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terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Layla - 40 anos!!

A obra-prima de Eric Clapton, o álbum 'Layla and Other Assorted Love Songs', completa 40 anos neste final de 2010.


Clapton, ao iniciar a década de 70 estava numa encruzilhada. Após começar sua carreira nos Yardbirds, ele trocou de banda por achar esta comercial demais. Seu caminho o levou então até John Mayall and The Blues Breakers, na qual Clapton, além de tocar o blues tradicional que ele tanto gostava, aprendeu a compor com Jack Bruce, e deu seus primeiros passos como cantor.
Em busca de mais espaço, Eric e Bruce uniram forças com o baterista Ginger Baker e formaram o primeiro super-grupo (ou power trio) da história. O Cream (nome apropriadíssimo, algo como 'A Nata'), foi protagonista de álbuns revolucionários e concertos que fizeram muito sucesso no final dos anos 60.
Mas Eric Clapton ainda não estava satisfeito. Agora ele achava a banda exibicionista demais. Ele queria um som mais maneiro e também tocar por prazer e não apenas para satisfazer seu ego.


Eric passa então a se apresentar com a banda de Dellaney & Bonnie, um casal de amigos, que tinha um excelente gosto musical. Dessa banda fazia parte: Bobby Whitlock nos teclados, Carl Radle no baixo e Jim Gordon na bateria, entre outros luminares.
Ao mesmo tempo que rolava esta 'encruzilhada musical', Clapton vivia também uma outra sentimental.
Desde 1968 ele frequentava a casa de George Harrison em Friar Park, não muito longe de sua residência em Hurtwood Edge. Após tocar o solo de 'While My Guitar Gently Weeps', no Álbum Branco dos Beatles, ele e George ficaram muito amigos.
George, era casado desde 1966 com a ex-modelo Pattie Boyd, uma linda loura de 20 e poucos anos. A atração de Eric por Pattie foi imediata. Não tendo como se declarar abertamente para sua amada, Clapton suportou essa paixão 'semi-correspondida' durante muito tempo.


Finalmente quando ele se decidiu, foi debilmente rejeitado por Pattie, e entrou numa crise existencial braba (daquelas que todos nós passamos ou passaremos algum dia), e mergulhou no consumo de drogas pesadas.
Paralelamente à toda sua frustração emocional, Clapton começou a compor pra valer. Ele também estava lendo um livro de poesias de um persa chamado Nezami.
Neste livro havia a história de Layla, a musa do poeta, que também era comprometida. Eric viu muitas semelhanças em ambas as situações, e ao compor uma música pensando em Pattie, ele a intitulou Layla.
Recrutando a ajuda dos músicos que tocavam com Dellaney, Clapton conseguiu uma base muito segura para o que queria desenvolver.


Em Miami, onde foi se esconder pra tentar esquecer Pattie, e ter mais liberdade para entre outras coisas, se drogar, Eric alugou os estúdios Criteria, que tinham como  produtor o tarimbado Tom Dowd.
A química entre Clapton, Whitlock, Radle e Gordon sempre foi perfeita. A banda ficou conhecida como 'Derek and the Dominos', e os caram mandaram bem desde o início das sessões.
Dowd costumava se assustar ao chegar no estúdio e encontrar garrafas e mais garrafas de vinho, vodca (vazias, é claro) etc... Além de grande quantidade de substâncias não reconhecíveis a primeira vista.
Com a criatividade em alta, e a ajuda de Whiltock nas composições, o disco foi ganhando forma rapidamente.
Os deuses pareceram conspirar para que tudo desse certo, quando Duane Allman, tocando nos arredores da cidade pintou no estúdio uma noite. O guitarrista dos Allman Brothers, caiu como uma luva dentro da banda de Clapton. Solos históricos seriam gravados pelos dois, pois Duane seria um convidado permanente.


Este é o tipo de disco que não se deve destacar nenhuma canção. Ou são obras apaixonadas de Clapton à sua amada ( I Looked Away, I Am Yours, Why Does Love Got to Be So Sad? e It's Too Late) ou blues pesados pra ninguém reclamar ( Key to the Highway, Have You Ever Loved a Woman e Tell the Truth).
Bem, podemos destacar duas... Little Wing, uma grande cover do sucesso de Jimi Hendrix, tocado com paixão por Eric e claro, Layla!
Esta música Eric já a tinha pronta fazia algum tempo, porém ele achava que faltava um complemento. Ao ouvir o baterista Jim Gordon tocar uma suite que ele compora ao piano, a ficha caiu! Ali estava a coda que daria a canção uma outra dimensão.
Este solo interminável de piano acompanhado por duas guitarras é uma das coisas mais bonitas que já ouvi até hoje!!
Assim fez-se a história!! Layla não seria um grande sucesso comercial, mas daria a Clapton as melhores críticas de sua carreira!


Em 1973, Eric e Pattie finalmente ficariam juntos!

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