Total de visualizações de página

quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Agenda Cheia para o 1º Semestre!





Senão vejamos: dia 25 de Março aporta no Gigante da Beira-Rio, o show do cara que desenvolveu e liderou o Pink Floyd por mais de duas décadas. O baixista, compositor e vocalista Roger Waters vem com tudo na sua turnê do eterno álbum 'The Wall', lançado em 1979!!
Tenho amigos que preferem a guitarra e a voz de David Gilmour, que não nego, teve grande importância no 'Pink', mas o compositor, o grande criador da banda sempre foi Waters, principalmente em seus melhores trabalhos como 'Dark Side of the Moon' e 'Wish You Were Here' até o evento em questão do 'The Wall'. Sua despedida da banda foi quase um trabalho solo: 'The Final Cut', contando sobre os horrores das guerras - principalmente da segunda guerra mundial -, quando Waters perdeu seu pai.



Roger Waters chegará em Porto Alegre após, pasmem, 9 shows somente em Buenos Aires!!! É, os hermanos estão na frente em muita coisa!!!
 Estarei no campo sagrado do Beira-Rio nas cadeiras cobertas pra ter uma ideia de todo o visual envolvido neste projeto grandioso!


Dois dias depois (dia 27, terça), - terei que permanecer em POA, até quarta-feira - dá as caras no 'Pepsi on Stage' uma das melhores e mais pungente vozes do rock: Joe Cocker!
Não poderia ficar para este show por motivos profissionais, mas sinto muito, vou ter que fazer uma exceção!
Cocker, para mim é um ídolo desde os 60. Ele era pra mim aquele cara meio maluco, que aparentemente aprontava um monte nos bastidores, e na hora 'H', lá estava ele, super-profissional, cantando como nunca.
Suas interpretações de canções dos Beatles, como 'Something', "She Came in Through the Bathroom Window' e 'With a Little Help from My Friends', são, com justiça, sempre tidas como das melhores covers dos rapazes de Liverpool.


Seus álbuns 'Heart & Soul' de 2004 e  'Hard Knocks' de 2010, são antológicos, cada um a sua maneira. No primeiro ele faz seu papel de crooner, em canções conhecidas, onde ele se apropria de cada uma com seu toque de mágico. 'What's going on', 'Maybe I'm amazed' e 'Don't Let Me Be Lonely' são versões de arrepiar. No segundo ele solta seu gogó, de agora 67 anos, em músicas cuidadosamente compostas à dedo para seu timbre rouco e whyskeado!  
Vou comparecer ao 'Pepsi on Stage' na pista, pra sentir o vocal de perto.


Em 24 de abril, a vez é do poeta Bob Dylan, como já comentei. Novamente no 'Pepsi on Stage', espero que o grande Bob esteja de bom humor. Gostaria claro, de versões pelo menos parecidas com as originais. Se isto for pedir demais, tuuuuudo bem! Ouviremos o que Mr. Dylan quiser nos proporcionar! Apenas o fato de estar lá, já será uma emoção enorme.


Meu sobrinho Gabriel, que sabe de cor quase tudo de Bob Dylan vai comigo. A noite vai ser inesquecível, podem apostar!
Vamos de pista também!


No dia 15 de maio, reservei um camarote, no teatro do Bourbon Country para assistir Buddy Guy! Sei que talvez seja o show menos esperado destes todos. Para mim tem uma grande chance de ser o melhor!
Buddy, é contemporâneo de blueseiros da pesada, como Howlin' Wolf  e Muddy Waters. Ele é ídolo de gente como Eric Clapton e Mick Jagger.



Aos 75 anos, parece mais ativo do que nunca. Sempre aparecendo em shows ao vivo, e lançando álbuns pontuais. Sim, meus amigos, não vou perder esta chance de ver esta lenda viva! Quero aprender um pouco mais sobre como os 'branquelos' foram conquistados pelo blues de raíz!

Vamos nos ver nestas paradas???





quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Caetanear!!!



Um amigo me perguntou esses dias se eu ainda gostava de música nacional. Respondi que sim, apesar de ficar muito tempo sem ouvir sons aqui da terra. Qual seria o meu artista preferido? A primeira figura que me veio na cabeça foi Caetano Veloso, claro!
Vou me referir aqui ao Caetano dos anos 60 e 70, quando o sucesso comercial não batia a sua porta. Gente como Chico Buarque e seus amigos baianos Gilberto Gil e Mutantes faziam muito mais alarde e vendiam mais discos que o Mano Caetano.
Cae surgiu pra mim em um Festival da Canção que nem lembro o ano direito, mas deve ter sido 1967. A canção era 'Alegria, Alegria'.
Seus versos iniciais diziam: "Caminhando contra o vento sem Lenço e Sem Documento, num sol de quase dezembro.... eu vou..."
Caetano devia ter ganho disparado, mas sabe como é, as cartas já estavam marcadas e acho que ganhou o Chico com 'A Banda'!!!
Porém, o Brasil descobriu um novo talento, um cara gente fina, educado, contestador e muito inteligente. Em 68 surge seu primeiro trabalho solo: 'Caetano Veloso', que além da 'Alegria, Alegria', que ficou conhecida tal qual a 'Lucy in the Sky with Diamonds' dos Beatles pelas iniciais LSD, continha outros belos exemplos da poesia do Cae como 'Tropicália', 'Clarice', e uma canção do Gil chamada 'Soy Loco Por Ti, América', que emplacou nas rádios.
O projeto de Caetano ao deixar a Bahia, e sua querida Santo Amaro, era construir uma carreira sólida no Rio de Janeiro, mas com o endurecimento do regime militar seus planos foram frustrados.
No verão de 1969 Caetano e Gil foram várias vezes detidos até que resolveram deixar o país (ou resolveram por eles) antes que algo de pior acontecesse.




Caetano se instalou em Londres, e seus primeiros meses na capital  inglesa foram de puro sofrimento por saudade de seu país natal. A música seria sua única aliada que o ajudaria a suportar viver tão longe de casa e dos amigos. Como para expor seus sentimentos de maneira mais contida ele começou a compor em inglês, e em 1971 seu trabalho também chamado de 'Caetano Veloso' é lançado. Sua primeira composição em inglês e a primeira do novo álbum é 'A Little More Blue' contando suas difíceis experiências no exílio. A segunda se tornaria com o tempo um hino de Cae: 'London, London'.
Seus versos exprimem toda a solidão do mano:
'I'm Wandering round and round nowhere to go 
I'm lonely in London London is lovely so....
I know no one here to say hello..."


Uma homenagem, que soa mais como um pedido de socorro a sua irmã aparece em 'Maria Bethânia':
"Maria Bethânia, please send me a letter
I wish to know things are getting better...."


A melhor porém, para mim é a sofrida 'If You Hold a Stone', em que o poeta mistura as duas línguas, o que a tornou ainda mais pesada:
"....eu não sou daqui
Eu não tenho amor
Eu sou da Bahia
De São Salvador
Eu não vim aqui
Para ser feliz
Cadê meu sol dourado
E cadê as coisas do meu país"


Difícil encontrarmos exemplo de uma poesia tão consistente e tão sincera! O álbum termina com uma versão também triste de 'Asa Branca' de Gonzagão.


Em 1972 de volta à terrinha Caetano parecia ressentido, com razão, e seus dois álbuns lançados naquele ano contam bem tudo isso. 'Araçá Azul', foi talvez o disco mais devolvido da época. Ninguém gostou das experiências vocais e instrumentais e ruídos do cotidiano do 'brother'. Havia pouca música ali. Alguns críticos o taxaram de 'cult', mas é preciso ter muito boa vontade para passear por este trabalho sem se irritar antes do fim!




Já no outro, o 'Transa', a coisa muda de figura. Ainda com canções em inglês na mala - o que só atrapalhava seu lado comercial - Caetano botou mais uma vez pra fora seu talento e sua espontaneidade. Nas faixas 'You Don't Know Me' e 'Nine Out of  Ten' novamente ele mistura o português e o inglês e o resultado é sempre surpreendente:
"The world is spinning round slowly
There's nothing you can show me
Nasci lá na Bahia
De mucamba com feitor
O meu pai dormia em cama
Minha mãe no pisador"


Caetano não alivia também em 'Triste Bahia' parceria com Gregório de Mattos, e muito menos em 'It's a Long Way':
"Wake up this morning
Singing an old, old Beatle song
...Os olhos da cobra verde
Hoje foi que arreparei
Se arreparasse há mais tempo
Não amava quem amei".


Talvez a melhor canção do álbum tenha sido uma cover composta por Monsuelo Menezes e Arnaldo Passos chamada 'Mora na Filosofia'.
".... Botei na balança
Você não pesou
Botei na peneira
Você não passou
Mora na filosofia
Pra que rimar
Amor e dor."


Ainda em 72, Cae se envolveu em projetos junto com Chico Buarque, inclusive em disco, além de shows ao vivo, e geralmente sendo perseguido pela censura.




Em 1975 ele lança outros dois discos juntos, deixando claro que preocupação com vendas não existiam na sua cabeça. 'Jóia' e 'Qualquer Coisa', são como irmãos gêmeos, porém existem algumas sutis diferenças que tornam o segundo mais atraente. Começa pela capa, onde ele faz um tributo ao 'Let It Be' dos Beatles, - sim, até o Mano Caetano adora eles, - e no conteúdo do álbum mais homenagens ao quarteto fantástico.
Versões de Caetano ao violão de 'Eleanor Rigby', 'For No One' e 'Lady Madonna', confirmam seu talento como instrumentista e seu inglês quase irrepreensível, sendo na minha opinião as melhores versões nacionais destas músicas.
O álbum não tinha só Beatles. 'Qualquer Coisa' (Pra lá de Marrakesh), a linda 'Da Maior Importância' ("Mas você não teve pique, e agora não sou eu quem vai lhe dizer que fique..."), 'Samba e Amor' (do Chico) e 'Madrugada e Amor' (de José Messias), traduzem de maneira certeira o momento ainda conturbado na vida do Mano.
Em 1976 Caetano deu um tempo na carreira-solo e juntou-se aos manos baianos Gal, Gil e Bethânia, no projeto 'Doces Bárbaros', que consistiria em shows por todo o Brasil, além de um álbum duplo gravado ao vivo, que se tornou histórico.




1977 chegou e este ano Caetano Veloso parecia revigorado. Um álbum alegre finalmente chegou com 'Bicho'!
Ele deve ter pensado: 'Vocês querem sucesso? Pois bem, lá vai..."
'Odara', 'Gente' ("Gente é pra brilhar, não pra morrer de fome.."), 'Um Índio', 'Tigresa' (Gal Costa estourou com ela, mas na voz do autor é muito superior) e 'O Leãozinho' nos mostram que Caetano pode ser competente e comercial ao mesmo tempo. Não existe canções fracas neste disco.


O último clássico de Caetano Veloso que me arrisco a citar aqui, é outro de seus discos que passaram quase desapercebidos: 'Muito (Dentro da Estrela Azulada)'.
Após o relativo sucesso de 'Bicho', todos esperavam uma continuidade na sequência de hits. A figura porém, nunca se impôs metas ou direções musicais. Assim, neste novo trabalho, surgem canções diferentes como 'Terra' - (participação brilhante de Sérgio Dias no sitar), um monólogo interessante sobre sua vida -, a  misteriosa 'Tempo de Estio', a quase gospel 'Muito Romântico', a poesia de Vinicius em 'Eu Sei que Vou te Amar' e sua contribuição para a mitificação de São Paulo em 'Sampa'!




Junto com 'Araçá Azul' este foi o disco menos vendido de Caetano, o que prova que o mundo é  mesmo injusto ou burro demais!
Nos anos 80, 'Velô', 'Uns', 'Outras Palavras' e outros trabalhos continuaram fazendo jus a fama de eterno camaleão de Caetano, mas fiquei com a impressão de que o melhor já tinha passado.
Estou sempre esperando ele me desmentir!
Enquanto isto vamos "Caetanear o que há de bom"!!




terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Loki?



"Se eles tem três carros, eu posso voar
Se eles rezam muito, eu já estou no céu".


Foi com a 'Balada do Louco' que eu conheci Arnaldo Baptista, tecladista e baixista dos Mutantes, e na época marido de Rita Lee.
Impossível medir a importância desta banda para a música popular brasileira. Basta dizer que eles revolucionaram tudo, desde o som até a maneira de se vestir. Era como se fossem os Beatles tupiniquins! Isto tudo num tempo que o máximo de ousadia era a 'Jovem Guarda', com Roberto, Erasmo, Wanderléa e companhia. Tudo bem, vou livrar o 'tremendão' porque ele curtia muito uma guitarra elétrica!


Depois de alguns trabalhos inesquecíveis como 'Mutantes e seus Cometas no País do Baurets' e 'A Divina Comédia' que traziam as deliciosas 'Ando Meio Desligado', 'Quem tem Medo de Brincar de Amor' e a já citada 'Balada do Louco', Arnaldo, Sérginho Dias ( seu irmão guitarrista) e Rita Lee terminaram com a primeira encarnação da banda.
Além do relacionamento difícil de Arnaldo e Rita, que acabariam se separando, o grande problema era a direção musical que os dois irmãos queriam dar à banda. Era algo totalmente diferente, nada comercial e mais para o lado do rock progressivo. Rita Lee queria apenas fazer sucesso comercial. E fez muito, como provam seus discos dos anos 80.
Arnaldo tentou continuar com os Mutantes, mas também não durou muito sua afinidade musical com Sérgio e os músicos Dinho na bateria e Liminha no baixo.




Finalmente, ele resolve gravar um trabalho solo. Ele surgiu em 1974 como uma pequena obra-prima chamada 'Loki'? Pela tristeza e quase insanidade das letras, e até por uma instrumentação fantástica, este álbum merecia um melhor reconhecimento, e merece ainda hoje em dia uma releitura mais aprofundada.
 Do rock até a música romântica, do samba até o progressivo, Arnaldo passeia por todos esses estilos com dignidade. As letras dão uma pequena pista de como andava o emocional do 'loki' em 'Uma Pessoa Só' ou 'Vou Me Afundar na Lingerie', mas a banda valvulada - uma de suas maiores bandeiras, Arnaldo detestava a amplificação transistorizada - e graças principalmente aos seus teclados e arranjos (alguns do maestro Rogério Duprat), não deixam o clima do álbum cair na pieguice. 'Cê Tá Pensando Que Eu Sou Loki'?, talvez a melhor canção do disco, mostra Arnaldo com muito bom humor, dando uma aula de ritmo e sarcasmo aos caretas em geral. 'Desculpe' e 'Te Amo Podes Crer', também se destacam e mostram o lado mais frágil de Arnaldo.




Bem, depois deste trabalho, Arnaldo Baptista rodou muito por aí, e praticamente nada gravou até o final da década. Em 1980, ele resolveu voltar aos estúdios, e desta vez como um de seus ídolos, Paul McCartney, ele queria fazer tudo sózinho. 
Nasce assim o 'Singin' Alone', álbum lançado em 1981, com Arnaldo desta vez alternando canções em inglês ao seu repertório. Talvez o nível tenha caído, talvez a cabeça de Arnaldo já não estivesse legal, mas 'Jesus, Come Back to Earth' é antológica, assim como a piradíssima 'Bomba H Sobre São Paulo' e as divertidas 'Cowboy' e 'Corta Jaca' cumprem seu papel.
No fim achei que faltou um pouco de gogó pro Arnaldo neste disco, quando ele procurou se soltar, a voz faltou, sem falar no seu sotaque paulistinha do interior que atrapalhou um pouco. Não se pode ter tudo!


Pouco tempo depois do lançamento deste álbum, Arnaldo foi internado numa clínica psiquiátrica em Sampa, de onde 'voou' do terceiro andar em circunstâncias misteriosas. Após muito tempo em coma, Arnaldo se recuperou. Vive hoje no interior de Minas, já lançou mais um álbum: 'Let It Bed', e continua defendendo as válvulas e as guitarras Gibson Les Paul!
O Homem também tem bom gosto!!!


"Cê tá pensando que eu sou loki, bicho?
Eu sou velho, mas gosto de viajar..."


Eu também, Arnaldo!   

domingo, 19 de fevereiro de 2012

O 'Velho' Voltou!



Conheci a música do poeta Leonard Cohen em meados dos anos 80, na casa que minha irmã Malu dividia com o Fernando Bueno em Porto Alegre.
Eles partiram para uma esticada em Gramado naquele fim de semana que apareci por lá, mas me deixaram duas coisas que foram muito bem aproveitadas: uma garrafa de Jack Daniels e um disco de Leonard Cohen - havia também um do Kris Kristofferson, mas é uma outra história que contarei em outra ocasião!
O vinil se chamava 'Songs of Leonard Cohen', e ele me atingiu como se fosse um trator! Leve e macia, a voz de Cohen trai um sentimento e uma entonação que dificilmente se encontra por aí.
Sobre sua poesia, penso que é desnecessário entrar em detalhes, basta ouvir "Suzanne', 'So Long, Marianne', 'Bird on the Wire', 'Who by Fire', 'Hey, That's No Way to Say Goodbye' e tantas outras.


Depois daquele final de semana regado a muita música e muito Whisky, fui correndo a loja mais próxima e tentei achar alguma coisa do Mestre. Infelizmente, vim a descobrir que o 'velho' não era muito conhecido por aqui, e era raro pintar algo dele. 
Acho que consegui tempos depois, graças ao Fernando e suas inúmeras viagens ao exterior, um cd com o melhor dele e mais adiante um álbum ao vivo.
Consegui assistir sua apresentação no festival da Ilha de Wight, onde ele arrasou em 1970, com uma crítica mordaz a guerra do Vietnã e aos políticos em geral.




Pois bem, o velho deu um tempo na música  nos anos 90, praticamente desaparecendo dos holofotes da mídia. Tempos depois ele contaria que resolveu frequentar um mosteiro e meditar para tentar curar seu vício em Prozac e outros medicamentos. Nesse meio tempo seu empresário simplesmente desapareceu com sua grana. Cohen foi obrigado - nós agradecemos a este empresário - a retornar à ativa.
Seu retorno foi triunfal. Ele se apresentou em 17 de julho de 2008 na O2 Arena em Londres, e os frutos desse show antológico são o CD e o DVD 'Live in London' lançados em 2009, e que resumem de maneira fantástica toda a carreira deste cara que hoje aos 77 anos ainda canta e compõe muito.
'Dance Me to the End of Love', 'Democracy', 'First We Take Manhattan' e If It Be Your Will' se destacam, e provam que Leonard funciona ainda melhor ao vivo!
Faltava um álbum de músicas inéditas, e agora não falta mais. 'Old Ideas' chegou e mostra as novas poesias do velho. Nada de excepcional, porém o normal dele é um nível bem acima da média de outros artistas. Vale a pena curtir 'Going Home' 'Darkness' e 'Banjo'.




Ultimamente Cohen tem sido acompanhado por uma banda muito competente além de 3 backing vocalistas que são um arraso: Sharon Robinson e The Webb Sisters ( Charley e Hattie).


Bem, amigos, não me arrependi daquela visita ao Fernando e a Malu. Talvez ele tenha sentido falta de uma garrafa de Jack Daniels e deve ter achado um vinil meio 'gasto', mas isto faz parte da vida!


Em tempo, o Fernando Bueno além do bom gosto musical - Cohen foi motivo de muita discussão entre nós em rodadas de chopp por aí - é um fotógrafo de nível mundial, e ah sim, é irmão do Eduardo 'Peninha' Bueno!
Boas lembranças! 
  



sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Celebrating Robert Allen Zimmerman!!!





Bob Dylan, vem aí em abril!


Graças aos bons ventos, depois de Paul McCartney em 2010, só 'coisa boa' tem aportado por aqui! Falo especialmente do 'portinho', onde poucas milhas se fazem necessário percorrer! Uma pena que este ano parece que vem tudo 'encordoado'... hehehe.
Agora em março pinta Morrisey, Roger Waters e Joe Cocker. A novidade agora passa a ser o poeta dos anos 60 - que já esteve duas vezes antes em POA - Bob Dylan!
Como faltei das duas vezes anteriores, sabe-se lá porque, farei o obséquio de comparecer ao show no 'Pepsi on Stage', para que o 'bardo' - como diria o Márcio Grings -  não fique chateado!




Brincadeiras à parte, me entusiasmei mesmo, e já nasceu um cdzinho com músicas que curto de Dylan (track-list abaixo), que por sinal não são tantas assim! Curto seus álbuns 'John Wesley Harding', 'Blood on the Tracks' e 'Oh Mercy', além do duplo ao vivo 'Before the Flood' gravado junto à 'The Band', e é por aí!






Dylan, vou te esperar lá no mercado público na banca nº.. esqueci... pra você saborear aquela laranja... tá lembrado??? Leva o Peninha junto!!!


Salve o Bob!!!



quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Porque Macca é o que é...


Com o cd novo de Paul McCartney na mão, comecei a pensar de novo em sua longevidade artística. Falo isto, não por ele ainda gravar e compor aos quase 70 anos, mas por ele querer sempre inovar.
Não bastasse os álbuns regulares de rock, os de música clássica, seus experimentos com Youth no 'The Fireman', pinturas, desenhos para criança, etc... etc... Macca agora investiu no jazz!
Jazz, quer dizer, as músicas que ele curtia quando criança. Não é nenhuma novidade um cantor de rock fazer isto. Porém a ideia que me passa é que Paul gravou estes standards, apenas porque gosta. Porque quis curtir. Dizem que ele teve até medo da reação dos críticos...
Em comparação com Rod Stewart por exemplo, que há pouco tempo lançou nada menos do que cinco gravações neste estilo, os méritos de Paul saltam aos olhos. Stewart pra começar deu a impressão que tinha encontrado um filão, e quis investir com força nele. Caça níqueis talvez. Seus álbuns soavam todos iguais pra mim!



Acho que Paul vai se contentar com apenas este, e depois partirá para seus discos com composições próprias, que é o seu campo preferencial.
Claro, que podemos citar duas canções de Macca em 'Kisses on the Bottom': 'My Valentine' e 'Only Our Hearts', e me atrevo a dizer que elas me soaram melhor que a parcerada já famosa!
Eric Clapton dá uma canja bem suave em 'My Valentine' e Steve Wonder capricha num solo de harmonica em 'Only Our Hearts', mas a base toda do disco se deve as interpretações seguras de Diana Krall no piano e John Pizzarelli na guitarra e violão. Paul apenas cantou, pela primeira vez em sua vida!
Das músicas tradicionais, fico em dúvida qual ele cantou melhor, talvez 'Always' de Irving Berlin seja minha preferida.



É um discaço? Nada disso. Paul canta com competência, mas não é um talento nato para este tipo de música! Algo de novo aqui? Não, apenas sua aposta que consegue passear por todos os ritmos e formas musicais.
Em tempos bicudos para a música, penso que este álbum vai trilhar um caminho de sucesso, porque muita gente esperava algo assim dele. Seu público alvo será as pessoas de sua faixa de idade para cima. O que também quer dizer - money or cash!
Para mim o melhor trabalho de sir James Paul McCartney será sempre o próximo!!!



quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Pura Diversão!!



Em 1988 George Harrison perambulava por Los Angeles com seu amigo e produtor Jeff Lynne. Os dois acabavam de lançar o álbum 'Cloud 9', de George, e estavam curtindo o sucesso. Em um boteco qualquer eles encontraram o guitarrista Tom Petty, tomando umas que outras. George de cara disse pra Petty que queria lhe mostrar uma música que deveria fazer parte de um single que seria lançado logo.
Todos partiram para a casa de Bob Dylan e seu estúdio particular. Bob colaborou na canção, mas Harrison disse que faltava um título para ela, Dylan olhou ao redor e viu umas caixas que diziam: 'Handle with Care' (Segure com Cuidado). Nascia a primeira colaboração do Traveling Wilburys! Mas espera aí, eles precisavam de um cantor. Roy Orbison, saindo de uma semi-aposentadoria foi chamado. O resto é só diversão!!!




O 'Vol. 1' lançado em 1989, além da 'Handle with Care', tinha alguma faixas que na época inundariam as rádios com seus timbres diferenciados. A  levada balanceada de 'Last Night', a extrapolada de Orbison em 'Not Alone Anymore', e Dylan em ótimos momentos como 'Congratulations' e 'Tweeter and the Monkey Man'. O que ficou de melhor foi a sensação de que todos curtiram muito tocar junto.
Abro um parêntese para dizer que a participação de Jim Keltner na bateria merecia ter seu nome listado como um sexto Wilbury.
A produção a cargo de Otis Wilbury (Lynne) e Nelson Wilbury (George) foi perfeita, e o sucesso foi arrasador.




Ninguém falou em turnês, talvez pela pouca vontade de Harrison em se comprometer com shows ao vivo. Dylan também tinha seus próprios compromissos, mas ficou agendada uma nova reunião para breve.
O inesperado aconteceu em dezembro de 88 com a morte de Lefty Wilbury (Roy Orbison), então os 4 remanescentes da família Wilbury resolveram lhe prestar uma homenagem com um álbum que se chamaria "Vol.3"!!!
Tão bem curtido pela banda como o primeiro trabalho, talvez tenha faltado apenas canções tão inspiradas quanto o outro. Mesmo assim Muddy Wilbury ( Tom Petty) e Boo Wilbury (Dylan) se destacam em pegadas mágicas como 'Inside Out' e '7 Deadly Sins'. George, agora Spike Wilbury, capricha numa versão apaixonada de 'You Took My Breath Away' e o disco se encerra com a banda querendo ensinar uma nova dança ao povo: 'Wilbury Twist'!




E foi essa a história de uma banda de brincadeira, que fez tudo aquilo que a gente espera de muita banda de verdade: músicas que empolguem!
George Harrison disse certa vez: 'Temos o melhor compositor do mundo (Dylan) e o maior cantor (Orbison), então somos uma das melhores bandas do mundo!"
Faltou dizer que o Traveling Wilburys também tinha um dos melhores guitarristas do planeta, que se chamava George Harrison, e um talento enorme para se divertir!!