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segunda-feira, 18 de abril de 2011

Na Estrada! - 127 Horas!


'127 Horas'! Livro de Aron Ralston. 
Canionista, escalador e estradista, Aron passou por momentos difíceis (127 horas para ser mais preciso), em uma de suas aventuras. Ao cruzar um cânion , uma das enormes rochas suspensas precariamente, resolveu despencar justamente quando ele se encontrava no seu trajeto. Resultado: Aron não morreu, mas ficou com seu pulso preso entre a rocha que se desprendeu e a parede rochosa do cânion, uns 12 metros abaixo da superfície.


Bem, estou ainda na metade do livro, mas pelas fotos pode-se ter uma ideia do que aconteceu. O importante é que Aron Ralston sobreviveu, graças a uma força de vontade e garra impressionante.
Ele era fã dos livros de Jon Krakauer, outro aventureiro, escalador e escritor americano. 
Ralston citou no seu livro um trecho de uma carta de Chris McCandless - também conhecido como Alex Supertramp - que fazia parte do livro de Krakauer, 'Na Natureza Selvagem'.... Impressionante como a gente acaba chegando no mesmo ponto!
O trecho é este: "Tantas pessoas vivem presas a circunstâncias que as deixam infelizes e ainda assim não tomam a iniciativa de mudar a sua situação porque estão condicionadas a uma vida de segurança, conformismo e conservadorismo, o que parece lhes dar uma sensação de paz de espírito, mas na realidade nada é mais prejudicial ao espírito aventureiro presente em cada ser humano do que a perspectiva de segurança no futuro. O verdadeiro sentido no âmago do espírito que vive no ser humano é a sua paixão pela aventura. A alegria de viver vem dos nossos encontros com as experiências novas e por isso não existe uma alegria maior do que ter um horizonte que esteja mudando sempre, como um sol novo e diferente a cada dia."


Este livro, '127 Horas', pelo que ouvi, foi adaptado para o cinema e concorreu ao Oscar* deste ano! Mas não sei, aí também não é a minha praia.

P.S. Clique nas fotos para ampliar!! Ou veja o trailer do filme.
*

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Walden - A Casa do Lago!


Não tem jeito, volta e meia eu acabo voltando a ler alguma coisa relacionada à natureza ou a estrada, ou algo parecido.
De Henry David Thoreau eu já havia lido alguma coisa, lembro bem do livro 'A Desobediência Civil', muito mais um manifesto. O que 'Walden' também não deixa de ser.
Ontem estava assistindo um filme chamado 'The Sandpiper' ( Adeus às Ilusões ), com Richard Burton e Elizabeth Taylor. A personagem de Liz é uma artista incoformada que cria seu filho pequeno em uma pequena casa na beira de uma praia deserta. O pastor ( Burton ), leva o menino para sua escola e se apaixona pela mãe do garoto. Na verdade ele se apaixona pelo seu modo de vida, e cita Thoreau, cita 'Walden'!


A L&PM disponibilizou uma edição de bolso deste livro. A apresentação, como não poderia deixar de ser, é de Eduardo 'Peninha' Bueno. Ele comenta: "Thoreau foi único, solitário e inimitável.".... "Misantropo, misógino, radical e irredutível, parecia cultivar a inconveniência como virtude."


H. D. Thoreau salta aos olhos para mim, como o primeiro grande ecologista, um cara que se preocupava com a natureza, e que,  naturalmente, se preocupava com as pessoas. Ele extraía tudo o que precisava do mato, mas sem colocar uma armadilha. Quando necessitava de companhia - Thoreau não era uma ilha - caminhava até o povoado mais próximo, e o máximo que se permitia era ficar algumas horas, antes de voltar ao seu retiro as margens do lago Walden. Thoreau desprezava o sistema, sabe-se que nunca pagou um imposto na vida, o que lhe custou alguns dias na prisão!


Vou deixar vocês, meus amigos, com as palavras dele, na página do livro que estou neste momento:

"Não é quimera minha
Para adornar uma linha;
De Deus e do Céu vou me acercar
Tendo em Walden modelo exemplar.
Sou a margem que o rodeia
E a brisa que por ele passeia;
Na concha da mão abrigo
Suas areias e águas comigo,
E seu mais profundo recesso
Ocupa na mente lugar excelso."

[It is no dream of mine,
To ornament a line;
I cannot come nearer to God and Heaven
Than I live to Walden even.
I am its stony shore,
And the breeze that passes o'er;
In the hollow of my hand
Are its water and its sand,
And its deepest resort
Lies high in my thought]

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Um Dia Na Vida Dos Beatles!


As imagens a seguir são do livro de fotos de Don McCullin 'A Day in a life of The Beatles' ( Um Dia na Vida dos Beatles), publicado agora pela Cosac Naify.
Don já era um renomado fotógrafo de guerra quando foi convidado a fotografar os Beatles no verão de 1968. Ele os clicou na área da Old Street até Limehouse, e depois na casa de Paul em St. John's Wood. 

Achei que já conhecia todas, mas não. Fica aqui uma pequena amostra tiradas do livro, desta sessão histórica.
Penso que não necessitam de legendas!!



























"Cheguei vestido com um terno rosa e ele fez algumas fotos coloridas. Também havíamos levado outras roupas. Sugerimos alguns locais, e Don indicou outros. Fomos ao cemitério e até a margem do rio. De repente, acabamos num salão com um piano e um papagaio, tudo muito surreal, surreal como toda aquela época." *

* Paul McCartney na apresentação do livro.

sábado, 9 de abril de 2011

Wings at the Speed of Sound - 1976


O ano de 1976 ficará na lembrança de Paul McCartney como o de seu maior sucesso na década e o auge de sua banda Wings.
A formação consolidada desde 74 com as entradas de McCulloch e English, a maior participação de Denny Laine, e até Linda dando seus toques, resultou num som mais equilibrado e em um maior entrosamento do grupo.
'Band on the Run' e 'Venus and Mars' haviam recolocado Paul nos holofotes, e agora a responsabilidade também aumentava. Como nos tempos dos Beatles a expectativa era sempre de crescimento a cada álbum.

McCartney não tinha mais preocupações com a mídia havia muito tempo. Ele tinha passado por todos os estágios de críticas. Primeiro havia sido idolatrado no tempo da Beatlemania, e depois esculachado e ofendido pela maior parte da imprensa quando do início de sua carreira-solo.
Lembrando da 'acusação' de que só sabia compor canções bobas, baladinhas românticas, Paul teve a simples ideia de compor 'outra canção boba de amor', só pra zoar com os detratores! 
Surgiu assim um mega-hit do ano de 76, chamado 'Silly Love Songs', que se tornaria o carro-chefe do álbum 'At the Speed of Sound'.
Quando uma rádio aqui de SM, - ou, imagino, dos quatro cantos do mundo - era sintonizada na época, não seria possível passar meia-hora sem ouvir os acordes iniciais desta canção. E Paul perguntando, claro, 'o que há de errado em encher o planeta com tolas canções de amor'???


Tendo já satisfeito seu desejo de vingança contra os críticos em geral, McCartney resolveu dar uma força pra banda no restante do álbum. Jimmy McCulloch que já havia estreado como compositor e vocalista no álbum anterior apresenta outra canção chamada 'Wino Junko', um rock esperto, embora não tão bem sucedido quanto sua primeira contribuição para a banda. 'Junko' era o apelido de Jimmy.
O baterista Joe English canta a inofensiva 'Must Do Something About It' de Paul, e Linda adequadamente interpreta 'Cook of the House', com direito a panelas fritando algum alimento - vegetariano diga-se de passagem.
Quem rouba a cena é o velho parceiro Denny Laine, com 'Time to Hide'. Esta canção que seria apresentada ao vivo na turnê que estava por vir, levaria a galera ao delírio nas suas execuções. Comentou-se na época que Paul inclusive ficara com ciúmes do sucesso de Denny. Que maldade!

Em sua maioria as canções do 'Speed..' eram bem menos inspiradas que a de seus antecessores, mas fazer o quê? O disco caiu no gosto da galera.
*

*
Outro sucesso em single foi a abre-alas, 'Let'Em In', mais uma canção simplesinha mas bonitinha, e que Paul voltou a apresentá-la ao vivo nas gigs atuais. Nesta canção, marcada pelo rufar de tambores, McCartney deixa claro quem são as pessoas bem-vindas à sua casa. 'Sister Susi' é mais conhecida como Linda McCartney. 'Brother John', é seu mano John Lennon.'Martin Luther' ( King) também é bem-vindo. 'Phil and Don', a dupla do Everly Brothers. 'Brother Michael', seu 'outro' irmão Mike, o 'Tio Ernie' e 'Auntie Gin', a tia que o acolheu quando sua mãe morreu.


Nas fotos do encarte note-se Macca tocando um enorme baixo acústico vertical. Este baixo pertenceu a Bill Black, baixista de Elvis Presley na década de 50. Linda o comprou em um leilão e o deu de presente de aniversário a Paul. 

O que me deixou meio cabreiro neste disco, foi a produção das faixas. Ela parece ter sido feita apressadamente, talvez pelas datas da turnê que se aproximava. O fato é que o som, saiu abafado. Várias destas canções quando apresentadas ao vivo, teriam um peso completamente diferente.
Uma menção honrosa a sessão de metais de Paul, composta por Tony Dorsey, Thaddeus Richard, Steve Howard e Howie Casey, este último, presente desde os tempos de 'Band on the Run'.

Ao contrário de outros álbuns em que colocam-se bônus para encher linguiça, aqui temos algumas curiosidades na edição da 'Paul McCartney Collection'. 
A canção instrumental 'Walking in the Park with Eloise' foi composta por ninguém menos que Jim McCartney, pai de Paul. Esta música foi gravada ainda em New Orleans em 1974, e foi creditada a 'The Country Hams' quando lançada em single. Na verdade era Paul, alguns membros do Wings e músicos de estúdio de New Orleans que a gravaram. E por sinal, é bem bonitinha!
Outra bônus é o lado B de 'Eloise', chamada 'Bridge on the River Suite', outra instrumental. E fecha as bônus, a country 'Sally G', também lançada apenas em single em 1974. Quem disse que um inglês do norte, não sabia compor música country??


Em meados de 76 este álbum chegou ás lojas, e o sucesso foi espantoso. E tudo ainda estava apenas começando. O single 'Silly Love Songs' estouraria logo a seguir e a excursão de Paul, que passaria pela Grã-Bretanha, Austrália e EUA o consagraria como o maior super-star da década!!
   

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Venus and Mars - 1975 - The Paul McCartney Collection


Depois do final da melhor banda do planeta, esta fase de 74/75, foi a melhor de Paul McCartney, profissionalmente, até então.
Paul já tinha recuperado a forma e o prestígio no álbum anterior, o aclamado 'Band on the Run', e tinha grandes expectativas para o próximo.
Antes das gravações do 'Band..' na Nigéria, os membros do grupo Wings, Denny Seiwell, baterista, e Henry McCullough, guitarrista-solo, haviam deixado a banda. Paul já pensava em levar para a estrada as novas canções então resolveu substituir os membros que haviam partido.
Para a bateria, o escolhido foi o inglês Geoff Britton, mais conhecido por ser faixa-preta no karate. Para a guitarra-solo, o convidado foi o escocês, menino-prodígio da guitarra, Jimmy McCulloch, egresso do 'Stone The Crows'.
Com o time completo, o Wings embarca para New Orleans em 1974. Paul esperava um ambiente mais tranquilo para as gravações ao contrário do projeto da Nigéria, mas os problemas logo começaram. 
O baterista Geoff Britton, não se afinou com o resto da banda, e após participar de poucas sessões, foi dispensado e mandado de volta para Londres.
McCartney teve de pesquisar por bateristas disponíveis no mercado americano, e após algumas audições, escolheu, o americano - apesar do sobrenome - Joe English.


Uma ideia que sempre acompanhou Paul, desde os tempos do 'Sgt. Pepper', foi compor canções que tivessem algo a ver com um tema em conjunto, algo como o tão falado 'álbum conceitual', coisa que 'Sgt Pepper' nunca foi. Para isso, Paul contava com uma canção-tema, chamada 'Venus and Mars'. 
Esta pequena canção funciona como uma apresentação da banda ou do show que está para começar, como 'Billy Shears' havia sido apresentado no 'Pepper', antes de 'With a Little Help From My Friends'.
O que se ouve a seguir é um dos rockões mais poderosos compostos por McCartney, chamado apropriadamente de 'Rock Show'. Essa canção funcionaria espetacularmente ao vivo, e até hoje em dia Paul a usa nas turnês. Na coda da música, o famoso pianista de New Orleans, o grande Allen Toussaint, dá uma canja.
O tema principal do álbum passou a ser então, o show em si! E os temas das músicas variavam. 'Love in Song', é uma bela balada a la McCartney, repleta de violões de 12 cordas.
A música de cabaret estilo anos 30, que Paul adorava, se faz presente com a deliciosa 'You Gave Me the Answer'.  
Para quem não sabe, Paul era um grande fã dos gibis da Marvel. Quando estava na Nigéria ele fazia uma visita semanal ao mercado local para arrecadar os últimos lançamentos do gênero das revistas em quadrinhos. Nada mais justo do que ele compor sua própria canção homenageando seus heróis. Assim em 'Magneto and Titanium Man' desfilam vários personagens dos comics, entre heróis e vilões, misturados com uma suposta realidade.



Atenção para a última faixa do lado 1, chamada 'Letting Go'. Esta é com certeza, um dos melhores trabalhos de composição de Paul, tanto na letra como na melodia. Injustamente lançada em single sem o sucesso que merecia. Paul apostava muito nela, e até hoje ainda a apresenta ao vivo, sinal de que a considera especial. Tive o prazer de ouvi-la no Beira-Rio! Pra mim, uma das melhores do show!!


Pra começar o lado 2, Paul vem com 'Venus and Mars-Reprise', mas o tema da canção já não tem mais nada a ver com o show. A atenção maior passa a ser mesmo para as estrelas no céu. Alguns amigos passaram a chamar Paul e Linda de Marte e Venus, após este disco...
Outra canção bem feita, foi 'Spirits of Ancient Egypt', na qual Denny Laine, o membro mais fiel do Wings, assume o vocal no início e depois o divide com Paul e Linda.
Em 'Medicine Jar', quem brilha é o novo membro da banda Jimmy McCulloch, que abastecido por muito eco, e tocando uma guitarra muito esperta com um wah-wah contagiante, anima o disco. A ironia sobre Jimmy, é que ele compôs duas canções para a banda, e ambas falando dos malefícios das drogas. Em 1979, após deixar o Wings, ele seria encontrado morto em seu flat londrino, devido a uma overdose.


Como um crooner, e deixando claro que o estilo de New Orleans lhe caía bem, Paul arrasa na canção seguinte, a estilo soul-blues-jazz chamada 'Call Me Back Again'. Nem todos os cantores de rock possuem tantos recursos vocais assim!
A mais badalada do álbum foi sem dúvida, 'Listen to What the Man Said', uma típica canção McCartney, com muitas mudanças de ritmos e instrumentos diversos. Paul trabalhou muito nela, inclusive convocando o guitarrista Dave Mason, que se encontrava em turnê na cidade. Ainda não satisfeito depois de vários takes, Paul achou que um solo de sax era o que faltava, e Tom Scott da L.A. Express, deu o toque final no quebra-cabeça. Lançada em single, esta música venderia como banana. 
Em tempo, esta canção não se refere a Deus, como muitos imaginaram! O 'man' não é Ele, como esclareceu Paul, poderia ser eu, você, um amigo dele, enfim qualquer pessoa!
Apesar de um certo anti-climax, McCartney termina o álbum com outra bonita balada, desta vez pedindo compreensão para os mais velhos em 'Treat Her Gently - Lonely Old People'.
A instrumental 'Crossroads' serve de coda para o disco, e no fundo era uma piada, que poucos aqui no Brasil poderiam entender. 'Crossroads' era o tema de um programa que passava na BBC à noite, e que muitos idosos assistiam. Então as 'pessoas mais velhas e sózinhas' ainda tinham 'crossroads' para ouvir! 
Paul e seu bom humor! 
Na edição da 'Paul McCartney Collection' vieram 3 bônus, todas totalmente dispensáveis.


'Venus and Mars' chegou ao mercado em 1975 com grande expectativa dos fãs, e se não conseguiu suplantar seu antecessor, 'Band on the Run', pelo menos continuou a marcar a boa fase de Paul com o Wings que ainda se estenderia até 1976, com sua famosa turnê norte-americana, que marcaria época!

P.S. Foto da capa de Linda McCartney, com duas bolas de bilhar numa mesa, representando os planetas!