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quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Bergman Revisitado!



A distribuidora nacional 'Versátil' que se especializou em filmes clássicos europeus, particularmente os do diretor sueco Ingmar Bergman, finalmente lançou no Brasil em DVD e Blu-ray, o filme 'Fanny & Alexander' de Bergman.
Originalmente uma série para a TV, esta obra de arte também foi lançada nos cinemas em 1982. O lançamento da Versátil tem três opções. A versão da TV de 320 minutos, a versão do cinema de 188 minutos, e uma versão "definitiva", que contém ás duas versões e ainda os documentários 'Diário de Uma Filmagem' (110 mins.), 'Bergman Dá Adeus ao Cinema' (59 mins.) e 'Uma Tapeçaria Bergmaniana' (39 mins.).
Este filme já se tornou clássico no lançamento, em 1982, quando levou as estatuetas do Oscar de 'Filme Estrangeiro', 'Figurino', 'Fotografia' e 'Direção de Arte'!
Provavelmente o melhor filme de Bergman - há quem prefira 'Morangos Silvestres', 'Gritos e Sussurros', 'Persona' ou mesmo 'O Sétimo Selo' - ele se situa na Suécia do começo do século XX, em que uma família burguesa tradicional sofre mudanças bruscas com a morte de seu patriarca.
Todos os filmes de Bergman tem como principal característica lembranças familiares de sua infância, mas este sem dúvida é o mais pessoal e autobiográfico.


Bergman foi criado em uma família em que seu pai, um austero pastor protestante, o punia severamente por qualquer deslize. Em 'Fanny & Alexander', após perder o marido, a mãe das crianças, casa-se com um bispo, tão cruel e despojado que só poderia ser uma cópia do pai de Bergman, segundo sua ótica. Aliás, a situação toda é vista pelos olhos de uma criança, no caso o menino Alexander, em antológica interpretação do garoto Bertil Guve. A mãe dos dois, a atriz Ewa Fröling, também é destaque do longa, assim como os atores bergmanianos Erland Josephson e Gunnar Björnstrand (em seu último papel no cinema).

A fotografia, como em quase todos os filmes de Bergman a partir dos anos 60, é de Sven Nykvist, que transforma o universo de Bergman, normalmente frio e de cores escuras e pesadas, em um arco-íris de cores vivas.
 Sim, a mensagem final é otimista. Talvez por ser um de seus últimos trabalhos, Ingmar Bergman não quis pular obstáculos ou deixar assuntos inacabados.
Apesar de tudo, a vida é bela, parece ser a mensagem, mesmo com alguns fantasmas aqui e acolá.


Revi este 'Fanny & Alexander' pela décima-quarta vez e o que me veio na cabeça é a imensa falta que Bergman faz ao cinema. Motivo mais do que suficiente para começar a rever seus filmes desde o início! É uma maneira de matar a saudade do melhor diretor de cinema de todos os tempos!


2 comentários:

Debbie disse...

Que 'bem falado', Dado e que boa ideia! xx

Eduardo Lenz de Macedo disse...

Valeu, Debbie. Estou em uma de minhas fases 'Bergmanianas'!!!