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terça-feira, 19 de junho de 2012

The Byrds & Gram Parsons







Em 1968 a banda americana The Byrds estava diferente. Seus membros fundadores Gene Clark e David Crosby já haviam partido.
Roger McGuinn não estava disposto a entregar tão facilmente os pontos, e desistir da banda. Primeiro ele chamou Chris Hillman, um baixista, guitarrista e brilhante tocador de banjo do country puro, e este lhe indicou um rapaz da Florida chamado Gram Parsons.
Parson, aos 21 anos, já tinha uma bagagem country respeitável. Ele havia lançado um álbum chamado 'Safe at Home' junto a International Submarine Band, além de seu trabalho anterior com The Shilos, e era um respeitado músico de estúdio.
Na sua ida para o Byrds, pesou a amizade com Hillman, e principalmente o novo projeto da banda.




McGuinn tencionava mudar totalmente o enfoque dos Byrds. A psicodelia teria que ficar para trás. Ele queria um som mais forte, falando da música americana desde os primórdios do século XX. A intenção era trabalhar com rhythm & blues, apalachian music, bluegrass, country e o que mais pintasse de som nativo.
A presença de Parsons, no entanto, acabou sendo determinante para que o trabalho se direcionasse totalmente para a country-music.
O disco 'Sweetheart of the Rodeo', lançado em agosto de 1968, inicialmente não teve uma boa acolhida. Quase ninguém estava preparado para aquele tipo de música.  Atualmente, porém, é considerado um marco do country-rock.
Sim, Gram Parsons, conseguiu influenciar de tal forma McGuinn e sua turma, que se o álbum pudesse ter contado com os vocais de Parsons, como era o proposto, talvez até pudesse ser considerado um trabalho solo do caipira da Florida.
Na época, Gram estava preso a um contrato ainda do tempo da International Submarine Band, e seu nome teve que ser escamoteado dos trabalhos.
Ainda assim, sua composição 'Hickory Wind', dá o ar da graça no LP original com seu vocal inconfundível.
McGuinn faz um belo esforço com a canção 'You Ain't Going Nowhere' de Dylan, e Hillman aparece em grandes momentos como 'I am a Pilgrim' e 'Blue Canadian Rockies'. Ainda assim, Parsons se mostrou dominante e conseguiu contribuir com outra canção chamada 'One Hundred Years From Now', cantada pela dupla Hillman e McGuinn.  




Nos anos 90, finalmente vieram a tona em CD os trabalhos originais da época. Nesta edição digital, vários vocais de Parsons surgiram como bonus-tracks em takes de ensaio, que soam melhores que os lançados nos anos 60.
Ouça com atenção os diamantes brutos 'You're Still on My Mind', 'Life in Prison' e a mesma 'One Hundred Years From Now', agora na voz de Parsons. Soam diferente de tudo que você já ouviu em termos de country-music. Provavelmente veio daí o termo country-rock, que mais tarde ganharia o mundo com a banda Eagles, mas Gram Parsons foi o pioneiro!


Há poucos dias, ouvi o vinil original de 'Sweetheart of the Rodeo', com seu som balanceado e peculiar. Poucos álbuns do country podem se equiparar a esta obra-prima. O tempo passa, e ele parece cada vez melhor!


Nunca mais The Byrds repetiria esta fórmula, pois já no ano seguinte Parsons estava longe, lançando outro trabalho marcante e inovador com sua nova banda 'The Flying Burrito Brothers', chamado 'The Gilded Palace of  Sin', que também merece ser analisado mais profundamente.


Se você não conhece, ou não tem este trabalho, baixe, compre ou peça emprestado. Se você tem em casa o vinil ou o CD de 'Sweetheart...' ponha pra tocar esta noite, e erga um brinde a Gram Parsons e ao country!!!  


Cheers, man! Sound as ever!!!



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