Sim, finalmente recebi o livro de Linda McCartney. É simplesmente espetacular!. Ele é composto pela nata das fotos de Linda, escolhidas por Paul e suas filhas Mary e Stella.
Tenho que agradecer ao meu irmão Flávio que me presenteou com este documento imprescindível do século XX. Tanto nas artes - música, principalmente, mas também pintura - como nas suas fotos da natureza, da vida de anônimos e de sua feliz vida doméstica, Linda confirma para mim que é uma das melhores fotógrafas instintivas do planeta.
Todos os cliques parecem ser ao acaso, e ao mesmo tempo, pelo seu olho infalível, tudo fica no lugar certo. Desde a iluminação até sua maneira de deixar os fotografados a vontade, Linda foi única! Como já comentamos aqui neste blog, talvez sua herdeira seja a própria Mary McCartney!
Ah sim, o livro é enorme, tipo 38x27, capa dura, e inclui fotos de seus livros anteriores 'Sixties' (1992) - que já era um clássico - e do póstumo 'Light From Within' (2001).
A introdução, claro, fica a cargo de Paul McCartney, mas também temos textos de Mary e Stella, e também de Martin Harrison e de Annie Leibovitz!!
Publicado em edição especial pela revista 'Rolling Stone' um ranking das 100 melhores composições dos Beatles! Sei que é muito discutível essa escolha, e nem sei qual foi o critério, só sei que concordei com a escolha de 'A Day in the Life' para a nº1!!! Mas tudo é discutível. Se vc me perguntar qual a melhor música deles, a reposta vai variar de acordo com o dia...
A publicação tem introdução de Elvis Costello, e inclui escolhas de John e Paul das melhores canções da banda, além dos melhores momentos de George na guitarra e de Ringo na bateria.
É pra fã nenhum perder. Abaixo relaciono ás 10 melhores:
Como eu poderia faltar neste show do Ringão??? Realmente não tem jeito! Meus ingressos chegaram agora e já estou aquecendo as turbinas! Porém antes, uma pausa para Eric Clapton na FIERGS em 06/10!!
Dá-lhe Ringão!!!
Texto abaixo do livro 'Alto & Bom Som'. Terei mmuuuito mais pra falar depois do dia 10 de novembro! Até lá!!
JOKERMAN
Batizado Richard Starkey e
filho único de uma família de classe baixa de Liverpool, Ringo teve uma
infância difícil. Além de ter nascido em plena segunda guerra mundial, com
Liverpool sendo bombardeada pelos nazistas, seus pais se separaram quando ele
tinha 3 anos. Ele foi criado pela mãe, Elsie, no Dingle, um dos bairros mais
barra pesada da cidade.
Durante a infância,
Ringo enfrentou diversos problemas de saúde, passando mais tempo em hospitais
que em salas de aula. Resultado? Mal foi alfabetizado.
Nesta época, Ringo
desenvolveu uma mania de batucar com os dedos em qualquer superfície
disponível, e seu padrasto, Harry Graves, temendo pelo desgaste dos móveis da
família, resolve lhe comprar a sua primeira bateria.
Foi amor à primeira
vista!
Ringo, que fazia
biscates como barman e entregador para se manter, passa os dias praticando o
novo hobby, que logo se tornaria trabalho.
Em princípio, Ringo se rende ao ritmo inglês dos anos
50, o skiffle, e participa de seu primeiro grupo, o chamado - Eddie Clayton Skiffle Group. A banda não
durou muito, mas, em 1959, Ringo conhece Rory Storm, alcunha de Alan Caldwell,
que liderava alguns amigos na sua paixão por Elvis Presley e cia.
Richard
Starkey logo se tornou ‘Ringo’, graças a sua paixão por ‘rings’(anéis), e ‘star(r)’(estrela). Parecia ser um
nome profético!
Ringo
entra para a banda de Alan, que passa a se chamar Rory Storm & The
Hurricanes.
Com um
som mais voltado para o rock, a nova paixão da garotada, os Hurricanes
excursionam pela Inglaterra e fazem sucesso o suficiente para serem convidados
a se apresentar em Hamburgo, na Alemanha.
Em
Hamburgo, durante a temporada de 1960, Ringo trava conhecimento com outra
bandinha de Liverpool, que ele nunca tinha notado. Eram uns rapazes com um
corte de cabelo diferente, que se vestiam de couro, e se autodenominavam The
Beatles!
John,
Paul e George, que na época tinham a companhia de Stu Sutcliffe e Pete Best na
banda, ficaram impressionados com aquele baterista, que sabia marcar um ritmo
como ninguém mais que eles já tivessem visto.
Após quatro
anos de Hurricanes, Ringo queria experimentar algo novo, e o destino cumpriu o
seu papel.
Em 1962,
os Beatles foram contratados pelo selo Parlophone para gravarem seu primeiro
single. O produtor George Martin não gostou do estilo de Pete Best. A banda,
que já tinha deixado Stu Sutcliffe em Hamburgo, concordou com Martin e procurou
Ringo, que estava disponível.
O
estilo de Ringo combinou, de cara, com o dos outros três. A partir da chegada
dele, a banda engrenou de vez.
Em 1963, Ringo passa a viver o fenômeno que ficou
conhecido como Beatlemania e, em 1964, quando lançam seu primeiro filme, “A Hard Day’s Night” (Os Reis do Ié Ié Ié),
os Beatles se tornam populares no mundo inteiro. O diretor do filme, Richard
Lester, soube aproveitar o talento nato de Ringo para as telas, e ele ‘rouba’
todas as cenas de que participa, com direito a um passeio solitário ao final do
filme, longe dos outros Beatles.
Richie, como era
carinhosamente chamado pelos amigos, era conhecido por ser um cara muito
espirituoso, além de um humorista fantástico - alguns o achavam um palhaço,
outros implicavam com seu nariz enorme – e foi dele a sacada que acabou virando
o título do filme, ao comentar ao final de um dia de filmagem: “Esta é a noite
de um dia dificil”.
Em 1965, Ringo sobe
ao altar com sua namoradinha de infância, Maureen Cox, e é a vez de “Help!” (Socorro)
ser lançado nos cinemas, novamente com Ringo tendo um papel de destaque junto
aos companheiros de banda.
A evolução de Ringo
como baterista é notória a cada álbum lançado pelos Fab Four.
No ano de 1966, os
Beatles decidem parar de fazer turnês. Ringo
concorda em princípio.
Porém, como baterista, sua
participação no estúdio ficava muito restrita, pois ele
não sendo compositor, sua presença só era requisitada na última hora.
No psicodélico verão
de 1967, o disco ‘Sgt Peppers’ é um sucesso mundial, e Ringo se firma como
cantor com a bela With a Little Help From
My Friends, composta especialmente por Lennon & McCartney para sua voz
marcante.
Ele tenta tornar-se
também um compositor como seus parceiros, e no famoso ‘Álbum Branco’, lançado
em 1968, sua canção Don’t Pass Me By
é gravada.
Ainda durante aquele
ano, é lançado o desenho animado “Yellow Submarine”, cuja canção-título também
é interpretada por Starr.
Durante essa fase
particularmente turbulenta da banda devido aos desentendimentos
internos, Ringo serviu muitas vezes de pára-choque, evitando os atritos
entre John e Paul. Ele era aquele cara que todos podiam procurar para desabafar.
Se não fosse Ringo, talvez a banda não tivessechegado tão longe.
Sua última
contribuição como Beatle foi a bem humorada balada Octopus’s Garden, parceria com George Harrison, lançada no álbum de
despedida, “Abbey Road”.
Com o final da
banda, Ringo foi o primeiro a se aventurar em
carreira solo. No início de 1970, é lançado ”Sentimental Journey”, uma coleção
de velhos standards de jazz que sua mãe adorava, e Ringo ouvia quando criança.
Logo a seguir, ele
muda de rumo e reaparece com o álbum “Beaucoups of Blues”, totalmente voltado
para a country-music americana, uma de suas maiores paixões.
Em 1973, Ringo
resolve chamar seus antigos companheiros de grupo para participar de seu novo trabalho
solo. Todos participam com pelo menos uma música. A produção ficaria a cargo de
Richard Perry, experiente produtor norte-americano. O álbum contaria ainda com
as participações de Billy Preston, Klaus Voormann e Marc Bolan. O grupo ‘The
Band’ também faria uma participação especial.
John Lennon compôs
especialmente para Ringo a faixa de abertura, I’m The Greatest. Sem dúvida um dos melhores trabalhos de John na
época, a canção conta a história de Billy Shears, ninguém menos que o alter-ego
de Ringo em Sgt. Pepper’s Lonely Hearts
Club Band. George dá uma canja na guitarra, e Billy Preston toca órgão.
A animada Have You Seen My Baby vem a seguir,
marcada por uma bela guitarra de Marc Bolan.
Photograph é o grande momento do álbum. George e Ringo compuseram em
parceria esta canção que seria lançada em single e atingiria o número 1 nos
EUA. Ringo usa todos os seus dotes vocais, e George ajuda na harmonia, além de
tocar a guitarra solo.
Segue-se o country Sunshine Life for Me, com a participação
do The Band, disparado um dos momentos mais divertidos do disco.
O clima continua
alegre, com outro grande sucesso de Ringo, a agitada You’re Sixteen’, na qual Paul McCartney contribui com uma imitação
de solo de sax inesquecível.
No lado 2, o
destaque fica por conta da balada Six
O’Clock, de Paul, que também toca piano e faz a harmonia juntamente com
Linda McCartney.
Pra encerrar os
trabalhos aparece uma parceria improvável de George Harrison com Mal Evans –
antigo ‘roadie’ dos Beatles – chamada You
and Me (Babe). Ao som desta canção, Ringo vai apresentando e agradecendo os
amigos que tocaram no álbum.
“Ringo” foi gravado
entre março e julho daquele saudoso 1973. Lançado em novembro, o álbum
surpreendeu a quem não esperava mais nada de Ringo Starr. O disco fez uma
trajetória vitoriosa nas paradas americanas e inglesas e continua até hoje como
o mais vendido da carreira de Ringo.
Ringo não desiste
do cinema durante a década de 70 e faz participações em “Candy”, com Marlon
Brando, e no faroeste “Blindman”. No final da década, durante as filmagens de “Caveman”(O
Homem das Cavernas), conhece a atriz Barbara Bach, que viria a ser sua
companheira até os dias atuais.
Nos anos 80, Ringo
volta a se apresentar ao vivo com sua recém-formada ‘All-Starr Band’, um grupo
de amigos cuja formação varia a cada turnê. Passaram pela ‘All-Starr...’ feras
como Billy Preston, Peter Frampton, Rick Danko e Jim Keltner. A banda continua
a reunir-se de tempos em tempos até hoje.
Durante toda sua
carreira solo, Ringo continuou convidando os ex-Beatles para participarem de
seus álbuns, e ele também retribuiu, sendo o único dos quatro a participar de
álbuns dos três ex-parceiros.
Ringo Starr sempre
foi subestimado como participante da melhor banda do mundo. Apesar de seu
estilo peculiar de bater nos tambores, ele era desprezado por muitos por ser
‘apenas’ o baterista da banda, mas a verdade é que ele tinha que conviver com três
gênios egomaníacos, o que não era nada fácil.
John Lennon uma vez
comentou: “Provavelmente os Beatles não teriam tido tanto sucesso sem Ringo.”
Provavelmente nós
não acharíamos o mundo da música tão divertido sem Ringo Starr!
Sim, meus amigos, no 'dia do rock', o folk me pegou!
Penso claro, que ninguém duvida que Paul Simon é gênio! Eu também nunca duvidei disto. Porém, para curtir mesmo o som dele, me parece que você tem de estar com o estado de espírito adequado. E, neste dia 13 de julho, me inspirei e pincei o álbum 'Bridge Over Troubled Water' da dupla Simon & Garfunkel, gravado em 1969, e lançado em janeiro de 1970.
A obra-prima da dupla, foi também seu último disco pra valer de estúdio!
Nesta edição de 40 anos do álbum, remixado e remasterizado, o disco vem acompanhado de um dvd. Este tipo de dvd que acompanha um álbum, geralmente é um pouco pra 'encher linguiça'. Não é o caso!!
O dvd tem duas partes. Na primeira vemos um especial de TV que foi apresentado em 1969 chamado 'Songs of America'. Desde então este especial nunca mais foi reprisado e virou peça de colecionador, com suas preocupações sociais e políticas, e com apresentações raras da dupla na tour de 69!
Na segunda parte, chamada 'The Harmony Game', assistimos a feitura do álbum! É muito legal ouvirmos as opiniões atuais dos envolvidos no projeto em depoimentos esclarecedores sobre o que rolava na época, além de imagens históricas das gravações..
Junto com Simon & Garfunkel, o produtor e engenheiro Roy Halee, dá um banho de conhecimento e simpatia. O cara era um fenômeno na Los Angeles dos anos 60!
A banda? Bem, ela era um caso à parte.
Dela fazia parte a nata dos músicos de estúdio de Los Angeles. Esta 'nata' era conhecida na época como 'The Wrecking Crew', e eles municiavam vários artistas de sucesso, com seus 'toques de gênios'. Roy Halee e Simon, pinçaram desta nata, três músicos fantásticos: Joe Osborn para o baixo, Hal Blake para a bateria, e o tecladista Larry Knechtel!
Knechtel, que depois faria parte da banda 'Bread', era um multi-instrumentista talentosíssimo, que simplesmente criou para Paul Simon o solo de piano da canção 'Bridge Over Troubled Water', com um apelo gospel, que traía as raízes de Larry.
Esta canção, segundo Simon, surgiu do nada. Ele sempre se considerou um compositor lento, mas não desta vez. Ela simplesmente apareceu na sua frente, e ele logo soube que Arty (Garfunkel) deveria cantá-la.
Outra sacada sensacional foi a canção 'El Condor Pasa', que Paul havia conhecido durante uma viagem a Europa, sendo apresentada por um grupo típico peruano. A canção era milenar, de domínio público, mas necessitava de uma letra, que Simon se apressou em compor.
'Cecilia', a mais próxima que eles achavam ser de um sucesso comercial, começou com uma batucada entre amigos na casa de Simon em L.A.
Paul Simon residia naquele tempo em Blue Jay Way! Algum beatlemaníaco de plantão???
Como um 'sketch', surge uma música tradicional dos 'Everly Brothers', de quem S&G eram fãs: 'Bye, Bye Love'. A novidade é que o produtor Halee, junto com Simon, resolveu gravar as palmas e a euforia da plateia de uma apresentação deles ao vivo, e depois acrescentar os vocais.
Outro clássico foi 'The Boxer', com seu coro gravado em uma igreja, pela dupla, para aproveitar toda a acústica do local. Aliás, o que não falta no álbum é ousadia, principalmente nos locais de gravação da bateria, e também nos vocais, que foram gravados até em câmaras de eco!!
Outra curiosidade é que o produtor Halee, reportou-se diretamente ao presidente da CBS, para mostrar as dificuldades de uma gravação em 4 canais, levando-o ao estúdio de gravação. O resultado foi que o 'chefão' liberou imediatamente uma mesa de 16 canais em que o álbum foi finalmente concluído!
A lista de músicas clássicas é interminável, mas só vou citar mais duas: 'The Only Living Boy in New York', dedicada por Simon a seu eterno parceiro Arty! E, claro, 'Song for the Asking', que segundo Garfunkel é o autor de peito aberto, e sem dúvida uma declaração de amor de Paul Simon a todos seus fãs!
Paul Simon continuaria sua carreira-solo com enorme sucesso como mostram seus trabalhos ''Still Crazy After All These Years' e 'Graceland'. Apesar da qualidade desses álbuns, alguma magia se perdeu ao longo da estrada.... Bem, aqui está um pouco dela:
Na madrugada de 03 de julho de 1971, o cantor da banda 'The Doors', poeta, escritor e cineasta James Douglas Morrison foi encontrado - segundo a resenha oficial - sem vida na banheira de seu apartamento em Paris que ele dividia com sua companheira Pamela Courson.
Morrison estava há 3 meses na França, procurando provavelmente por novos ares, e esquecer a badalação do grupo que ele havia criado e que tinha se tornado muito maior que suas expectativas.
Sim, aquele rapaz de agora 27 anos, sempre fora tímido, um poeta que talvez sem querer tenha enveredado pelo mundo da música!
Jim morreu? Qual a causa? Ataque cardíaco? Overdose? Assassinato?
Ou não morreu? Quem sabe ele apenas quis apagar sua vida pregressa, ser apenas mais um poeta obscuro ou quem sabe até como um de seus mentores, partiu clandestinamente para a Abissínia e passou a traficar armas?
Pamela Courson foi a única pessoa que testemunhou que seu corpo estava na banheira do apartamento - e não testemunhará mais, porque morreu 3 anos depois em 1974. Seus restos mortais, segundo consta, estão enterrados no cemitério Père-Lachaise em Paris. Estamos carecas de saber disso...??? Ele é vizinho de Chopin, Oscar Wilde e outros menos votados...???
Jim Morrison, pode ter sido apenas mais uma vítima dos anos 60, tipo: 'viva intensamente e morra jovem', como Jimi Hendrix, como Janis Joplin e como seu amigo Brian Jones! Quem sabe?
O que ás vezes me chateia é que as pessoas lembrem-se de Jim apenas pelo filme 'The Doors' de Oliver Stone, inspirado no infame livro 'No One Here Gets Out Alive', de Jerry Hopkins e Danny Sugerman, que reduziu Jim à apenas um cantor medíocre, drogado e bebum, numa banda de gente talentosa!
Nada mais longe da realidade. Morrison criou e manteve a banda unida e bem sucedida graças a sua poesia. Alguém duvida? Houve algum resquício de sucesso dos Doors após Jim?
Jim Morrison, o poeta, o cantor, o artista pode estar morto ou vivo, não me interessa. Seu legado, podemos dizer que este sim, será eterno!