem está por trás das lentes. Uma dessas fotos, em especial, seria algo pelo qual eu pagaria o que fosse necessário para ter uma cópia: é a da Stella com um cavalo malhado. É um retrato íntimo realmente notável, em todos os sentidos.


Trabalhos Comercias:
Mary McCartney trabalha para empresas que se deram bem com o estilo desenvolvido por ela ao longo dos anos. Empresas como a Mandarin Oriental, uma rede de hotéis 5 estrelas, Adidas, AGA e Stella McCartney, são clientes perfeitos para ela porque todos parecem estar no mesmo patamar no que diz respeito a apresentar um certa imagem ao público.


Edições e Exposições:
Mary já fotografou para as revistas Harper’s Bazar e Interview Magazine, entre outras. Suas exposições incluem a “Off Pointe – A Photographic Study of the Royal Ballet After Hours” (Off Pointe – Um Estudo Fotográfico do Royal Ballet Depois de Horas”), onde ela foi convidada ao privadíssimo mundo do Corps de Ballet. O resultado foi uma série de fotos em preto e branco que mostraram o trabalho fatigante dos dançarinos para apresentar o melhor show possível. Seu trabalho rompeu com a ilusão do que o público vê no palco e o que realmente acontece por trás dele. É uma exposição impactante.


O Futuro:
Um livro está programado para ser publicado em setembro de 2010, o que com certeza, irá conquistar um público ainda maior. Se Mary escolher a produção de vídeos no lugar de fotografia, tenho certeza de que fará um tremendo sucesso neste segmento também (assistam ao vídeo “Wingspan” e vocês vão entender), mas espero que Mary mantenha a fotografia em primeiro lugar, deixando a produção e a direção de vídeos como segundas opções criativas.


Por que se interessar?
É evidente que Mary McCartney conhece os mecanismos da fotografia. Não se pode fazer fotos como as dela sem saber exatamente como a iluminação deve ser usada em conjunto com a abertura, a velocidade do diafragma, a velocidade do filme, a pós-produção digital e um profundo conhecimento de sua habilidade. Ao mesmo tempo, McCartney tem uma profundidade tão grande como artista, e o poder de suas imagens é tão absoluto, que pode nos deixar sem fôlego, hipnotizados, querendo mais. Mary McCartney tem o poder de criar fotos que serão eternamente novas. Não importa qual seja o ‘estilo do momento’, não importa onde a atenção do público estiver – o nível de elegância e a extraordinária sinceridade do trabalho de Mary permanecerá por muito tempo.

Se você gosta de belos retratos ou se quiser ver o quanto de elegância está exibida em fotografias – tanto pessoais, quanto comercias, visite o site de Mary McCartney. Note que mesmo nos portifólios comerciais, McCartney se manteve fiel ao seu estilo e fez um trabalho bem sucedido tanto a nível comercial quanto a nível artístico.

FIM

Acrescento algumas fotos do livro 'From Where I Stand' de Mary McCartney em que ela mostra todo seu talento. 


 
 
 
 

Parabéns Debbie, pela tradução precisa!!

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Wings Over America - 1976


Paul McCartney sempre foi o 'beatle' que mais curtiu apresentações ao vivo e turnês! Nos idos dos anos 60, ele era sabidamente o cara que enfrentava a imprensa e os fãs, nas intermináveis excursões do 'Fab Four', e nunca se incomodou com isso.
Quando a banda terminou, ele logo começou a planejar uma nova forma de excursionar. Assim, com a criação do WINGS, o projeto amadureceu.
Para a banda ganhar experiência, em 1972, Macca viajou pelo interior do Reino Unido, onde se apresentou em universidades, praticamente de graça.
Com a nova formação da banda, estabelecida desde 1975, Paul sentiu que chegara a hora de uma retomada das apresentações para grandes plateias.
Assim ele partiu em turnês pela Austrália e Europa em meados de 76, aquecendo para chegar aos EUA em pleno verão.


Toneladas de equipamento de última geração foram deslocados para estas apresentações do WINGS. A América seria invadida em mais de 40 shows!!
Pela primeira vez, Paul cantaria alguns sucessos de sua ex-banda, misturados ao repertório atual do WINGS. McCartney não queria cometer o mesmo erro de George Harrison em sua desastrosa turnê americana de 74, em que George evitava cantar as músicas antigas dos Beatles, deixando a galera decepcionada.

A acolhida dos americanos para Macca e sua banda foi fantástica. Todos os shows tiveram lotações esgotadas. Um show em particular, o de Seattle, foi escolhido para  a maior parte das gravações do que seria um disco ao vivo, o primeiro do WINGS!


No final daquele 1976, Paul lançaria o 'Wings Over America', álbum triplo, com o resumo de todos os seus shows americanos. Nunca vou esquecer a sensação de ter aquela bolacha nas mãos - graças a minha mana Titina, que naquele tempo morava no Rio -  em dezembro daquele ano.
O início dos shows - e do disco - era com 3 canções interligadas que deixavam o ouvinte sem fôlego: 'Venus and Mars'/'Rock Show'/'Jet', abertura que ele voltou a usar na atual turnê mundial. Enfim, rockões pra ninguém reclamar!

A sensação que tive de imediato, ao ouvir o disco, foi de que ao vivo, a banda pegava bem mais pesado do que no estúdio. Canções que pareciam pálidas e desmotivadas na versão original, ao vivo ganhavam força, como 'Let'Em In' e 'Beware My Love' do último álbum.
No lado 2, após a apaixonante versão de 'Maybe I'm Amazed', de seu primeiro trabalho solo, Paul abre espaço para o primeiro set 'beatle' do show: 'Lady Madonna' e 'The Long and Winding Road', com Macca dando as cartas ao piano.
Este lado é encerrado com 'Live and Let Die', que também se tornaria um clássico das turnês de Macca, sendo exigida em suas apresentações até hoje, com direito a efeitos especiais e explosões.


Um capítulo a parte foi a seção de metais do WINGS. Paul levou 4 músicos de estúdio para a estrada, o que proporcionou uma maleabilidade sonora extra à banda. Howie Casey e Tony Dorsey, que já haviam tocado em vários álbuns com Paul, foram acompanhados por Thaddeus Richard e Steve Howard no sax, trumpete e trombone.
Havia espaço para canções de outros compositores. O guitarra-solo Jimmy McCulloch apresentou sua canção 'Medicine Jar' de 'Venus and Mars' ( prefiro a versão de estúdio).
Denny Laine compareceu com uma cover: 'Richard Cory' de Paul Simon, muito legal, e seu velho sucesso do tempo dos 'Moody Blues' chamado 'Go Now', que fazia a cabeça das menininhas no início dos 60.
Sua melhor performance porém, foi com 'Time to Hide', parecendo uma música completamente diferente em relação a gravação pastosa presente em 'Wings at the Speed of Sound'. Esta música de Denny, foi talvez a mais aplaudida dos shows.
No final do lado 3, veio um set acústico, em que Paul reunia Denny, Jimmy e Linda em banquinhos no palco e cantava, 'Bluebird' e outras três canções de sua ex-banda: 'I've Just Seen a Face', 'Blackbird' e 'Yesterday', acompanhados de violões, para o delírio da galera.
Sucessos da época - como 'Silly Love Songs', 'Listen to What the Man Said' e a mais antiguinha 'My Love' -, não faltaram.


Pra encerrar o lado B do terceiro vinil, Macca começou bem! 'Letting Go', com um arranjo bem mais rápido e vigoroso do que o presente em 'Venus and Mars', foi uma bela surpresa. Eu ainda achava a versão de estúdio, mais calminha, melhor e mais charmosa, até ouvir Paul cantando ao vivo em POA ano passado, onde acho que ele conseguiu um meio-termo entre os dois arranjos, que pra mim foi o ideal.
Pra arrematar, 'Band on the Run' e outro rockão da época, 'Hi Hi Hi', enlouqueceram o público, antes do tremendo final com 'Soily', um rock inédito que Macca apresentou pela primeira vez naquela turnê.

'Wings Over America', somado ao sucesso de seus álbuns anteriores, daria a Paul o cacife que ele precisava em carreira-solo, e que o tornaria praticamente imbatível como hit-maker nos anos seguintes.

Foi assim, pessoal, que Paul McCartney dominou novamente os palcos dos EUA e do mundo inteiro. Seus discos venderiam mais do que os dos Beatles e do que qualquer outro, nos anos 70. Seu sucesso foi tamanho, que o Guinnes Book, em 1979, o presenteou com um 'Disco de Ródium' - metal raríssimo -, por considerá-lo o artista mais bem sucedido de todos os tempos!



Feira do Livro



Está rolando em Santa Maria, desde o dia 2 de Maio a Feira do Livro! Uma das mais antigas e maiores do estado, sem dúvida!
Agora há pouco, tive o prazer de almoçar com meus amigos Márcio Grings e Paulo Chagas, quando fiquei sabendo de uma novidade! O Chagas estará lançando hoje ás 17 hrs. na feira, o livro 'Obras Encolhidas' de Diomar Konrad, ilustrado pelo Paulo.
Acabei de adquirí-lo e já o li!!
Muito legalzinho, tem umas tiradas ótimas, e os desenhos e a diagramação do Chagas dão um charme especial ao trabalho!
Parabéns aos dois!



Deixo aqui, uma tirada do Konrad para quem, como eu, 'gosta de perder tempo'.

"A especulação amorosa acontece quando você mente e os outros acreditam, subindo sua cotação na bolsa de valores." 

Sucesso, rapazes!

quarta-feira, 11 de maio de 2011

For All We Know


Algum tempo atrás já falei sobre a voz de Karen Carpenter. Ela fez uma linda versão dessa música de James Griffin do Bread, que comentei no post anterior. Karen uma das cantoras mais talentosas que já ouvi, infelizmente tinha problemas sérios de auto-estima e acabou morrendo de anorexia em 1983.


Jimmy fez uma demo dessa canção para o filme 'Lovers and other Strangers'. No filme o vocalista foi Larry Meredith. Vamos ficar aqui com a voz linda de Karen.


domingo, 8 de maio de 2011

Retrospective - Bread & David Gates!


Nos áureos tempos do início dos anos 70, sempre que pintasse uma voltinha de carro - de carona, claro - uma voz de falsete insistia em aparecer nas 'ondas do rádio'!
Com o tempo vim a saber que se tratava da banda californiana BREAD, e que a voz pertencia a David Gates!
Estava tendo contato pela primeira vez com a música que depois ganharia o rótulo de soft-rock.
Gates era mesmo um gênio da música romântica, um compositor de mão-cheia e um vocalista inigualável.


Porém, o BREAD não era só David Gates. Havia outro vocalista chamado James Griffin, cuja voz, mais forte, contrabalançava a pegada mais suave de Gates. Jimmy era mais rockeiro, e foram dele as melhores contribuições neste estilo para a banda.


O BREAD começou sua carreira em janeiro de1969 com o álbum homônimo 'Bread'. Neste trabalho a banda ainda se resumia a um trio: Gates, Griffin e Robb Royer.
Royer além de vocalista era parceiro de Jimmy Griffin em suas composições. Importante salientar que todos os componentes do grupo eram multi-instrumentistas. David preferia a guitarra e o violão, mas também encarava o piano e o baixo, assim como Jimmy. 
'It Don't Matter to Me' e 'London Bridge' foram os seus primeiros sucessos desta época.


Para o segundo disco, lançado em julho de 1970, chamado 'On the Waters', eles acrescentaram um baterista permanente à banda, Mike Botts. 'On the Waters' fez a banda se tornar conhecida em todo os EUA, e o single 'Make it With You' arrasou nas paradas de sucesso.


Em 1971, eles surgem em março com outro gande trabalho: 'Manna'! Álbum mais conciso que os anteriores, porém sempre com destaque para as composições de Gates, entre elas 'She Was My Lady' e 'If'. Esta última se tornou o primeiro sucesso mundial da banda, e foi responsável pelo seu reconhecimento como os reis do soft-rock.
O BREAD queria mais. Em 72, eles acrescentariam um tecladista experiente à banda. Larry Knechtel, talentoso músico de estúdio de Los Angeles, e o criador do solo de piano de 'Bridge Over Troubled Water' de Simon & Garfunkel, se junta ao BREAD. O resultado imediato foi a saída de Robb Royer, que preferiu se dedicar apenas a composição.


A presença de Knechtel foi determinante para apresentações ao vivo e para os trabalhos que viriam a ser lançados em 72.
'Baby I'm-a Want You' foi o primeiro álbum do ano, com David arrasando na canção título além de outros mega-hits como 'Diary' e 'Everything I Own' ( uma das canções mais regravadas de todos os tempos ) e Jimmy compareceria com 'Dream Lady' e 'Just Like Yesterday'.
Apesar do sucesso, os primeiros desentendimentos entre David e Jimmy começam nessa época. Griffin queria um som mais pesado, David achava que não se podia lutar contra o que o público esperava deles.
No final daquele ano eles resurgem com 'Guitar Man', e Gates parece provar sua teoria. Era com aquele tipo de som que eles haviam ficado conhecidos, e ele não pretendia alterá-lo. A música 'The Guitar Man', com um magistral solo de guitarra de Larry Knechtel, foi o maior sucesso da banda. 'Aubrey' e 'Sweet Surrender' também implacaram.
Griffin não digeriu bem a maior receptividade para as canções de Gates e o BREAD deu um tempo.
Durante esse período de recesso, David começou sua carreira-solo com 'First' em 1973, que trazia pequenas jóias como 'Sail Around the World' e 'Ann', em um disco muito bem recebido. 
O álbum seguinte 'Never Let Her Go' de 75, não obteve tanta aceitação, apesar do hit da canção-título.


Em 1977 eles tentariam novamente, em uma reunião em que o resultado foi 'Lost Without Your Love', que nos mostrava uma banda com pouca afinidade. Logo David Gates partiria novamente e, no final deste mesmo ano ele estava ocupado compondo a música para o filme 'The Goodbye Girl'.
Jimmy Griffin, Larry Knechtel e Mike Botts tentaram uma retomada nos anos 80, com o sugestivo nome de TOAST, porém, sem qualquer resultado. Jimmy lançou alguns trabalhos com relativo sucesso, sendo o melhor o disco 'Breakin' Up is Easy'.
Uma curiosidade sobre Griffin é que em 1970 ele chegou a ganhar o 'Oscar' de melhor canção com 'For All We Know', composta em parceria com Robb Royer para o filme 'Lovers and Other Strangers'. Ironicamente, esta canção se parecia muito com as composições de Gates.
Aos poucos a carreira de David também foi se estabilizando e ele passou a lançar álbuns esporadicamente, como 'Falling in Love Again' (1980) e 'Love Is Always Seventeen' (1994), com a participação de Knechtel.
Jimmy e Mike Botts faleceram em 2005.
Larry Knechtel continuou sua carreira bem sucedida de músico de estúdio até morrer em 2009, e David Gates aposentou-se como um fazendeiro milionário! 

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