Há 50 anos os Beatles começavam a conquista do planeta. Ainda sem que o mundo soubesse, os primeiros passos para uma revolução na música e nos costumes se iniciava em Hamburgo, na Alemanha.
No início dos anos 60, a vida não estava fácil para os aspirantes a músicos profissionais chamados John Lennon, Paul McCartney e George Harrison. Depois de muitas idas e vindas, seu grupo de rock’n’roll reduzira-se apenas aos três. A banda que havia sido fundada por John nos anos 50, com o nome de ‘Quarrymen’, e que depois passaria a se chamar ‘The Beatles’, ainda não se tornara conhecida em sua cidade natal. Paul, George e John eram guitarristas. Eles tinham dificuldades para conseguir um baixista e, principalmente, um baterista fixo para a banda. Finalmente eles descobrem Pete Best que, apesar de tímido, tinha um belo kit de bateria. Ficava faltando solucionar o problema do baixista, e John teve uma ideia.
Ele tinha um colega no Liverpool Art College, chamado Stuart Sutcliffe, que além de brilhante desenhista, também curtia um bom rock’n’roll. Neste momento, Stu participou de sua primeira exposição coletiva e teve seu quadro vendido. Com uma razoável quantia em dinheiro no bolso, e sem saber o que fazer com ela, Stu foi estimulado por Lennon a comprar um contrabaixo elétrico e entrar para a banda. John achava que, com o tempo, Sutcliffe aprenderia a tocar.
Stu
Os Beatles estavam completos
Surge neste momento uma oportunidade nova para a banda. Eles foram contratados por Bruno Koschmider, um alemão dono de clubes noturnos para tocar em Hamburgo, na Alemanha. O grupo partiu entusiasmado, mas Koschmider os instalou nos fundos de um cinema estilo decadente, em um quarto sujo e úmido, onde dividam beliches entre si, e o banheiro do cinema, com os espectadores. O clube onde eles se apresentariam chamava-se Indra e não passava de uma boate degradante de strip-tease. Eles mal cabiam no palco que estava caindo aos pedaços. Tudo isso no bairro mais barra-pesada de Hamburgo, o St. Pauli, e na rua dos cabarés e prostíbulos da cidade, chamada de Reeperbahn.
Os Beatles estavam completos
Surge neste momento uma oportunidade nova para a banda. Eles foram contratados por Bruno Koschmider, um alemão dono de clubes noturnos para tocar em Hamburgo, na Alemanha. O grupo partiu entusiasmado, mas Koschmider os instalou nos fundos de um cinema estilo decadente, em um quarto sujo e úmido, onde dividam beliches entre si, e o banheiro do cinema, com os espectadores. O clube onde eles se apresentariam chamava-se Indra e não passava de uma boate degradante de strip-tease. Eles mal cabiam no palco que estava caindo aos pedaços. Tudo isso no bairro mais barra-pesada de Hamburgo, o St. Pauli, e na rua dos cabarés e prostíbulos da cidade, chamada de Reeperbahn.
Mesmo assim, os rapazes não se intimidaram. Seus shows começaram a ficar famosos na área. Antecipando o movimento punk em pelo menos uma década e meia, os Beatles pegavam pesado no palco. Todos bebiam, fumavam e comiam enquanto tocavam. John sentia-se livre para extravasar seu lado rockeiro. Durante os shows, ele provocava o público alemão, e o show continuava, entre garrafas voando e brigas homéricas na plateia. O repertório era todo anos 50, e os rockões iam de Elvis a Chuck Berry, de Carl Perkins até Jerry Lee Lewis, passando por baladas românticas cantadas por Paul. Os Beatles começaram a atrair mais a atenção dos clientes da Reeperbahn. Com isso, tiveram sua chance de tocar no Kaiserkeller, um local mais adequado e menos violento que o Indra. Infelizmente, a polícia descobriu que George era menor de idade, e ele foi mandado de volta para casa, junto com Paul e Pete Best, que foram acusados de vandalismo.
O amor e a tragédia de Stu
Em 1961, os rapazes voltariam. Desta vez, tocariam também no Top Ten, e no Star Club, os dois melhores clubes daquela parte da cidade. Eles se tornaram a grande atração local.
Certa noite, após sair da casa da namorada, Klaus Voorman, estudante de arte, que pertencia ao grupo dos ‘exis’ ou existencialistas, a turma mais ‘cool’ e intelectual, ouviu uma música que vinha de um clube próximo. O som era diferente de tudo que Klaus já ouvira antes, e ele resolveu entrar. Voorman ficou hipnotizado com o que viu e ouviu! Na noite seguinte, Klaus trouxe sua namorada, a fotógrafa Astrid Kirchherr, que sentiu o mesmo impacto ao ouvir os Beatles. Logo eles se tornaram amigos dos caras.
Astrid e Gibson Kemp
Impressionada com o estilo cru de sua música, suas performances selvagens e de suas roupas – todos vestidos de couro preto –, Astrid ficara também surpresa com o carisma e a personalidade diferente dos cinco rapazes e queria fotografá-los. São desta fase as primeiras fotos históricas dos Beatles em estado bruto!No lado musical, McCartney começou a enxergar problemas na banda. Stu não progredia no baixo. Inseguro, ele tocava de costas para o público. Após uma briga no palco, Sutcliffe resolveu deixar a banda. Ele começara novamente a se interessar pela pintura, e com o estímulo de Astrid – que se apaixonara por ele –, decidiu dedicar-se totalmente a arte de sua formação.
Era hora dos Beatles voltarem para Liverpool. Stuart ficou com sua amada Astrid na casa de seus pais. A partir desta data, Paul assumiu o baixo, com seu talento e competência.
Em 1962, eles se tornaram a banda mais conhecida de Liverpool e região, mas uma última turnê a Hamburgo já estava agendada para abril daquele ano. John achou que era uma ótima oportunidade para rever Stu. Quando chegaram ao aeroporto de Hamburgo em 11 de abril, os rapazes só viram Astrid esperando por eles. As notícias eram terríveis. Stuart Sutcliffe morrera no dia anterior, de hemorragia cerebral. Já fazia algum tempo que ele se queixava de fortes dores de cabeça. John Lennon ficou completamente chocado com a perda do amigo, mas seguiu em frente. Após apresentações que levaram os alemães ao delírio, a última temporada em Hamburgo chegava ao final!
A partir daquele momento, os Beatles queriam – e conseguiriam – o mundo!
*Publicado no Diário de Santa Maria em 29/09/2012.
Um comentário:
Valeu Alice, por me ajudar a 'arrumar' o blog!!
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