No mesmo dia da morte de John Lennon, dia 08, nascia o Rei Lagarto, mais conhecido como James Douglas Morrison, ou simplesmente JIM! Ele completaria ou completou 67 anos! Figura carismática e inesquecível, o cara evaporou-se da face da terra no dia 03 de julho de 1971. Pode ter tido um ataque cardíaco na banheira - a única testemunha, Pam, não está mais entre nós - ou pode ter escapado para uma vida totalmente diferente nos confins da África.
É bom saber que ele têm ainda apenas 67 anos! Se o Paul com 68 canta tudo aquilo, quem sabe o Jim... Bem, deixa pra lá...
Texto abaixo também do 'Alto & Bom Som'! Grande desenho do Paulo Chagas!
As Portas da Percepção
James
Douglas Morrison nasceu na Flórida, em dezembro de 1943, filho de uma família
conservadora – seu pai era almirante da marinha americana. Desde menino, Jim
devorava as poesias de Rimbaud, tornando-se, ele próprio, um poeta. Seu talento
para as letras o fazia preencher cadernos inteiros de poemas e seu amor pelas
palavras só era rivalizado pelo seu interesse por fotografia.
Jim vai
de mala e cuia para a Califórnia no início dos anos 60 e ingressa na UCLA (Universidade
da Califórnia, Los Angeles), onde cursa Cinema.
Morrison
se forma, mas suas poesias o levam a trilhar outro caminho. Em um encontro
casual na praia de Venice, com seu ex-colega de faculdade Ray Manzarek, Jim lhe
mostra alguns de seus poemas. Manzarek logo fica impressionado, principalmente
com um poema chamado ‘Moonlight Drive’.
Ray
Manzarek, além de se interessar por cinema, também era um tecladista à procura de
uma banda. Ele sugere a Jim musicar seus poemas e indica seus amigos Robbie
Krieger – guitarrista de influência flamenca – e John Densmore – apaixonado
pelo jazz – para completar o conjunto.
Jim,
ainda um rapaz tímido, não estava certo de que este arranjo funcionaria, mas,
em ensaios diários, sente que a banda tinha uma química especial e resolve
apostar suas fichas na música.
Faltava
um nome para a banda, e a inspiração para Jim veio do livro “The Doors of
Perception” (As Portas da Percepção), de Aldous Huxley. Segundo Morrison, eles
deveriam se chamar ‘The Doors’ porque “havia o conhecido e o desconhecido, e o
que separava os dois mundos, era a ‘porta’.”
Jim
Morrison queria ser esta porta!
No ano
de 1965, com ‘The Doors’ em ritmo forte de ensaios, Jim conhece aquela que
viria a ser sua companheira até sua morte, Pamela Courson, e a usa como fonte
inspiradora para várias canções.
No
início de 1966, eles começam a tocar em pequenas espeluncas como o ‘London
Fog’, situado a poucos metros do famoso ‘Whiskey a Go-Go’, para onde Morrison e
Manzarek escapuliam nos intervalos das apresentações, quando imaginavam se um
dia os ‘Doors’ seriam tão ‘cool’ quanto a banda ‘Love’, atração underground do local.
Nestas
apresentações em pequenos bares, onde o público presente não estava interessado
na música, e a barra era pesadíssima, é que foi forjado o som dos “Doors’.
De
elementos jazzísticos e flamencos, a banda passaria para uma influência mais
evidente do blues. Foi nessa época que Morrison aprendeu realmente a cantar e a
se sentir mais à vontade no palco.
Os
ventos começaram a mudar na metade do ano, quando finalmente são convidados a
tocar no ‘Whiskey a Go-Go’, e Jac
Holzman, dono da Elektra Records, é persuadido a ouvir a banda por amigos que
diziam haver um ‘cantor maluco’ no palco.
Jac, a princípio,
não ficou impressionado com o som deles, mas uma surpresa o aguardava quando
tornou a vê-los uma semana depois.
Naquela
noite a banda tocou a música The End –
que, no início de 1966, era apenas uma simples canção romântica de despedida,
mas, àquela altura já havia evoluído para conceitos edipianos com seus mais de
doze minutos – que contou com uma atuação teatral de Morrison.
Ali,
naquela noite, nasceu o verdadeiro ‘Rei Lagarto’, explorando todos os seus
recursos vocais e com total domínio de palco a ponto de praticamente hipnotizar
a platéia.
A Elektra
reagiu contratando ‘The Doors’, e agora eles estavam prontos para o estúdio.
Em seus
ensaios na praia de Venice, Robbie Krieger apresentou uma canção em que ele
acreditava muito, chamada Light My Fire.
Jim adorou a música. Com uma pequena introdução feita por Ray ao piano, estava
composto o carro-chefe do primeiro álbum e um ‘single’ que iria estourar nas
paradas.
O álbum
produzido por Paul Rotchild e chamado, simplesmente, “The Doors” é lançado em
janeiro de 1967. Além daquelas que se tornariam clássicas The End e Light My Fire –
que ficaria impagável após uma apresentação da banda no Ed Sullivan Show,
quando o famoso apresentador pede a Jim para trocar a palavra ‘higher’ por
outra mais sutil, mas não é atendido -, o disco iniciava com outra música inesquecível,
a antológica Break on Through.
Foi um
dos maiores álbuns de estréia de uma banda em todos os tempos. Jim Morrison foi
catapultado a rock-star e símbolo sexual da noite para o dia, e os Doors
venderam milhões de discos.
A
gravadora ansiosa por mais hits, pressiona o grupo por mais um trabalho naquele
ano. Assim, eles voltam ao estúdio, onde preparam o fundo musical para vários
poemas de Jim. O álbum “Strange Days” é lançado em outubro, com destaque para Love Me Two Times, People Are Strange e When The
Music’s Over.
A
partir de então, o The Doors deixa de ser um coadjuvante da cena musical de
L.A. e passa a ser mania nacional nos EUA, deflagrando turnês que ficam
famosas, não apenas pela música, mas pelo comportamento extravagante de Jim.
Morrison, de menino tímido a astro do rock em
menos de dois anos, começa a sentir a pressão do sucesso. Em meio a um show em New Haven, chega a ser
preso e sofre um longo processo por desacato à autoridade e obscenidade.
Nesta
fase da carreira, Jim começa a pegar pesado na bebida e surgem atritos com os
outros membros da banda.
Na
biografia “No One Here Gets Out Alive” (‘Daqui Ninguém Sai Vivo’), de Jerry
Hopkins e Daniel Sugerman, que serviu de inspiração para Oliver Stone em seu
filme de “The Doors”, de 1991, relançado em DVD, este assunto das prisões e
bebedeiras de Morrison é explorado à exaustão, o que faz com que alguns
incautos pensem que Jim Morrison foi apenas um poeta menor, bêbado e maluco.
Não é verdade! Além de seu fantástico trabalho com a banda, Jim nunca deixou de
escrever, tendo sido publicados vários livros com suas poesias, além de também
produzir curtas-metragens, infelizmente inéditos por aqui.
No ano
de 1968, eles ressurgem com o álbum “Waiting for the Sun”, famoso pelo single Hello, I Love You, mas com pérolas
escondidas como Spanish Caravan e Five to One. A gravadora, ciente do
papel destacado de Jim como vocalista da banda e por sua boa aparência, insiste
em uma capa com um close de Morrison.
Ele rejeita totalmente esta ideia – na verdade o cantor nunca se sentiu
a vontade como símbolo sexual – e no final das contas, ele acaba conseguindo fazer,
a sua maneira, uma foto dos quatro em igual destaque.
Com Jim
tendo que prestar contas à Justiça, o ano de 1969 não foi fácil para os Doors e
eles demonstram isso ao lançar o fraco “The Soft Parade”, com Jim parecendo
desinteressado.
A reação veio em 1970 com, “Morrison Hotel”,
talvez o melhor e mais blueseiro álbum da banda. Da primeira faixa Roadhouse Blues, até a última, Maggie
M’Gill, ouvimos um desfile de pequenas jóias musicais, com destaque para a
certeira Queen of the Highway.
Quando
todos esperavam uma acelerada no processo de recuperação do som da banda, Jim
anuncia, em 1971, que pretende se afastar das gravações após um último álbum a sair
em abril.
“L. A.
Woman” é lançado, e Jim Morrison viaja a Paris por tempo indeterminado com sua
companheira Pamela Courson.
Pouco
se sabe dos últimos meses de vida de Morrison. Ele voltou a escrever e entrou
em contato com tradutores e editores para publicações de suas poesias na
França. Talvez ele desejasse apenas dar um tempo na música. Mas tudo terminou
no dia 3 de julho, quando é encontrado morto na banheira de seu apartamento em
Paris.
Ele
tinha 27 anos, assim como Jimi Hendrix, Janis Joplin e Brian Jones quando
morreram.
A lenda
do poeta marginal sobreviveu. Há quem diga que ele não morreu, que foi visto na
África, traficando armas como Rimbaud, que quis viver o resto de sua vida no
anonimato, que queria ser apenas ele mesmo.
Um
pouco de seu eterno legado poético foi lançado em álbum musicado por seus
parceiros de banda com o título de “Jim Morrison – An American Prayer”.
2 comentários:
Hehehe
Já viu o Márcio Grings nos anos 80?
Foi quando eu conheci tanto o Jim como o Márcio... Bah achei um a cara do outro!!!
Ele fica doido quando falo isso! hahahahaha
Hehehe, grande Márcio!! Lembro dele sim, quando o conheci, Alice!
Aliás acho que até cabelo ele tinha.... hahahaha.
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