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quarta-feira, 15 de agosto de 2012
Lembranças a Broad Street! - O Filme!
Em 1983, Paul McCartney vivia uma das melhores fases de sua carreira-solo.
Após descartar a banda Wings em 1981, ele lançara dois grandes álbuns de estúdio. O criativo, ousado e amargurado 'Tug of War', foi sem dúvida um dos melhores trabalhos de sua carreira. Logo depois aparecia 'Pipes of Peace', não tão essencial, feito com algumas sobras do anterior, e participação especial de Michael Jackson.
Ambos venderam muito, além de gerarem dois singles vencedores: 'Ebony and Ivory' (com Stevie Wonder) e 'Say, Say, Say' (com Jackson).
Pois valendo-se deste novo acerto musical, Paul imaginou expandir sua arte para o cinema.
A coisa não era tão simples como Macca pensava, e nem os fracassos do tempo dos Beatles com as filmagens de 'Magical Mystery Tour' e 'Let It Be', lhe serviram de alerta.
O problema já começava no roteiro de 'Give My Regards to Broad Street', claro, escrito pelo próprio McCartney. Ele tratava de um 'rock star' - adivinhem quem -, que tinha suas fitas de gravação surrupiadas, (experiência do próprio Macca com as fitas de 'Band on the Run' na Nigéria), dias antes do prazo final de entregá-las a gravadora. Neste meio-tempo, você assistia ao astro em performances de estúdio, algumas muito boas como 'The Long and Winding' Road', 'For No One' e em clips cuidadosamente ensaiados. Destaque para o clip de 'Balroom Dancing'.
As participações especiais que tentavam dar vida ao roteiro incluíam Ringo Starr e sua esposa Barbara Bach, a própria Linda McCartney e os músicos Eric Stewart, Chris Spedding e Dave Edmunds.
Os atores convidados eram capitaneados por Bryan Brown (como o incauto 'ladrão' das fitas originais), Tracey Ullman e o veterano Ralph Richardson, em uma de suas últimas atuações.
O saldo infelizmente foi negativo para McCartney. Muitos críticos até perguntaram o porquê deste filme. George Harrison, particularmente uma pessoa acostumada com as produções de cinema com sua 'Handmade Films', criticou a Paul por, como de costume, tentar fazer tudo sózinho!
O que ocorreu foi que em princípio, 'Give My Regards...' seria um curta-metragem. Para a função de dirigir este curta, Paul contratou um diretor especializado neste tipo de filmagem, chamado Peter Webb.
Webb, pouco a pouco foi se entusiasmando com o roteiro de Paul, e no final tinha um longa em suas mãos, o que foi motivo de brigas acirradas entre ele e Macca, sempre preocupado com a qualidade e a questão financeira.
Se o filme deixou muito a desejar, a trilha-sonora compensou, em parte, o fiasco. Além das já citadas, também faziam parte dela, 'Yesterday', 'Good Day Sunshine', 'Silly Love Songs', 'So Bad' e 'Eleanor Rigby', além de três composições inéditas de Macca: o rock 'No Values' (Paul sonhou com esta música e com os Rolling Stones a tocando e depois foi se certificar que eles não haviam composto nada parecido), 'Not Such a Bad Boy' e a balada inesquecível de 'No More Lonely Nights', ganhando uma força extra com a guitarra de David Gilmour.
'No More Lonely Nights' também seria lançada em single, e compensaria um pouco dos prejuízos morais e comerciais de Macca!
Não pela primeira vez, e talvez ainda não pela última, Paul McCartney misturava o seu lado condescendente com seu trabalho. Novamente faltou alguém - como após o final dos Beatles - para olhar nos olhos do 'velho Macca' e lhe dizer: "This is muzak to my eyes"!!!
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