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quinta-feira, 10 de maio de 2012
Caminhando no Gelo!
No início do inverno de 1974, o cineasta alemão Werner Herzog recebeu a notícia de que sua grande amiga, a crítica de cinema Lotte Eisner, estava hospitalizada, à beira da morte em Paris.
Este grande expoente do cinema expressionista alemão, diretor de filmes como 'O Enigma de Kaspar Hauser' e 'Fitzcarraldo', não teve dúvidas. Resolveu marchar em uma caminhada através do frio do inverno europeu, de Munique até Paris, para encontrar Eisner. Segundo suas palavras, ele deveria ir a pé, na certeza de que com esse seu esforço, ela sobreviveria!
Munido de um casaco, botas novas, uma bússola e uma sacola, Herzog literalmente botou o pé na estrada. Quando chegava a escuridão, ele pernoitava em estalagens deprimentes, ou arrombava casas de campo desabitadas, saqueando as dispensas.
Seus filmes se misturaram com a realidade! É difícil dizer o que é realidade, ou o que foi sonho do autor.
Quatro anos depois, o que anotou dessa viagem maluca e heróica - Lotte se curou -, Herzog resolveu publicar.
Faz algum tempo que li 'Caminhando No Gelo' (Editora Paz e Terra, 1978), e lembro que fiquei impressionado com a determinação de Herzog, e todo o sofrimento de sua jornada, que felizmente, após 21 dias de caminhada, teve um final feliz!
..."Então ela me olhou com um fino sorriso e, como sabia que eu era um homem a pé e, portanto, sem defesa, me compreendeu. Por um instante fino e breve, algo suave atravessou meu corpo exausto. Eu disse: abra a janela, há alguns dias aprendi a voar".
Não são muitos diretores de cinema que tem uma história dessas para contar!
"Gosto mais deste livro do que de todos os meus filmes".
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