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quinta-feira, 12 de abril de 2012

L. A. Woman - 40 anos!







Ano passado o álbum 'L.A. Woman' da banda americana The Doors, completou 40 anos de idade e ganhou uma edição dupla, comemorativa, com duas bônus, e várias faixas em versões diferentes.
Finalmente chegando por estas bandas, o dito cujo, fiquei então com coceira nos dedos pra colocar na vitrola a banda do Xamã Elétrico de L.A. ou do Rei Lagarto ou do Poeta Maldito, ou seja lá por qual alcunha você conheça Jim Morrison!
Este disco não é o melhor dos Doors, posso garantir. Ele tem todo um charme especial, talvez por ser o último da banda em sua formação original. Lançado em abril de 1971, menos de 3 meses depois, o poeta maldito, deixaria este planeta, ou forjaria sua morte e iria se esconder na Abissínia, para incensar Rimbaud. Como queiram!


 A faixa-título, é sem dúvida, um das mais inspiradas dos últimos tempos da banda. Na edição de aniversário, ela vem acompanhada de uma introdução de guitarra de 'My Country, 'Tis of Thee'. A voz de Morrison, já estava pagando o preço de sua vida, digamos, no mínimo alternativa. Mesmo assim, ele segura a barra com vontade, e chega ao seu limite vocal. A letra, é pura piração em tempos de Charles Manson:
" Motel, money, murder, madness
Let's change the mood from glad to sadness..."




O single da bolacha, foi 'Love Her Madly', que levou a banda as paradas pela última vez. Em um telefonema, de seu exílio em Paris, Morrison conversou com o baterista John Densmore sobre o álbum. Quando Densmore lhe falou sobre o lançamento do single, Jim desligou o telefone. Estava pouco se lixando!
Jim Morrison, não sabia se iria retornar a Los Angeles, nem se algum dia, voltaria a cantar com os Doors. Na sua cabeça, ele já imaginava os caras gravando blues pesado, e ele afinal, era apenas um poeta maluco!


Tinha mais coisa boa naquele disco. O blues puro de John Lee Hooker dá as caras em 'Crawling King Snake', em que o Rei Lagarto despe-se de seu manto. Nesta nova edição, o blues ganhou mais espaço, agora com 'Rock Me' de Muddy Waters. Bela homenagem, de uma banda que começou fazendo jazz, e pouco a pouco foi galgando seu lugar ao sol nas espeluncas blueseiras de L.A.




Outra bônus muito legal, na qual Jim toca até piano, chama-se 'She Smells So Nice', título sugestivo de uma brincadeira-séria dos caras. 
Não preciso comentar muito sobre o talento musical dos integrantes da banda. Ray Manzarek, todos sabem, era um gênio dos teclados, e completava como ninguém a criativa poesia de Morrison.
O guitarrista Robby Krieger, começou como um violonista de estilo flamenco, mas logo usaria esta influência em benefício de bases e riffs épicos de blues-rock. Além disso, era um compositor que de forma bem incisiva deixaria sua marca nos melhores trabalhos do grupo.
O percussionista de jazz, John Densmore, também teve que se adaptar à banda. Quando o fez, mostrou uma química sem precedentes com Manzarek - que também tocava o baixo nos teclados - e Krieger.


Pela primeira vez, os Doors não teriam seu trabalho produzido por Paul Rotchild. Segundo consta, após ouvir os primeiros acordes de 'Riders on the Storm', Paul abandonou os estúdios declarando que 'aquilo' era 'cocktail jazz'... Tudo bem! Produtor fora, engenheiro de som, dentro! Assim, Bruce Botnick, que desde o primeiro disco cuidava da engenharia da banda, pediu pra produzir o álbum! Tendo seu pedido aceito, Bruce sugeriu dois acréscimos para aquela saga. Eles chegaram na forma de Jerry Scheff, para o baixo (egresso da banda de Elvis) e Marc Benno, para ajudar Krieger na guitarra-base. 
Houve mais um estranho no ninho, nas gravações feitas no porão do chamado 'Doors Workshop', em Hollywood. Seu nome era Michelangelo Antonioni, diretor do aclamado 'Blow Up'. Antonioni estava ali para tentar captar algo para seu filme 'Zabriskie Point', em fase final de edição. A canção 'L'America' foi uma forte candidata para a cena final do longa de Antonioni, mas acabou preterida. 


A música derradeira da banda, foi talvez um de seus melhores momentos - apesar do surto psicótico de Rotchild. O poema 'Riders on the Storm', se sustentaria por si só, e era Jim em sua melhor forma. Musicado por Manzarek, chegaria ao estágio de obra-prima.




Quem sabe venha mais novidade dos Doors por aí. Enquanto aguardo ansiosamente, vai rolar hoje, uma audição completa da banda, começando do 'L.A. Woman' e voltando ao início! Para acompanhar o som, uma releitura dos poemas marginais de Jim e, sim, uma garrafa de whisky Chivas Regal pra entrar no clima e homenagear Morrison decentemente.
Cheers!    













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