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domingo, 27 de fevereiro de 2011

Moacyr Scliar!!

Perdemos nesta madrugada um grande escritor! Moacyr Scliar nos deixou aos 73 anos.
Na feira do livro de Santa Maria do ano passado ele esteve aqui, e inclusive comprei um livro dele, o 'Mistérios de Porto Alegre'.


A foto acima foi tirada nos estúdios da Itapema FM, onde ele foi entrevistado por Márcio Grings. O Márcio tinha acabado de o presentear  com os livros 'A Nós, O Clube dos Descontentes' e 'Alto & Bom Som', o que me deixou deveras orgulhoso!
  Scliar era também médico e membro da ABL. Deixa saudade!!!

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Talento e Sensibilidade!


Pois é amigos, George Harrison completaria 68 anos neste 25 de fevereiro. 
Afora todas as homenagens - imagino que ela era bem avesso à isso - o que fiquei pensando hoje foi na sua sensibilidade. 
Eu sabia que ele era um cara talentoso e sensível, mas uma amiga me chamou mais a atenção para isso ao 'interpretar' um pequeno texto que estou escrevendo sobre ele. 
'Pô, o cara se preocupava com os outros, ele não se importava em ficar em segundo plano...'.
É verdade, comecei a pensar nisso - e não só escrever - o George era uma pessoa além de muito talentosa, um músico extraordinário, também um ser-humano fantástico! 


Hoje, e quase todos os dias, ouvindo seus discos, eu fico pensando no que esse cara ainda podia ter 'aprontado'.
Sua guitarra com slide é uma inspiração constante para qualquer um de nós!
George, desde os tempos dos Beatles, sempre foi totalmente independente. Ele queria mais do que simplesmente a música, ou o sucesso. Ele queria se conhecer!!

George Harrison, 68 anos hoje! Gostaria de te dar um abraço! 


domingo, 20 de fevereiro de 2011

A Obra Máxima de Lennon!




Em dezembro do ano passado o álbum 'JOHN LENNON/PLASTIC ONO BAND' completou 40 anos. Quando alguém me pergunta qual meu álbum preferido dos ex-Beatles, eu sempre fico na dúvida. Mas este sempre é um nome certo na lista, juntamente com 'Band on the Run' do Macca e 'All Things Must Pass' de George.
Este disco do John nunca foi páreo em termos comerciais para 'Imagine', 'Walls and Bridges' ou até mesmo 'Double Fantasy', os trabalhos mais festejados de Lennon. O que ele perde em termos de assimilidade perante os outros ele ganha disparado nos quesitos sinceridade, clareza e veemência.


No início de 1970, John estava saindo dos Beatles. Ele e Yoko estavam juntos havia dois anos, e o vício dos dois em heroína começava a preocupar. John ouve falar do Dr. Arthur Janov, psicoterapeuta norte-americano e sua terapia do grito primal. Após várias sessões com o Dr. Janov em que John era hipnotizado e estimulado a colocar seus problemas para fora na forma de 'gritos', o casal começou a se livrar de seu vício.
Os problemas de John como ele mesmo admitiria vinham desde o tempo de seu abandono pelos pais e a subsequente morte de Julia, sua mãe, atropelada quando John tinha 17 anos.     
A 'cura' se é que ela aconteceu, veio na forma deste álbum. 

Na canção de abertura chamada 'Mother', que começa com um sino de igreja, John cobra o seu abandono pelos pais: 'Mamma don't go, Daddy come home' ( Mamãe não se vá, papai volte pra casa ), alguém pode imaginar algo mais direto?
O clima do disco continuou pesado.
Em 'I Found Out', Lennon aumenta sua cobrança!!
Dos que lhe enchiam o saco ( fãs, malucos de plantão, beatlemaníacos etc...), dos que estavam a procura de gurus ou salvadores: 'Old hare Krishna got nothing on you, just keep you crazy, with nothing to do' ( o velho Krishna não te ajudou em nada, só te deixou pirado e sem nada pra fazer ), e também dos que se omitiam e esperavam a ajuda cair do céu: 'Some of you sitting there with your cock in your hand, don't get you nowhere, don't make you a man' (  Essa cambada aí sentada com o pau na mão, isto não os levará a lugar algum, nem faz de vocês homens de verdade ). Enfim sobrou pra todo mundo!
'Working Class Hero', a mais politizada do álbum, foi durante muito tempo associada a imagem do John socialista e ativista. Imagem esta que depois ele tentaria se livrar com dificuldade.


O álbum não foi só gritos, temos que admitir. Sobraram algumas canções ternas de amor para Yoko, como 'Look at Me' e 'Love'. Ambas tão pungentes que deixariam o baladeiro McCartney com inveja.

O que ficou de definitivo, foi a imagem do sonho que acabou!
Em 'God', John desmistifica todo mundo: os Beatles, Jesus Cristo, Elvis etc... etc.. Ele só acredita nele mesmo e em Yoko.
Ele havia sido 'the walrus', mas agora ele era John! A nós só restava seguir adiante!
Outros desafios pintariam e quem sabe novos sonhos.


terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

O Pequeno Livro dos Beatles!


Publicado finalmente aqui no Brasil 'O Pequeno Livro dos Beatles' de Hervé Bourhis. Este belo trabalho em quadrinhos vem na esteira do livro 'O Pequeno Livro do Rock', também publicado pela Conrad ano passado aqui.


O traço do cara é caprichado, a história dos Beatles é contada de cabo a rabo ( até 2009 ), com a eficiência de quem se debruçou mesmo sobre o assunto.
Hervé tem 36 anos, jovem para ter conhecido os caras quando juntos, mas deve ser outro daqueles que foram atingidos de forma fulminante pela música dos Beatles nos anos 80 ou 90.


Quem já leu o ..'Livro do Rock', sabe que esse francês é muito talentoso, e o livro dos Beatles segue o mesmo estilo do anterior.
Esta publicação é pra nenhum beatlemaníaco que se preze perder! Vou começar os trabalhos.... Com licença...   


domingo, 13 de fevereiro de 2011

David Hemmings - 'Happens'




Em 1966, Michelangelo Antonioni queria um ator 'desconhecido' para o papel do fotógrafo Thomas, em 'Blow-Up', seu primeiro filme em lingua inglesa, ambientado na Londres da época.
Hemmings era um ator de teatro, que já havia feito várias peças e também muitos filmes 'B'.
Terence Stamp queria desesperadamente este papel, mas não houve jeito, o escolhido foi mesmo David.


O filme foi um sucesso de crítica e público, talvez o único de Antonioni em toda sua carreira, e o 'baixinho' David Hemmings foi elevado a condição de astro, e símbolo sexual da 'swinging London'.
Pode-se dizer que ele aproveitou bem a fama! Logo a seguir ele participaria de mais três filmes que emplacaram. ' Camelot', 'Barbarella' e 'A Carga da Brigada Ligeira', contariam com atuações competentes de David, que o mantiveram nos holofotes da mídia. 
  

Algo que poucos sabem porém, é que Hemmings também se aventurou na música! Em 1967, quando estava no auge do sucesso, este inglês foi a Los Angeles, e travou contato com o pessoal dos Byrds.
Surgiu a ideia de um álbum com David cantando.
Gravado sem expectativas, de forma experimental e ousada, o disco 'Happens', foi praticamente ignorado na época, e hoje faz parte da discoteca de poucos - aos quais me incluo - fãs de David ou da década de 60.


O álbum abre com uma canção perdida de Gene Clark chamada 'Back Street Mirror', que David ouviu no estúdio e fez questão de gravá-la. Um achado! Esta faixa foi produzida por Leon Russell.
'Reason to Believe' de Tim Hardin é outra pérola do disco. Hemmings adorava o trabalho de Hardin.
Temos também duas faixas totalmente experimentais: 'Talkin' L.A.' e 'War's Mystery', ambas com música de Roger McGuinn e Chris Hillman e letra de Hemmings. As duas são praticamente declamadas por David, enquanto a banda capricha  num acompanhamento estranho e dissonante, incluindo um saxofone ao fundo. 


Outro destaque são as canções 'After the Rain' e 'The Soldier Wind' - esta, composta especialmente por Bill Martin para David.
A produção do trabalho ficou a cargo de Jim Dickson, e todos os Byrds deram sua 'mãozinha'. O engenheiro de som, foi outra figurinha da época chamado Jim Messina.

Logo depois dessa aventura, David Hemmings deixaria a música de lado e investiria na produção de séries para a TV. Um de seus produtos que fez mais sucesso foi 'Magnum' com Tom Selleck.
A partir dos anos 90, Hemmings volta a aparecer em grandes produções do cinema, incluindo uma ponta em 'Gladiador', mas aí já gordo e irreconhecível.

Hemmings teve uma vida pessoal conturbada e vários casamentos, sendo que o relacionamento com a atriz Gayle Hunnicutt lhe deu seu único filho chamado Nolan - certamente uma homenagem ao seu personagem, o Capitão Nolan do filme 'A Carga da Brigada Ligeira'.

David morreu em 2003 de ataque cardíaco!


quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

'Would You Love Me For My Money' ?


Assim cantava Nick Drake em 'Northern Sky', certamente uma das melhores canções já compostas em lingua inglesa!
Volta e meia eu estou ouvindo um dos três discos oficiais que Nick deixou.
Ainda não consigo entender como ele não fez o sucesso que merecia. Suas músicas ainda são super atuais, não envelheceram nada. 
Seu trabalho sofre influência de música clássica, jazz e muito folk, além disso há várias canções instrumentais que dão um toque refinado aos álbuns, e mesmo assim Nick Drake nunca emplacou.
Admito que sua música não é para qualquer ouvido, e que também ela não me deixa mais feliz! 
Mas que é linda, isso é!!!


Os álbuns 'Five Leaves Left', Bryter Layter' e 'Pink Moon' tem lugar de destaque na minha coleção de cds de cabeceira! 
'Northern Sky', 'Poor Boy', 'Time Has Told Me', 'Fly' e 'Way to Blue' tem que estar entre as 100 melhores canções de todos os tempos ou.......... Nunca entendi nada de música!!
Nick Drake ainda é o cara!!

O texto abaixo foi o último a entrar no 'Alto & Bom Som'.

Poor Boy

 Nicholas Rodney Drake, conhecido como Nick Drake, foi um dos grandes cantores  folk ingleses esquecidos dos anos 60/70 e hoje é considerado uma estrela cult.


Nick nasceu em Rangum, antiga Birmânia em 19 de Junho de 1948. Filho de família abastada, ele aprende a tocar piano ainda jovem, por influência de sua mãe, Molly que era pianista e violoncelista.
Na adolescência Nick passa algum tempo na França onde começa a compor e a dedilhar o violão. O cara volta para a Inglaterra em 1967, e estuda Literatura em Cambridge.
Drake começa a desenvolver seu talento nesta época, se apresentando para os amigos e colegas, já com composições suas.


Apesar de todo o seu charme, Nick era extremamente tímido, ficando horas e horas estudando violão no mais completo isolamento. Seu maior prazer era sair dirigindo pela estrada, sem hora para voltar, perdendo-se no caminho e só parando quando faltava combustível.
No ano de 1968 ele conhece os membros do grupo folk, Fairport Convention que reconhecendo seu talento o recomendam ao produtor Joe Boyd, da então emergente Island Records.


Em 1969 ele grava, com grande expectativa, seu primeiro álbum, “Five Leaves Left”,  lembrando pelos arranjos a música clássica que Nick tanto apreciava. Drake consegue transportar para as gravações todo o seu talento vocal e como instrumentista.
 Neste seu trabalho de estreia, Drake traz ao mundo canções do naipe de Time Has Told Me, Way to Blue, Cello Song e The Thoughts of Mary Jane, temas considerados imprescindíveis para a compreensão de sua obra. Apesar de críticas favoráveis, inacreditavelmente o disco não aconteceu. Talvez poucos estivessem preparados para o som e a poesia do artista britânico.
Ele sente-se mais deslocado ainda com a pouca receptividade, mas resolve continuar investindo na música e abandona os estudos.


“Bryter Layter”, lançado em 1970, tenta ser mais jovial que o anterior, mas suas letras soturnas não mentem. Nick desenvolve os primeiros sintomas de depressão, e piora com a fraca aceitação desse álbum, em que ele tanto investira.
 Considero este, seu trabalho mais acessível, com belos toques jazzísticos, e são dele ás delicadas, Hazey Jane II, One of these Things First, Fly, Northern Sky e Poor Boy, na qual em seus versos Nick canta, “Oh poor boy, so sorry for himself” (pobre garoto, sentindo tanta pena de si mesmo) , uma composição totalmente autobiográfica, e que nos dá uma pista de como andava suas emoções


Nick detestava se apresentar para grandes plateias, e isso só piorava o lado comercial de seus discos, num tempo onde não existia outro tipo de promoção. Por outro lado, ele era muito sensível e necessitava de aceitação – consta que ligava para pessoas desconhecidas perguntando se tinham ouvido falar de um disco de Nick Drake – e os fracassos de venda de seus dois álbuns o deprimiram ainda mais.


Com seus problemas emocionais cada vez mais evidentes, ele tenta um último esforço e grava o difuso e desequilibrado “Pink Moon”, apenas ele e o violão, um disco gravado em apenas duas noites com o estúdio vazio. Mesmo sem conseguir transmitir o mesmo impacto dos álbuns anteriores, Drake ainda surpreende com as canções Which Will e Things Behind The Sun, além da canção título.


 Quando acaba a gravação, Nick retira-se do estúdio, simplesmente deixando as fitas em cima da mesa da secretária! O disco vendeu ainda menos que os anteriores e levou Nick a um estado psicológico alarmante.


 Em 1973, a família o levou a um psiquiatra que lhe receitou um antidepressivo, e recomendou que ele ficasse internado em uma clínica por algum tempo. Quando se sentiu melhor, Nick resolveu botar o pé na estrada. Ele passou a visitar amigos na França, costumando chegar sem avisar, e depois partindo da mesma maneira.


Nick tornou-se cada vez mais melancólico e introspectivo. Dificilmente trocava palavras com alguém, e quando o fazia era de forma indistinta e confusa. Quando pôde se fazer entender, declarou a sua mãe: “eu falhei em tudo que tentei fazer.”

Nick tentou ainda voltar a gravar em 1974, mas desistiu no meio do processo, tendo deixado várias demos que mais tarde foram e ainda estão sendo lançadas em coletâneas.
Na noite de 24 de Novembro de 1974, sofrendo de insônia, Nick toma algumas pílulas de antidepressivo e ao som de um concerto de Bach tenta achar afinal um pouco de paz.  
Ele foi encontrado sem vida por sua mãe na manhã seguinte, recostado em sua cama com seus discos espalhados pelo chão do quarto.
 Foi diagnosticada uma overdose do antidepressivo, provavelmente acidental, mas o juiz optou pelo veredicto de suicídio, o que é muito contestado até hoje.


Aos 26 anos chegava ao fim a trajetória do inglês tímido e inadaptado, que com suas belas canções uma vez pensou que poderia ser aceito e amado.
Três décadas depois, sua canção Pink Moon é utilizada num comercial de TV mundial da Volkswagen, gerando uma redescoberta de todo o seu trabalho.
 Sua obra segue sempre atual, suas músicas já foram trilhas sonoras de vários filmes e seus três álbuns oficiais estão sempre sendo citados entre os melhores discos de todos os tempos. Todo o reconhecimento que Nick procurava e necessitava em sua vida, ironicamente, ele só receberia após sua morte.
Uma pena Nick Drake não ter conhecido melhor a si mesmo!

"I never felt magic crazy as this..." - Nick Drake ( 1948 - 1974 )

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

When She's Sixty - Four!!

 
Jane Asher, infelizmente ficou conhecida por essas bandas só por ser a 'namorada de Paul McCartney'!
Logo ela, que sempre foi tão independente, que tinha uma carreira como atriz desde criança, e que quando conheceu os Beatles em 63, era mais famosa na Inglaterra que eles.


Sua ligação com Paul durou 5 anos. Macca chegou a morar na casa da família Asher, de 63 até 66!
A casa por si só já era um monumento. Localizada em Wimpole Street, em um bairro nobre, apesar de decadente na época, a mansão tinha 3 andares mais o sótão onde Paul se instalou! 


No porão, a mãe de Jane, Margareth Asher, dava aulas de música - um de seus alunos de oboé foi o futuro produtor dos Beatles, George Martin -, e dizem que Paul aprendeu muito com Margareth!
'Yesterday', por exemplo, foi composta em Wimpole Street, após um sonho!
O pai de Jane, Dr. Richard Asher era um psiquiatra coceituadíssimo na época, e que escreveu vários livros. Seu irmão mais velho, Peter, faria sucesso com a dupla Peter & Gordon nos anos 60, antes de se mudar para os EUA e se tornar produtor musical. Entre suas maiores descobertas podemos citar James Taylor.
Sua irmã mais nova, Clare, tb era atriz, mas de novelas.


Quando seu relacionamento com Paul foi azedando, lá por 68, graças ás puladas de cerca do beatle, Jane foi se afastando. Ela não queria de maneira alguma deixar sua carreira de lado. Paul por seu turno, queria mais do que nunca uma esposa, mãe e dona de casa.
Moral da história: após idas e vindas, os dois se separaram. 
Jane, que já havia atuado em 'Alfie' ( 1966 ) com Michael Caine, continuou brilhando em sua carreira de atriz, principalmente no teatro londrino. Até hoje ela ainda atua. O último filme dela que vi foi a deliciosa comédia 'Morte No Funeral'.


Nos anos 80, Jane casou com o desenhista e cartunista Gerald Scarfe ( Pink Floyd - The Wall ), e teve 3 filhos com ele: Kate, Alexander e Rory.
Ainda na década de 80, ela inaugurou uma Casa de Chá em Londres que fez muito sucesso. Jane virou empresária, além de atriz, e atualmente ela faz bolos decorados para festas e casamentos que são enviados para todo o Reino Unido.


Jane Asher completou 64 anos em 2010. Seu cabelo continua ruivo! Ela continua linda!!
E, além de tudo, ela é super-simpática, me mandou uma foto autografada! Apenas não comentem sobre seu relacionamento com Paul, ela vira bicho!!

Viu o que tu perdeu, Macca???

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Red Rose Speedway - 1973


Macca tinha grandes planos para 1972. Apesar de ficar chocado com a pouca receptividade de 'Wings Wild Life', ele planejou um ano novo cheio de novas experiências.
A principal delas seria uma turnê com a nova banda. Para isso ele decidiu incorporar mais um membro à banda. O irlandês Henry McCullough foi contratado para ser o guitarra-solo do Wings. 


Como Paul tinha decidido fazer tudo devagarinho, sem pressa, ele não quis marcar nenhum show de estreia, em um lugar de expressão. Qual foi a grande sacada de Mr. McCartney?  Cair na estrada quase em segredo. Paul alugou dois ônibus. Um para a banda, mulheres, filhos, cachorros, etc.. O outro para os equipamentos e equipe! E..... Pé na Estrada!! 


Qual estrada? A das Universidades Britânicas! Porque? Porque não haveria grandes cobranças. 
Os caras chegariam por exemplo em ....  - não lembro o nome de nenhuma Universidade Britânica - Cambridge talvez seja uma... e os roadies iam até os estudantes e perguntavam se eles gostariam de curtir um show de Paul McCartney e banda na hora do almoço. Os garotos - não acreditando muito - obviamente diziam que 'claro que sim'!! Ok, o preço será de 1 libra!!
Era montado um pequeno palco ás pressas e a banda se apresentava. Seria como se aqui nos anos 70, algum super-astro se apresentasse em lugares muito pequenos... Chico, Roberto??? Cruzes, melhor não!!


 
Mas voltando ao assunto, o que aconteceu? As apresentações não foram lá essas coisas. Linda, particularmente tinha muita dificuldade com os teclados. O que ouço quando revejo aqueles shows é um som sujo, rascante, até bem legal, um proto-punk, mas os caras precisavam de mais ensaio! Os estudantes curtiram! 
Detalhe: toda a grana arrecadada ( 1 libra de cada estudante ) era colocado no mesmo saco e repartido entre os 5 depois dos shows... Tá certo Paul, por isso que Linda tava na banda, vc ganhava dobrado... hahahaha, Brincadeirinha!


Depois desse aquecimento, chegou a hora de partir para novas gravações. Paul tinha bastante material. Ele havia sido convidado para escrever a música-tema para o próximo filme de James Bond, e isso lhe daria muita moral, pois ele arrasou com 'Live and Let Die'!
As sessões para o álbum que se chamaria 'Red Rose Speedway', não correram tão tranquilas. A banda ainda não estava bem afinada. O produtor Glyn Johns, aquele que havia gravado o 'Let It Be' sem 'frescuras', antes da intervenção de Phil Spector em 1970,  foi chamado por Paul, mas abandonou o projeto ao ver a coisa preta.


Música não faltava, eles gravaram o suficiente para um disco duplo! A gravadora vetou! Paul teve que escolher as que ele achava que deveriam estar num álbum  simples.
 A escolha segundo Denny Laine e outros membros da banda foram sofríveis, as mais rockeiras foram deixadas de lado.
'My Love' que faria parte das imortais de Macca, teve um solo de guitarra antológico de McCullough - solo este que ele alterou na última hora -, e foi a balada de exceção do disco. O rock 'Big Barn Bed' que abre os trabalhos foi outra das que se salvaram. Mas parecia que Paul havia pisado no freio. Algo não estava funcionando na banda.
Linda tinha ganhado mais confiança com as excursões, mas seus parceiros de banda não gostavam de seu trabalho. Seu vocal, continuava falhando em canções como 'When the Night'. 


Red Rose Speedway, na minha opinião acabou sendo um álbum de transição. Haveria mudanças na banda para o próximo ano, e como dizem: 'há males que vem de trem'.... Quer dizer 'vem para o bem'!

As ilustrações e as colagens do encarte são do artista gráfico amigo de Paul de longa data, Eduardo Paolozzi. A capa pelo menos melhorou! Paul foi clicado por Linda na garagem de sua casa, como vcs estão vendo lá em cima. Ele contou que passou a noite toda sentado com aquela rosa na boca e ouvindo um álbum do Steve Wonder, acho que era o 'The Secret Life of Plants' ou 'Music of My Mind', não lembro! A inspiração deve ter ajudado.


Ele faria bem melhor da próxima vez!!