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sábado, 9 de abril de 2011

Wings at the Speed of Sound - 1976


O ano de 1976 ficará na lembrança de Paul McCartney como o de seu maior sucesso na década e o auge de sua banda Wings.
A formação consolidada desde 74 com as entradas de McCulloch e English, a maior participação de Denny Laine, e até Linda dando seus toques, resultou num som mais equilibrado e em um maior entrosamento do grupo.
'Band on the Run' e 'Venus and Mars' haviam recolocado Paul nos holofotes, e agora a responsabilidade também aumentava. Como nos tempos dos Beatles a expectativa era sempre de crescimento a cada álbum.

McCartney não tinha mais preocupações com a mídia havia muito tempo. Ele tinha passado por todos os estágios de críticas. Primeiro havia sido idolatrado no tempo da Beatlemania, e depois esculachado e ofendido pela maior parte da imprensa quando do início de sua carreira-solo.
Lembrando da 'acusação' de que só sabia compor canções bobas, baladinhas românticas, Paul teve a simples ideia de compor 'outra canção boba de amor', só pra zoar com os detratores! 
Surgiu assim um mega-hit do ano de 76, chamado 'Silly Love Songs', que se tornaria o carro-chefe do álbum 'At the Speed of Sound'.
Quando uma rádio aqui de SM, - ou, imagino, dos quatro cantos do mundo - era sintonizada na época, não seria possível passar meia-hora sem ouvir os acordes iniciais desta canção. E Paul perguntando, claro, 'o que há de errado em encher o planeta com tolas canções de amor'???


Tendo já satisfeito seu desejo de vingança contra os críticos em geral, McCartney resolveu dar uma força pra banda no restante do álbum. Jimmy McCulloch que já havia estreado como compositor e vocalista no álbum anterior apresenta outra canção chamada 'Wino Junko', um rock esperto, embora não tão bem sucedido quanto sua primeira contribuição para a banda. 'Junko' era o apelido de Jimmy.
O baterista Joe English canta a inofensiva 'Must Do Something About It' de Paul, e Linda adequadamente interpreta 'Cook of the House', com direito a panelas fritando algum alimento - vegetariano diga-se de passagem.
Quem rouba a cena é o velho parceiro Denny Laine, com 'Time to Hide'. Esta canção que seria apresentada ao vivo na turnê que estava por vir, levaria a galera ao delírio nas suas execuções. Comentou-se na época que Paul inclusive ficara com ciúmes do sucesso de Denny. Que maldade!

Em sua maioria as canções do 'Speed..' eram bem menos inspiradas que a de seus antecessores, mas fazer o quê? O disco caiu no gosto da galera.
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Outro sucesso em single foi a abre-alas, 'Let'Em In', mais uma canção simplesinha mas bonitinha, e que Paul voltou a apresentá-la ao vivo nas gigs atuais. Nesta canção, marcada pelo rufar de tambores, McCartney deixa claro quem são as pessoas bem-vindas à sua casa. 'Sister Susi' é mais conhecida como Linda McCartney. 'Brother John', é seu mano John Lennon.'Martin Luther' ( King) também é bem-vindo. 'Phil and Don', a dupla do Everly Brothers. 'Brother Michael', seu 'outro' irmão Mike, o 'Tio Ernie' e 'Auntie Gin', a tia que o acolheu quando sua mãe morreu.


Nas fotos do encarte note-se Macca tocando um enorme baixo acústico vertical. Este baixo pertenceu a Bill Black, baixista de Elvis Presley na década de 50. Linda o comprou em um leilão e o deu de presente de aniversário a Paul. 

O que me deixou meio cabreiro neste disco, foi a produção das faixas. Ela parece ter sido feita apressadamente, talvez pelas datas da turnê que se aproximava. O fato é que o som, saiu abafado. Várias destas canções quando apresentadas ao vivo, teriam um peso completamente diferente.
Uma menção honrosa a sessão de metais de Paul, composta por Tony Dorsey, Thaddeus Richard, Steve Howard e Howie Casey, este último, presente desde os tempos de 'Band on the Run'.

Ao contrário de outros álbuns em que colocam-se bônus para encher linguiça, aqui temos algumas curiosidades na edição da 'Paul McCartney Collection'. 
A canção instrumental 'Walking in the Park with Eloise' foi composta por ninguém menos que Jim McCartney, pai de Paul. Esta música foi gravada ainda em New Orleans em 1974, e foi creditada a 'The Country Hams' quando lançada em single. Na verdade era Paul, alguns membros do Wings e músicos de estúdio de New Orleans que a gravaram. E por sinal, é bem bonitinha!
Outra bônus é o lado B de 'Eloise', chamada 'Bridge on the River Suite', outra instrumental. E fecha as bônus, a country 'Sally G', também lançada apenas em single em 1974. Quem disse que um inglês do norte, não sabia compor música country??


Em meados de 76 este álbum chegou ás lojas, e o sucesso foi espantoso. E tudo ainda estava apenas começando. O single 'Silly Love Songs' estouraria logo a seguir e a excursão de Paul, que passaria pela Grã-Bretanha, Austrália e EUA o consagraria como o maior super-star da década!!
   

6 comentários:

Alice's Eyes disse...

Eu continuo encantada por estas capas antigas... quanta informação visual, quanta arte, que deveria contar o objetivo do álbum...

ou não...

Eduardo Lenz de Macedo disse...

Pelo menos era um retrato do que a banda estava vivendo na época.
No caso desta, o formato das letras da capa seriam iguais as usadas nas turnês para anunciar os shows.

Unknown disse...

Eaí, Eduardo, tudo tranqüilo? O meu nome é Filipi e eu conversei contigo no restaurante Arbório (nós acabamos sentando na mesma mesa em que vocês estavam e eu tava usando uma camiseta do Grêmio, deve fazer uns dois meses).
Mas, enfim, mais é pra te parabenizar pelo blog. Muito legal mesmo. Vai fazer uma resenha pra cada disco do Paul? Abraço e segue escrevendo aí que eu sigo lendo.

Eduardo Lenz de Macedo disse...

Fala, Filipi, tudo bem? Lembro sim de vcs lá!
Sim, minha intenção é ir fazendo aos poucos uma resenha de toda a 'Paul McCartney Collection'.
Valeu a força, e continua participando, brother!

Unknown disse...

Tudo bem, cara. Beleza, vou continuar acompanhando. E eu tô querendo começar com um blog pra falar sobre música, cinema e por aí vai, pra falar das coisas legais da vida. Quando rolar, te deixo aqui o endereço pra dar uma olhada também. Abraço!

jr disse...

"Quem disse que um inglês do norte, não sabia compor música country", é??? A 3 anos atrás Paul gravou uma música de sua autoria, seu nome é country dreamer...opa quase ia esquecendo do super mega country feito ainda em 1965, para o disco Help: i've just seen a face... E por ai vai... Na brincadeira, kkk, pra ele acho que só falta compor samba ou o saudosissimo forró.😀