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quarta-feira, 25 de abril de 2012

Uma Experiência Purificadora com Dylan!





Irmãos, fui convertido!
Minha religião a partir de ontem, dia 24 de abril de 2012, se chama Dylanismo! Minha teoria a partir de agora é Dylanesca! Que seja decretado feriado dia 24 de abril, graças ao Pastor Robert Allen Zimmerman!
Dylan é o cara, Dylan é rei, Dylan para Presidente!!


Bem, vou começar esta estória pelo final. 
Quando cheguei ao estacionamento do aeroporto em frente ao Pepsi on Stage, após o 'thunder show' de Bob Dylan, acompanhado de meu sobrinho Gabriel - até então mais fã de Dylan do que eu - topei com 'Peninha' Bueno! Pelo sorriso estampado na cara, percebi que o cara tinha curtido muito o show! Parece que ele tem 75 shows do Bob Dylan na gaveta! E ele gostou deste? Bom, então este show foi especial, e só confirma o que eu senti! 
Eu fui iniciado ontem, e senti algo de especial. Pra início de conversa, o poeta americano parece gostar de Porto Alegre. Esta é sua terceira vez aqui, e pelo que sabemos, em outras vindas andou rodando pelo Morro Santa Tereza, comendo laranja no Mercado Público, então ficou a ideia de que ele se sente à vontade aqui!




Simpático? Olha, este papo do cara ser simpático com a galera, já é velho. Ele não é! E manda se foder quem quiser que ele seja. Mas pera aí.... Ele até sorriu ontem à noite. Estava até animado!


Eu e o Gabi, com nossas devidas camisetas personalizadas da tour, graças à Disco Voador, chegamos lá no 'Pepsi..' pelas 19.30 hrs., e tivemos que amargar uma fila de umas duas quadras. Nada de mais. Curtimos um bom papo com a galera ali presente, em sua maioria jovens, que quando 'Desire' foi lançado em 76 - disco em que conheci pra valer a música de Bob Dylan - não eram nem nascidos.
 Lá dentro a coisa estava animadíssima!




Na minha frente três meninas enlouqueceram quando Dylan entrou. Dançaram, pularam e gritaram aos primeiros acordes de 'Leopard-Skin Pill-Box Hat'! Essa era do tempo do 'Blonde on Blonde', e, claro que eu dava preferência para as mais antigas.
'Tangled Up in Blue', veio como uma revelação! Sim, irmãos, eu agradeci aos céus, por ela ter chegado! Não sou Quentin Tarantino, mas também me identifico com ela.
Vou pulando e chego a outra canção imortal: 'Desolation Row'! Me imaginei na estrada! Talvez por causa do 'On the Road' estar chegando, não sei! Só sei que viajei!!




Dos últimos trabalhos, fiquei com a canção 'Thunder on the Mountain' na cabeça. Que pegada fantástica da banda! Voltei ao passado - mas um passado atual - em 'Ballad of a Thin Man', uma de minhas preferidas, e todo mundo pirou em 'Like a Rolling Stone', não poderia ser diferente. Foi emoção pura! Impossível esquecer que Bob, tocou guitarra, harmônica e até passeou pelos teclados, o índio tava ouriçado!


Pros 'finalmente', duas canções 'fraquinhas': 'All Along the Watchtower' - acho que esta era a minha preferida, agora não lembro mais - e, sim, 'Blowin' in the Wind', em versão não reconhecível, mas melhor assim!!




Digo que foi uma experiência purificadora também, porque conheci gente nova e velha misturadas, pulando e vibrando com Mr. Dylan. Senti que o Gabi, 24 anos mais novo que eu, curtiu um monte o show, o que prova mais uma vez, que quando a coisa é boa, quando o som tem qualidade, quando o artista tem talento, sete mil pessoas de todas as idades podem se acotovelar de pé, e agradecer ao criador pelo momento que estão vivendo!
Sim, irmãos, eu me converti!
Dylan forever!!




P.S. A terça-feira ficou perfeita quando encontrei meu livro na Livraria Cultura! O "Alto & Bom Som' estava dividindo espaço na prateleira com Bowie, Stones, Beatles, etc... Mas que tal??? 
 Dylan também é pé-quente!!



quinta-feira, 19 de abril de 2012

Under Their Thumb!







Bill German tinha 16 anos em 1978 quando conheceu a música dos Rolling Stones, através de sua irmã mais velha. Como muitos outros garotos - entre os quais me incluo - ficou fascinado por eles e pelo álbum 'Some Girls'! No meu caso foi um pouco antes com o 'Black and Blue'!
A diferença entre Bill e os outros garotos, é que ele começou a se interessar pra valer por tudo que tinha relação com a banda. Como morava em NYC, Bill empenhou-se em descobrir onde os caras ficavam quando estavam na cidade.
Pouco a pouco o menino conseguiu informantes que tinham desde o último vídeo ainda inédito da banda até raridades que nem os Stones possuíam.
Bill resolveu partir para um fanzine, que estreou em 1978 com o nome de 'Beggar's Banquet', e tinha Keef e Mick na capa.
Resultado disto tudo: Bill German mais tarde abandonou a faculdade, para cuidar exclusivamente do primeiro  fã-clube oficial da banda. Ficou amigo principalmente de Keef e Ronnie Wood, conseguindo entrevistas exclusivas, e sendo convidado e participando de festas íntimas e apresentações históricas dos Stones. Foi o escritor-fantasma de Woody em seu livro 'The Works'.




Isto tudo é só um aperitivo! O prato principal é o livro 'Under Their Thumb', publicado faz pouco tempo aqui no Brasil.
Nele, entre outras cositas mas, você vai viajar no mundo louco dos Stones, a partir dos anos 70. Estou ainda na metade do pacote, e pasmem, tirei a dúvida sobre alguns detalhes de acontecimentos - e lendas - que dizem respeito à banda, que eu jurava que eram verdade, mas Bill desmentiu.
Ele tava lá dentro, o cara sabe tudo!
Dos (maus) humores de 'Brenda' Jagger, aos porões subterrâneos de discotecas ultrapassadas, onde Ronnie e Keef se encontravam com a nata dos traficantes novaiorquinos, nada escapou aos olhos aguçados de German.


A sorte de Bill, é que ele ouviu o conselho de um antigo roadie da banda: "Com os Stones, você deve sair antes que a festa acabe, ou irá direto para a delegacia ou para o caixão."


Bill German saiu mais cedo!!!    




quarta-feira, 18 de abril de 2012

Roberta Flack - Let It Be!







Uma das melhores cantoras da década de 70 está de volta. Após muito tempo sem ouvirmos falar de Roberta Flack, ela voltou em grande estilo. Apesar de não ser original, ela fez uma aposta certeira, e que com seu talento natural, mesmo aos 75 anos, não poderia dar errado.
Trata-se do lançamento do álbum 'Let It Be - Roberta Flack Sings The Beatles'.


Roberta ficou mundialmente conhecida em 1974 com a canção 'Killing Me Softly, principalmente no Brasil. Na América, porém, ela já vinha acumulando sucessos como 'You' ve Got a Friend' e a música para a estreia de Clint Eastwood como diretor de cinema no filme 'Play Misty for Me' (Perversa Paixão), que se chamava 'The First Time Ever I Saw Your Face', ganhando o Grammy de melhor canção de 1973.
No final dos anos 70, Flack fez parceria com Donny Hathaway, em vários trabalhos, sendo 'The Closer I Get to You' o mais conhecido.
Nos anos 80 e 90, as gravações foram minguando e pouco se ouvia falar de Roberta Flack.


Foi com prazer, portanto, que saboriei este lançamento, em que Roberta mostra que ainda tem muito o que mostrar ao mundo, como intérprete.




Apesar de ser muito amiga de Yoko Ono, como ela declara no encarte do cd, sua escolha de repertório beneficiou as músicas de Paul McCartney. Aliás, isto é lugar-comum entre os grandes cantores e músicos de jazz e blues. Eles preferem os acordes mais sofisticados de McCartney. De Sarah Vaughan até Stevie Wonder, de Ray Charles aos King's Singers, as canções de McCartney são sempre as escolhidas.


Desfilam então nesse álbum de Roberta, pequenas redescobertas como 'And I Love Him' (Her) e 'We Can Work It Out', as essenciais 'Hey Jude' e 'The Long and Winding Road', a jóia rara de 'Here There and Everywhere', e a aposta mais alta em 'Oh! Darling', com um arranjo inovador - também seria complicado cantar na altura de Paul McCartney nesta canção.
Para homenagear John Lennon, sobraram a inesquecível 'In My Life', que abre os trabalhos, 'Come Together' e a menos óbvia, ainda do início da banda, a inofensiva 'If I Fell'.
Não poderia faltar uma canção de George Harrison, e Roberta procurou em sua carreira-solo, uma de suas mais bonitas composições: 'Isn't It a Pity'!


Please, enjoy.  





segunda-feira, 16 de abril de 2012

Aquecendo para Dylan!









Faltando 8 dias para o show de Bob Dylan em Porto Alegre no Pepsi on Stage, já deu para se ter uma ideia de como será o show pela apresentação de Dylan no Rio de Janeiro. O set-list foi o seguinte:


“Leopard-Skin Pill-Box Hat”
“It Ain’t Me, Babe”
“Things Have Changed”
“Tangled Up In Blue”
“The Levee’s Gonna Break”
“Tryin’ To Get To Heaven”
“Beyond Here Lies Nothin’”
“Desolation Row”
“Summer Days”
“Simple Twist Of Fate”
“Highway 61 Revisited”
“Forgetful Heart”
“Thunder On The Mountain”
“Ballad Of A Thin Man”
“Like A Rolling Stone”
“All Along The Watchtower”


Os comentários são de que o show foi 'morno'. Eu achei as canções muito bem escolhidas. Tem um pouco de tudo! Clássicos como 'It ain't me babe', 'Tangled up in blue' e 'Desolation Row'. Não acho que haveria necessidade de 'Blowin' in the Wind'. Seria muito saudosismo!!
Pra terminar com chave de ouro, Dylan compareceu com 'Like a Rolling Stone' e 'All Along the Watchtower'. 
Precisa mais do que isso? Acho que não! Os fãs de Bob, devem ter saído satisfeitos.
Até dia 24, amigos. 




sábado, 14 de abril de 2012

My Valentine!







Não gosto de clips, vídeos, etc! Esta é apenas uma exceção para Natalie Portman!!!
  


9

quinta-feira, 12 de abril de 2012

L. A. Woman - 40 anos!







Ano passado o álbum 'L.A. Woman' da banda americana The Doors, completou 40 anos de idade e ganhou uma edição dupla, comemorativa, com duas bônus, e várias faixas em versões diferentes.
Finalmente chegando por estas bandas, o dito cujo, fiquei então com coceira nos dedos pra colocar na vitrola a banda do Xamã Elétrico de L.A. ou do Rei Lagarto ou do Poeta Maldito, ou seja lá por qual alcunha você conheça Jim Morrison!
Este disco não é o melhor dos Doors, posso garantir. Ele tem todo um charme especial, talvez por ser o último da banda em sua formação original. Lançado em abril de 1971, menos de 3 meses depois, o poeta maldito, deixaria este planeta, ou forjaria sua morte e iria se esconder na Abissínia, para incensar Rimbaud. Como queiram!


 A faixa-título, é sem dúvida, um das mais inspiradas dos últimos tempos da banda. Na edição de aniversário, ela vem acompanhada de uma introdução de guitarra de 'My Country, 'Tis of Thee'. A voz de Morrison, já estava pagando o preço de sua vida, digamos, no mínimo alternativa. Mesmo assim, ele segura a barra com vontade, e chega ao seu limite vocal. A letra, é pura piração em tempos de Charles Manson:
" Motel, money, murder, madness
Let's change the mood from glad to sadness..."




O single da bolacha, foi 'Love Her Madly', que levou a banda as paradas pela última vez. Em um telefonema, de seu exílio em Paris, Morrison conversou com o baterista John Densmore sobre o álbum. Quando Densmore lhe falou sobre o lançamento do single, Jim desligou o telefone. Estava pouco se lixando!
Jim Morrison, não sabia se iria retornar a Los Angeles, nem se algum dia, voltaria a cantar com os Doors. Na sua cabeça, ele já imaginava os caras gravando blues pesado, e ele afinal, era apenas um poeta maluco!


Tinha mais coisa boa naquele disco. O blues puro de John Lee Hooker dá as caras em 'Crawling King Snake', em que o Rei Lagarto despe-se de seu manto. Nesta nova edição, o blues ganhou mais espaço, agora com 'Rock Me' de Muddy Waters. Bela homenagem, de uma banda que começou fazendo jazz, e pouco a pouco foi galgando seu lugar ao sol nas espeluncas blueseiras de L.A.




Outra bônus muito legal, na qual Jim toca até piano, chama-se 'She Smells So Nice', título sugestivo de uma brincadeira-séria dos caras. 
Não preciso comentar muito sobre o talento musical dos integrantes da banda. Ray Manzarek, todos sabem, era um gênio dos teclados, e completava como ninguém a criativa poesia de Morrison.
O guitarrista Robby Krieger, começou como um violonista de estilo flamenco, mas logo usaria esta influência em benefício de bases e riffs épicos de blues-rock. Além disso, era um compositor que de forma bem incisiva deixaria sua marca nos melhores trabalhos do grupo.
O percussionista de jazz, John Densmore, também teve que se adaptar à banda. Quando o fez, mostrou uma química sem precedentes com Manzarek - que também tocava o baixo nos teclados - e Krieger.


Pela primeira vez, os Doors não teriam seu trabalho produzido por Paul Rotchild. Segundo consta, após ouvir os primeiros acordes de 'Riders on the Storm', Paul abandonou os estúdios declarando que 'aquilo' era 'cocktail jazz'... Tudo bem! Produtor fora, engenheiro de som, dentro! Assim, Bruce Botnick, que desde o primeiro disco cuidava da engenharia da banda, pediu pra produzir o álbum! Tendo seu pedido aceito, Bruce sugeriu dois acréscimos para aquela saga. Eles chegaram na forma de Jerry Scheff, para o baixo (egresso da banda de Elvis) e Marc Benno, para ajudar Krieger na guitarra-base. 
Houve mais um estranho no ninho, nas gravações feitas no porão do chamado 'Doors Workshop', em Hollywood. Seu nome era Michelangelo Antonioni, diretor do aclamado 'Blow Up'. Antonioni estava ali para tentar captar algo para seu filme 'Zabriskie Point', em fase final de edição. A canção 'L'America' foi uma forte candidata para a cena final do longa de Antonioni, mas acabou preterida. 


A música derradeira da banda, foi talvez um de seus melhores momentos - apesar do surto psicótico de Rotchild. O poema 'Riders on the Storm', se sustentaria por si só, e era Jim em sua melhor forma. Musicado por Manzarek, chegaria ao estágio de obra-prima.




Quem sabe venha mais novidade dos Doors por aí. Enquanto aguardo ansiosamente, vai rolar hoje, uma audição completa da banda, começando do 'L.A. Woman' e voltando ao início! Para acompanhar o som, uma releitura dos poemas marginais de Jim e, sim, uma garrafa de whisky Chivas Regal pra entrar no clima e homenagear Morrison decentemente.
Cheers!    













sexta-feira, 6 de abril de 2012

Too Much Heaven! Jesus Christ Superstar!



Era uma vez o ano de 1972, e eu fazia um cursinho de inglês no 'Centro Cultural Brasil-Estados Unidos', totalmente contra a minha vontade!
Naquele tempo 'piá' não tinha muito escolha, então aproveitei para apreciar as meninas da classe, e me inteirar, ainda que engatinhando, das novidades musicais do planeta.
Vindo de uma família católica, que comparecia obrigatoriamente à missa das 10 na Catedral Diocesana aos domingos, eu estranhei quando ouvi falar através de minha irmã Cristina, sobre uma ópera-rock contando a vida de Jesus Cristo!


                                                                                 Ian Gillan    


Lembro que algum tempo depois, a Titina conseguiu comprar o vinil duplo de 'Jesus Christ Superstar', a tal ópera, composta pelo então quase desconhecido Andrew Lloyd Webber e pelo letrista Tim Rice.
Penso que foi a partir desta descoberta, que passei a me interessar mais por música - e pelo inglês - o que me proporcionou uma nova perspectiva de tudo.
Comecei a ouvir o vinil, juntamente com minhas irmãs - a Malu também curtiu - e fui me interessando pelas letras, e por tudo de novo que aquilo me transmitia.
A abordagem da obra é toda dos últimos três dias da vida de Jesus, e foi feita de uma maneira completamente diferente, parecia que Judas era o centro da questão, o que claro, na época causou protestos e até tumultos onde a peça - sim ela virou peça de teatro, e mais tarde filme - era apresentada.




Falando apenas do disco, até hoje escuto com atenção, e penso que é difícil achar algo tão cativante e moderno ao mesmo tempo, tentando transmitir algo aos jovens que não a velha ladainha católica.


Podemos comentar sobre os 'papéis' no álbum: Jesus era representado por ninguém menos que Ian Gillan, o vocalista do na época, super-cultuado 'Deep Purple'. Gillan estava em plena forma, e sua voz transmite, com vocais épicos, uma forte emoção em episódios como 'Gethsemane ( I only want to say)'.
Maria Madalena, uma peça-chave da ópera era o papel de Yvonne Elliman, uma cantora havaiana super-talentosa, que depois faria parte da banda de Eric Clapton. Interlúdios de Madalena ficaram famosos como por exemplo 'I Don't Know How to Love Him', responsável por alçar Elliman, ela própria, a uma 'superstar' na carreira-solo.




Quem rouba a cena, porém, é Murray Head, o intérprete de Judas. Vem daí portanto todo o ressentimento católico. O cantor-ator Murray Head - para mim um ilustre desconhecido - deita e rola em episódios grandiosos da ópera. Começando com 'Heaven on Their Minds', - a até hoje atual crítica aos fanáticos religiosos -, passando por 'Strange Thing Mystifiyng', - batendo nos hábitos caros dos cristãos, - até 'Damned for All Time', a própria morte do personagem Judas, o ritmo é alucinante. Rock de primeira, e com enredo!


                                                                           Barry Dennen


Pilatos também brilha na voz de Barry Dennen, em evocações que nos tiram o fôlego. A visão de Pilatos em sonho, de seu futuro encontro com um galileu (Jesus) é tocante. O final da obra, retrata o encontro dos dois, em que Pilatos se vê mais uma vítima das circunstâncias do que um carrasco. Inesquecível!


Algum tempo depois a versão filmada da ópera-rock foi apresentada, dirigida pelo famoso Norman Jewison, sendo porém uma pálida imagem do trabalho original, apesar da presença de Yvonne Elliman.


Feliz Páscoa a todos, 'with not too much heaven on your minds'!
I bid you peace, bye bye!





Que Surpresa!!! Ritchie!!!





Quem não lembra da 'Menina Veneno'? Sim, amigos, Ritchie está de volta com o disco '60'. Desta vez ele resolveu lançar um álbum de covers dos sixties.
Pela primeira vez cantando um disco inteiro na sua língua nativa, o inglês, Ritchie me surpreendeu.
Aos 60 anos de idade, completados no dia 6 de março, data do lançamento do álbum, Ritchie continua com a mesma voz dos anos 80.
O trabalho apesar de não ser original - o que tem de gente por aí gravando covers antigas não é brincadeira - se torna inovador pela escolha do repertório.
Ritchie comentou: "não esperem nada dos Beatles, ou Kinks", os seus preferidos e mais óbvios.
Super-bem produzido, com músicos de primeira, a qualidade sonora salta logo aos olhos.


"Summer in the City' tem a honra de iniciar os trabalhos. As mais conhecidas? Talvez 'Don't Let the Sun Catch You Crying' e 'All I Have to Do is Dream', em versões um pouco mais adocicadas.
'Green Tambourine', porém, é uma grata surpresa, assim como 'Wichita Lineman' de Jimmy Webb.
Com uma pronúncia obviamente impecável, as canções 'Trains, Boats & Planes' de Burt Bacharach e '"Sunshine Superman' (outra surpresa) do poeta britânico Donovan Leitch, acentuam o clima austero e tecnológico do trabalho.
Talvez a mais tocante seja a música de encerramento: 'How Can We Hang on to a Dream?', outra improvável canção inglesa, composta pelo gênio folk Tim Hardin.




Tenho certeza que '60' não vai vender nem parecido como as canções de Ritchie dos anos 80, mas tenho que admitir que desta vez ele acertou a mão.
É Ritchie, a vida tem destas coisas, um pouco de 'veneno' na medida certa, não faz mal para ninguém!



 

terça-feira, 3 de abril de 2012

As Eternas Musas!



Você sabia que a música 'Carrie Anne' dos Hollies era para Marianne Faithfull? Eu não! Fiquei sabendo agora.
Não lembrava, ou também não sabia que 'Hey Negrita' do álbum 'Black and Blue' dos Stones era para a mulher do líder deles, Bianca Jagger!
'It Ain't Me Babe' de Dylan, foi uma maneira de Bob dizer a Joan Baez que não se envolveria nos movimentos políticos mais radicais da década de 60.


Esses e outros muitos casos de pra quem a música é dedicada e (ou) inspirada, constam do livro 'Músicas e Musas' de Michael Heatley & Frank Hopkinson, publicado aqui no Brasil pela editora Gutenberg. Capinha dura, 144 páginas, encadernação de primeira, este livrinho foi uma bela surpresa pra mim!


'Hearts and Bones' de Paul Simon, foi inspirado em sua esposa na época, Carrie Fisher, depois de uma  tentativa  desesperada de salvar seu casamento.




Tem, claro, as óbvias: 'Maybe 'I'm Amazed' que Paul dedicou a Linda! Pattie Boyd, ganhou duas: 'Something' de Harrison e "Layla' de Clapton, apesar de George jurar que não pensava nela em 'Something', e sim em Ray Charles! Que decepção, George!!! Brincadeirinha!!!
Passam pelas páginas rosas das musas - o livro é rico em fotos - também Janis Joplin ( Leonard Cohen dedicou 'Chelsea Hotel nº 2 a ela), Caroline Kennedy (Sweet Caroline), Jane Birkin - não preciso dizer qual canção, não é?
Todo o livro é bem explicadinho, com textos legais, apesar de algumas falhas na tradução.




Bem, vou parar por aqui, ou ninguém vai precisar comprar o livro!
Viva as musas! Sem elas, as inspirações para canções clássicas como estas nunca existiriam!