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quinta-feira, 4 de abril de 2013

Mr. Eric Clapton - 'Old Sock'!




Tenho ouvido muitas críticas negativas ao último disco de Mr. Eric Clapton lançado mês passado no mundo todo.
Confesso que não entendo as pessoas que criticam os trabalhos de figuras como ele, Paul McCartney, Bob Dylan, etc... O que mais esperam deles??

Clapton sempre foi uma pessoa que procurou evoluir em sua música, e na sua própria vida.
Do guitarrista que tocava 'blues puro' com os 'Yardbirds' (saiu porque a banda estava ficando comercial), e com os 'Bluesbreakers' de John Mayall, Clapton decidiu arriscar e montar um 'power trio' com Jack Bruce e Ginger Baker, o famoso 'Cream'!
A partir daí ele começaria a misturar o bom e velho rock e a compor e cantar, coisa que anteriormente não ousava.
No início de sua carreira-solo, ele enveredou por um lado mais swingado em álbuns como '461 Ocean Boulevard' e 'There's One in Every Crowd''. Muitos já não o entendiam. Queriam de volta o 'deus' da guitarra!!


As pessoas mudam e evoluem, Clapton é o melhor exemplo.
Em seus últimos trabalhos, ele já vinha mostrando sinais de que sua paixão passou a ser o jazz. Mas jazz ao estilo de Clapton.
Álbuns como 'Back Home' (2005), mais pesado, e 'Clapton' (2010) já delineavam com clareza a nova investida jazzistica de EC. Esta proposta chegou ao auge, quando EC se juntou a Wynton Marsalis e sua banda, para shows ao vivo que resultou no brilhante 'Play the Blues', um dos melhores álbuns de 2011!

Neste seu novo trabalho, 'Old Sock', EC faz uma mescla de canções que lhe caem bem aos ouvidos. Nada radical, porém o foco aqui passou a ser a  harmonia, o vocal, o trabalho em conjunto, a música, enfim, e não as guitarras!
Claro que Mr. Clapton não dispensa seus solos, mas eles soam deveras contidos.

Sua escolha de repertório varia de clássicos dos anos 30, como 'The Folks Who Live on the Hill' de Hammerstein e 'Goodnight Irene' de Lead Belly, passando por country-music, com a bonita 'Born to Lose', composta em 1943, e chegando a um território bem conhecido de EC, o reggae de Peter Tosh em 'Till Your Well Runs Dry'.


Há convidados importantes no disco: Taj Mahal compôs, toca banjo e faz harmonia com Clapton na música de abertura 'Further On Down the Road', também em ritmo de reggae. Seu amigo J.J. Cale, parceiro do disco 'The Road to Escondido' em 2006, volta a acompanhar Clapton em 'Angel', uma canção sua de 1981.
A parceria mais importante porém, foi com Paul McCartney, que acompanha o vocal de EC em 'All of Me', além de tocar baixo acústico, os dois super contidos.

Surpresas no repertório? Acho que não. Talvez 'Still Got the Blues' de Gary Moore, tocada de forma emocional, mas ao mesmo tempo austera. Ela tem um belo arranjo de cordas, e um órgãozinho maneiro tocado por Steve Winwood.
 Gostei muito de 'Your One and Only Man' de Otis Redding, na qual EC se solta mais, mas sempre com o reggae em vista.
Canções novas? Apenas duas. Ambas de seu 'aluno' Doyle Bramhall II: 'Gotta Get Over', muito legalzinha, com Chaka Khan acompanhando nos vocais e 'Every Little Thing' (não é a dos Beatles)!!

Mr. Eric Clapton encerra os trabalhos com outro standard: 'Our Love is Here to Stay' de George Gerhwin, deixando claro que este será o seu caminho daqui pra frente, até a aposentadoria, que, segundo ele, será daqui a dois anos apenas.


Tudo pode mudar! Como EC está sempre evoluindo, podemos também esperar mudanças significativas de uma hora para outra! As capas externas e internas do álbum sugerem uma eterna e inexorável mudança do tempo. Clapton pensa em sua música e em si mesmo deste mesmo jeito? Pode ser!

Atualmente, Clapton encontra-se em plena turnê norte-americana, e já está se preparando para a 4ª edição do 'Crossroads Guitar Festival 2013', em 12 e 13 de abril no Madison Square Garden, já com lotação esgotada. Este festival que acontece de 3 em 3 anos, tem toda sua renda destinada para 'Crossroads Foundation'. Esta ONG bancada por EC auxilia os ex-viciados em drogas e álcool.

Vida longa ao 'slowhand'!!!      



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