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terça-feira, 8 de maio de 2012

Ten Years After - Progressive Blues!





O 'Ten Years After' foi outra banda britânica formada em 1967, e que exerceu sua atividade até meados dos anos 70. Seu 'estouro' ocorreu em Woodstock, com uma versão longa e inesquecível de 'I'm Going Home'. Depois de Woodstock o sucesso sempre pareceu bater à porta da banda, mas como o grupo não tinha muitas aspirações comerciais, acabou ficando pouco conhecido fora do hemisfério norte.


Seus integrantes eram todos músicos de exceção, a começar pelo seu líder, o guitarrista e vocalista Alvin Lee.
Lee, foi sem dúvida, um dos guitarristas mais inovadores de sua época. Sua destreza como instrumentista era tanta, que foi eleito várias vezes por publicações especializadas, o guitarrista 'mais rápido' do planeta! Suas composições provam porém, que não era somente a técnica o forte da banda. Sua voz talvez seja o seu ponto fraco, mas também parece adaptar-se bem aos rocks e blues de seu repertório.
No baixo, a figura de Leo Lyons complementava e duelava o tempo inteiro com a guitarra de Lee. Considero Lyons, um dos melhores baixistas que já ouvi.
Todos eram solistas no "Ten Years After'. 
Chick Churchill dava as cartas nos teclados de maneira fantástica. Seus solos, principalmente em composições mais jazzísticas de Lee, vinham à tona de maneira melódica e elegante. Nada de extrapolações, apenas o necessário.
O irmão de Alvin, Ric Lee, comandava a bateria da banda. Tecnicamente também perfeito, Ric se adaptava facilmente tanto aos ritmos pesados como as densas e enebriantes baladas românticas do grupo.




O primeiro trabalho de peso do grupo, foi o álbum ao vivo 'Undead' de 1968, que os levou a serem convidados para Woodstock. Em 69 surgiram dois outros belos trabalhos, 'Stonedhenge' e 'Ssssh', que ajudaram a solidificar sua fama na Europa.
O melhor momento do Ten Years After, para mim, foi o início dos anos 70. Logo de cara, na década que se iniciava, surgem dois trabalhos inovadores: 'Cricklewood Green' e o clássico 'Watt'!
Do primeiro, um disco mais bluesy, surgem as deliciosamente ritmadas 'Me and My Baby' e 'Sugar the Road', e também a linda balada 'Circles'.




No 'Watt', impossível citar algumas canções. Todas soam clássicas para mim. De 'I'm Coming On', o rockão que abre o disco, passando por 'My Baby Left Me' - um dos melhores trabalhos de Alvin, tanto na guitarra como no vocal -, 'Think About The Times' - em que os teclados de Churchill sobressaem numa improvisação 'jazzy', a bonita instrumental 'The Band With No Name' até o arremate final em 'She Lies in the Morning', em clima de jam-session, tudo soa diferente, como se eles estivessem criando um novo estilo musical. De fato, me parece que eles estavam, e o definiram como 'Progressive Blues'!




Talvez o álbum mais conhecido deles, por estas bandas, tenha sido 'A Space in Time' de 1971. Eles haviam trocado de gravadora, indo para a Columbia, onde seus esforços deveriam ser mais bem recompensados. Duas grandes canções deram a este trabalho o reconhecimento que eles queriam. 'One of These Days', uma bela abertura sem dúvida alguma e aquela pela qual muita gente nunca vai esquecer a banda: 'I'd Love to Change the World', com seu clássico refrão:
"I'd love to change the world
 But I don't know what to do
 So I'll leave it up to you."

Este esforço rendeu ao grupo sucesso mundial, mas ao mesmo tempo, senti uma certa acomodação nele e em trabalhos posteriores. A fórmula da inovação, da jam-session, os elementos jazzísticos, os longos solos, passaram a ser deixados de lado. O forte da banda que sempre foi a improvisação, agora seria apenas mais um elemento, e não o principal objetivo.


Ainda viriam dois bons trabalhos nos anos seguintes. O LP de estúdio que se chamaria 'Rock and Roll Music to the World' e o duplo ao vivo 'Recorded Live'.




Após 1973, não senti muita firmeza no Ten Years After. Recentemente vi que eles estão em turnê, mas sem Alvin Lee.
Lee, continuou em carreira-solo a partir do final dos anos 70. Seus álbuns são esporádicos, e podemos sentir que mesmo longe de seus melhores momentos, seus solos de guitarra ainda atraem atenção e reconhecimento!
Ten Years After, uma banda para quem conhece!  



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