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segunda-feira, 19 de agosto de 2013
Jeff Beck - A Lenda Viva!
Alguns amigos sempre me perguntam qual é o meu guitarrista preferido?
É uma questão muito difícil, visto que existem vários músicos exímios tocadores de guitarra, além de possuírem estilos completamente diferentes.
Já citei aqui neste blog, gente como Eric Clapton, George Harrison, Roy Buchanan, Alvin Lee e Steve Cropper. Talvez meu gosto musical se adapte melhor ao estilo destes músicos.
Existe porém, um guitarrista que talvez tenha todas as qualidades de todos estes que citei acima. Seu nome é Geoffrey Arnold Beck!
Sim, Jeff Beck tem um pouco do estilo de Clapton, e com certeza captou algo do 'slowhand' ao passar pelos 'Yardbirds' no início dos anos 60. Beck chegou a fazer parceria com Jimmy Page nesta banda, mas seu ego, impedia a convivência de duas guitarras solo.
O estilo de Beck também parece uma orquestra quando aposta em si mesmo 'apenas' como mais um membro de um grupo. Ironicamente ele só usou este estilo quando estava em carreira-solo. Lembro dele do tempo dos álbuns 'Blow By Blow'(75) e 'Wired'(76), em que a produção de George Martin o fez soar delicadamente parecido com o beatle George Harrison e seu inesquecível 'slide'.
De Roy Buchanan, um de seus ídolos, Jeff herdou a técnica impecável e um pouco do preciosismo instrumental, característicos do guitarrista americano. Seu tributo a Buchanan em 'Cause We've Ended as Lovers' - presente de Stevie Wonder - em 'Blow By Blow', é no mínimo emocionante. Que bom que Roy ainda estava vivo, e, quem sabe, pode apreciar a bela homenagem.
Um contemporâneo, cuja guitarra 'falava' em alta velocidade, e que seguramente atraiu a atenção de Beck, foi Alvin Lee, o eterno líder do 'Ten Years After'. Nas apresentações ao vivo não havia tempo ruim para Lee, assim como para Jeff Beck.
Beck também se deixou influenciar, como quase todos os guitarristas de sua geração, por Steve Cropper. Mesmo na época em que sua guitarra prenunciava o 'hard-rock' ou o 'heavy-metal', Jeff construía harmonias e solos a la Cropper, em trabalhos épicos com a banda que criou em 1968: o 'Jeff Beck Group', de cujo terceiro álbum, Cropper foi o produtor.
Por esta banda seminal, passou gente como o 'inimitável' Rod Stewart, já botando pra quebrar com seu vocal, ainda em início de carreira, e o naquele tempo baixista Ron Wood, que depois se desentenderiam com Beck e deixariam o grupo para juntar-se ao 'Faces'.
O 'Jeff Beck Group' deixou pelo menos dois trabalhos clássicos: 'Truth'(68), ás vezes creditado como um trabalho solo de JB, e 'Beck-Ola'(69). A combinação da guitarra de JB com o vocal de Rod, é um daqueles típicos casos que dão certo, mas que só acontecem muito raramente. A depuração da energia básica presente nestes dois trabalhos coube ao pianista Nicky Hopkins, que traçou uma tênue linha harmônica entre os dois super-astros.
Em 1973, Beck partiu para uma nova empreitada. Ele tentou se distanciar um pouco do blues pesado e do rock e deu uma guinada para o estilo jazz-rock, montando a 'Beck, Bogert & Appice'.
Recrutando dois super-músicos: Tim Bogert no baixo e o lendário Carmine Appice na bateria, eles deixaram apenas um álbum com o nome da banda, que se tornaria algo como um 'cult-album'. A leitura da banda das canções 'Black Cat Moan' e 'Superstition' de Stevie Wonder, foi uma das melhores coisas que Beck já fez. Nesta situação, salta aos ouvidos um grave defeito na carreira de Jeff Beck, e talvez o único: o de não cantar!
Ele até arrisca alguns vocais, mas sabemos que ele se sente melhor 'apenas' dedilhando sua Gibson, ou ultimamente sua Fender.
Depois da 'Beck, Bogert & Appice', Jeff continuou em carreira-solo. Além dos dois grandes álbuns já citados, com a produção de George Martin, Beck teve alguns lampejos dos velhos tempos em discos como 'Flash'(85) e 'Emotion & Commotion'(2010), mas parecendo mais querer apresentar sua técnica do que propriamente 'sentir a música'!
Como alguns artistas de seu naipe, seus melhores trabalhos sempre aparecem em apresentações ao vivo. Atualmente, Jeff Beck é sempre acompanhado pela baixista Tal Wilkenfeld, menina-prodígio do instrumento de quatro cordas, que faz uma base fantástica para os solos arrasadores de Beck.
Eis então, o homem! Todos os ritmos da guitarra em uma pessoa só!!!
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