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quarta-feira, 27 de julho de 2011

Ringo Starr - em POA - 10/11/2011



Como eu poderia faltar neste show do Ringão??? Realmente não tem jeito! Meus ingressos chegaram agora e já estou aquecendo as turbinas! Porém antes, uma pausa para Eric Clapton na FIERGS em 06/10!!

Dá-lhe Ringão!!!

Texto abaixo do livro 'Alto & Bom Som'. Terei mmuuuito mais pra falar depois do dia 10 de novembro! Até lá!!



                                                                     JOKERMAN

                Batizado Richard Starkey e filho único de uma família de classe baixa de Liverpool, Ringo teve uma infância difícil. Além de ter nascido em plena segunda guerra mundial, com Liverpool sendo bombardeada pelos nazistas, seus pais se separaram quando ele tinha 3 anos. Ele foi criado pela mãe, Elsie, no Dingle, um dos bairros mais barra pesada da cidade.
Durante a infância, Ringo enfrentou diversos problemas de saúde, passando mais tempo em hospitais que em salas de aula. Resultado? Mal foi alfabetizado.
Nesta época, Ringo desenvolveu uma mania de batucar com os dedos em qualquer superfície disponível, e seu padrasto, Harry Graves, temendo pelo desgaste dos móveis da família, resolve lhe comprar a sua primeira bateria.
Foi amor à primeira vista!
Ringo, que fazia biscates como barman e entregador para se manter, passa os dias praticando o novo hobby, que logo se tornaria trabalho.

Em princípio, Ringo se rende ao ritmo inglês dos anos 50, o skiffle, e participa de seu primeiro grupo, o chamado  - Eddie Clayton Skiffle Group. A banda não durou muito, mas, em 1959, Ringo conhece Rory Storm, alcunha de Alan Caldwell, que liderava alguns amigos na sua paixão por Elvis Presley e cia.
Richard Starkey logo se tornou ‘Ringo’, graças a sua paixão por ‘rings’(anéis), e ‘star(r)’(estrela). Parecia ser um nome profético!
Ringo entra para a banda de Alan, que passa a se chamar Rory Storm & The Hurricanes.
Com um som mais voltado para o rock, a nova paixão da garotada, os Hurricanes excursionam pela Inglaterra e fazem sucesso o suficiente para serem convidados a se apresentar em Hamburgo, na Alemanha.
Em Hamburgo, durante a temporada de 1960, Ringo trava conhecimento com outra bandinha de Liverpool, que ele nunca tinha notado. Eram uns rapazes com um corte de cabelo diferente, que se vestiam de couro, e se autodenominavam The Beatles!
John, Paul e George, que na época tinham a companhia de Stu Sutcliffe e Pete Best na banda, ficaram impressionados com aquele baterista, que sabia marcar um ritmo como ninguém mais que eles já tivessem visto.


Após quatro anos de Hurricanes, Ringo queria experimentar algo novo, e o destino cumpriu o seu papel.
Em 1962, os Beatles foram contratados pelo selo Parlophone para gravarem seu primeiro single. O produtor George Martin não gostou do estilo de Pete Best. A banda, que já tinha deixado Stu Sutcliffe em Hamburgo, concordou com Martin e procurou Ringo, que estava disponível.
O estilo de Ringo combinou, de cara, com o dos outros três. A partir da chegada dele, a banda engrenou de vez.
Em 1963, Ringo passa a viver o fenômeno que ficou conhecido como Beatlemania e, em 1964, quando lançam seu primeiro filme, “A Hard Day’s Night” (Os Reis do Ié Ié Ié), os Beatles se tornam populares no mundo inteiro. O diretor do filme, Richard Lester, soube aproveitar o talento nato de Ringo para as telas, e ele ‘rouba’ todas as cenas de que participa, com direito a um passeio solitário ao final do filme, longe dos outros Beatles.
Richie, como era carinhosamente chamado pelos amigos, era conhecido por ser um cara muito espirituoso, além de um humorista fantástico - alguns o achavam um palhaço, outros implicavam com seu nariz enorme – e foi dele a sacada que acabou virando o título do filme, ao comentar ao final de um dia de filmagem: “Esta é a noite de um dia dificil”.

Em 1965, Ringo sobe ao altar com sua namoradinha de infância, Maureen Cox, e é a vez de “Help!” (Socorro) ser lançado nos cinemas, novamente com Ringo tendo um papel de destaque junto aos companheiros de banda.
A evolução de Ringo como baterista é notória a cada álbum lançado pelos Fab Four.
No ano de 1966, os Beatles decidem parar de fazer turnês. Ringo concorda em princípio. Porém, como baterista, sua participação no estúdio ficava muito restrita, pois ele não sendo compositor, sua presença só era requisitada na última hora. 


No psicodélico verão de 1967, o disco ‘Sgt Peppers’ é um sucesso mundial, e Ringo se firma como cantor com a bela With a Little Help From My Friends, composta especialmente por Lennon & McCartney para sua voz marcante.
Ele tenta tornar-se também um compositor como seus parceiros, e no famoso ‘Álbum Branco’, lançado em 1968, sua canção Don’t Pass Me By é gravada.
Ainda durante aquele ano, é lançado o desenho animado “Yellow Submarine”, cuja canção-título também é interpretada por Starr.
Durante essa fase particularmente turbulenta da banda devido aos desentendimentos internos, Ringo serviu muitas vezes de pára-choque, evitando os atritos entre John e Paul. Ele era aquele cara que todos podiam procurar para desabafar. Se não fosse Ringo, talvez a banda não tivessechegado tão longe.  
Sua última contribuição como Beatle foi a bem humorada balada Octopus’s Garden, parceria com George Harrison, lançada no álbum de despedida, “Abbey Road”.

Com o final da banda, Ringo foi o primeiro a se aventurar em carreira solo. No início de 1970, é lançado ”Sentimental Journey”, uma coleção de velhos standards de jazz que sua mãe adorava, e Ringo ouvia quando criança.
Logo a seguir, ele muda de rumo e reaparece com o álbum “Beaucoups of Blues”, totalmente voltado para a country-music americana, uma de suas maiores paixões.


Em 1973, Ringo resolve chamar seus antigos companheiros de grupo para participar de seu novo trabalho solo. Todos participam com pelo menos uma música. A produção ficaria a cargo de Richard Perry, experiente produtor norte-americano. O álbum contaria ainda com as participações de Billy Preston, Klaus Voormann e Marc Bolan. O grupo ‘The Band’ também faria uma participação especial.
John Lennon compôs especialmente para Ringo a faixa de abertura, I’m The Greatest. Sem dúvida um dos melhores trabalhos de John na época, a canção conta a história de Billy Shears, ninguém menos que o alter-ego de Ringo em  Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band. George dá uma canja na guitarra, e Billy Preston toca órgão.
A animada Have You Seen My Baby vem a seguir, marcada por uma bela guitarra de Marc Bolan. 
Photograph é o grande momento do álbum. George e Ringo compuseram em parceria esta canção que seria lançada em single e atingiria o número 1 nos EUA. Ringo usa todos os seus dotes vocais, e George ajuda na harmonia, além de tocar a guitarra solo.
Segue-se o country Sunshine Life for Me, com a participação do The Band, disparado um dos momentos mais divertidos do disco.
O clima continua alegre, com outro grande sucesso de Ringo, a agitada You’re Sixteen’, na qual Paul McCartney contribui com uma imitação de solo de sax inesquecível.
No lado 2, o destaque fica por conta da balada Six O’Clock, de Paul, que também toca piano e faz a harmonia juntamente com Linda McCartney.
Pra encerrar os trabalhos aparece uma parceria improvável de George Harrison com Mal Evans – antigo ‘roadie’ dos Beatles – chamada You and Me (Babe). Ao som desta canção, Ringo vai apresentando e agradecendo os amigos que tocaram no álbum.
“Ringo” foi gravado entre março e julho daquele saudoso 1973. Lançado em novembro, o álbum surpreendeu a quem não esperava mais nada de Ringo Starr. O disco fez uma trajetória vitoriosa nas paradas americanas e inglesas e continua até hoje como o mais vendido da carreira de Ringo.


Ringo não desiste do cinema durante a década de 70 e faz participações em “Candy”, com Marlon Brando, e no faroeste “Blindman”. No final da década, durante as filmagens de “Caveman”(O Homem das Cavernas), conhece a atriz Barbara Bach, que viria a ser sua companheira até os dias atuais.
Nos anos 80, Ringo volta a se apresentar ao vivo com sua recém-formada ‘All-Starr Band’, um grupo de amigos cuja formação varia a cada turnê. Passaram pela ‘All-Starr...’ feras como Billy Preston, Peter Frampton, Rick Danko e Jim Keltner. A banda continua a reunir-se de tempos em tempos até hoje.

Durante toda sua carreira solo, Ringo continuou convidando os ex-Beatles para participarem de seus álbuns, e ele também retribuiu, sendo o único dos quatro a participar de álbuns dos três ex-parceiros.
Ringo Starr sempre foi subestimado como participante da melhor banda do mundo. Apesar de seu estilo peculiar de bater nos tambores, ele era desprezado por muitos por ser ‘apenas’ o baterista da banda, mas a verdade é que ele tinha que conviver com três gênios egomaníacos, o que não era nada fácil.

John Lennon uma vez comentou: “Provavelmente os Beatles não teriam tido tanto sucesso sem Ringo.”
Provavelmente nós não acharíamos o mundo da música tão divertido sem Ringo Starr!



2 comentários:

Debbie disse...

Quanta coisa bacana num só texto que nos mostra um pouco mais daquele que talvez seja o Beatle menos conhecido!
O show será histórico, né?

Eduardo Lenz de Macedo disse...

Para mim e para os 'beatlemaníacos de carteirinha' será sim um show histórico, Debbie! Ele e o Paul são os únicos dois ex-Beatles vivos, então não dá para perder!
Obrigado pelas tuas palavras!