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domingo, 20 de fevereiro de 2011

A Obra Máxima de Lennon!




Em dezembro do ano passado o álbum 'JOHN LENNON/PLASTIC ONO BAND' completou 40 anos. Quando alguém me pergunta qual meu álbum preferido dos ex-Beatles, eu sempre fico na dúvida. Mas este sempre é um nome certo na lista, juntamente com 'Band on the Run' do Macca e 'All Things Must Pass' de George.
Este disco do John nunca foi páreo em termos comerciais para 'Imagine', 'Walls and Bridges' ou até mesmo 'Double Fantasy', os trabalhos mais festejados de Lennon. O que ele perde em termos de assimilidade perante os outros ele ganha disparado nos quesitos sinceridade, clareza e veemência.


No início de 1970, John estava saindo dos Beatles. Ele e Yoko estavam juntos havia dois anos, e o vício dos dois em heroína começava a preocupar. John ouve falar do Dr. Arthur Janov, psicoterapeuta norte-americano e sua terapia do grito primal. Após várias sessões com o Dr. Janov em que John era hipnotizado e estimulado a colocar seus problemas para fora na forma de 'gritos', o casal começou a se livrar de seu vício.
Os problemas de John como ele mesmo admitiria vinham desde o tempo de seu abandono pelos pais e a subsequente morte de Julia, sua mãe, atropelada quando John tinha 17 anos.     
A 'cura' se é que ela aconteceu, veio na forma deste álbum. 

Na canção de abertura chamada 'Mother', que começa com um sino de igreja, John cobra o seu abandono pelos pais: 'Mamma don't go, Daddy come home' ( Mamãe não se vá, papai volte pra casa ), alguém pode imaginar algo mais direto?
O clima do disco continuou pesado.
Em 'I Found Out', Lennon aumenta sua cobrança!!
Dos que lhe enchiam o saco ( fãs, malucos de plantão, beatlemaníacos etc...), dos que estavam a procura de gurus ou salvadores: 'Old hare Krishna got nothing on you, just keep you crazy, with nothing to do' ( o velho Krishna não te ajudou em nada, só te deixou pirado e sem nada pra fazer ), e também dos que se omitiam e esperavam a ajuda cair do céu: 'Some of you sitting there with your cock in your hand, don't get you nowhere, don't make you a man' (  Essa cambada aí sentada com o pau na mão, isto não os levará a lugar algum, nem faz de vocês homens de verdade ). Enfim sobrou pra todo mundo!
'Working Class Hero', a mais politizada do álbum, foi durante muito tempo associada a imagem do John socialista e ativista. Imagem esta que depois ele tentaria se livrar com dificuldade.


O álbum não foi só gritos, temos que admitir. Sobraram algumas canções ternas de amor para Yoko, como 'Look at Me' e 'Love'. Ambas tão pungentes que deixariam o baladeiro McCartney com inveja.

O que ficou de definitivo, foi a imagem do sonho que acabou!
Em 'God', John desmistifica todo mundo: os Beatles, Jesus Cristo, Elvis etc... etc.. Ele só acredita nele mesmo e em Yoko.
Ele havia sido 'the walrus', mas agora ele era John! A nós só restava seguir adiante!
Outros desafios pintariam e quem sabe novos sonhos.


2 comentários:

Alice's Eyes disse...

Pra mim, John estava, mais do que nunca, muito deprimido... sem esperança...

Eduardo Lenz de Macedo disse...

Mais do que isso, ele precisava de atenção! Coisa que, falando sério ele sempre necessitou.
É uma fase difícil do John, mas que bom que ele saiu dessa com a Yoko.