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domingo, 2 de junho de 2013

Roy Buchanan - O 'Feeling' da Guitarra!




Roy Buchanan, americano do Arkansas, nunca foi um guitarrista conhecido do grande público. Filho de um pastor, a religião teria uma forte influência em sua formação blueseira. Menino-prodígio da guitarra, já tocava seu violão aos 5 anos de idade.
Quando o rock'n'roll surgiu na vida de Roy, no final dos anos 50, ele resolveu encarar a estrada. Sua educação rígida, logo entraria em conflito com a vida de guitarrista itinerante.
Ele formaria em 1960 a banda The Hawks com o canadense Ronnie Hawkins, cujo baixista se chamava Robbie Robertson. Este grupo, mais tarde, evoluiria para o aclamado The Band, já sem a presença de Roy.

Na estrada, Buchanan não se segurava. Bebia pesado, e usava drogas de todos os tipos. Sempre em conflito consigo mesmo, Roy cansou desta vida, e em 1963 se casou com Judy, sua única esposa.
Seu estilo único de tocar guitarra chamou a atenção de gente como Eric Clapton e Jimmy Page. Robbie Robertson, claramente o imitava em seu trabalho na The Band. Roy foi então convidado a gravar.

Infelizmente seu estilo não se adaptava aos estúdios de gravação. Ele queria sempre impor suas próprias composições e sua técnica diferente. Roy não gostava de cantar, o que aumentava a rejeição das gravadoras.
Mesmo com todos os problemas, álbuns como 'Roy Buchanan' (1972), 'Second Album' (1973) e 'In The Beginning' (1974), compõe uma belo retrato sonoro do estilo inovador de Roy com sua inseparável Fender Telecaster.


O verdadeiro Roy Buchanan aparecia nas apresentações ao vivo. Ver o álbum 'Live Stock' (1975). Quando carinhas como Jeff Beck ouviam Roy dedilhar sua Tele em músicas como 'Sweet Dreams', sentiam que estavam presenciando algo único.
Aliás, em 1975 Beck homenageou Roy, dedicando a ele a canção 'Cause We've Ended as Lovers', composta por Stevie Wonder!
As gravações continuavam a não satisfazer o perfeccionismo de Buchanan que trocou de gravadora, passando da Polydor para a Atlantic. Na Atlantic, ele lançou dois álbuns interessantes: 'A Street Called Straight' (1976) e 'You're Not Alone' (1978), mas sempre com pouca repercussão.
Com problemas financeiros, agravados por suas bebedeiras e vícios diversos, seu estilo de vida começou a cobrar seu preço, fazendo com que sua guitarra ás vezes ficasse em segundo plano.

Em um último esforço, Roy gravou três álbuns para o selo Alligator, em que finalmente os resultados o deixaram satisfeito. 'When a Guitar Plays the Blues' (1985), 'Dancing on the Edge' (1986) e 'Hot Wires' (1987), mostram um guitarrista maduro, mas com seu feeling de garoto do Arkansas ainda intocado.


Em agosto de 1988, no interior da Virginia, Buchanan foi preso na madrugada por bebedeira e desordem. Ao amanhecer estava morto. Ele teria supostamente cometido suicídio, enforcando-se na cela. Os amigos que viram seu corpo notaram vários hematomas, e acusaram os policiais da Viginia, famosos por sua truculência. Nada ficou provado.
Perdemos assim, o 'melhor guitarrista desconhecido' do mundo!

Em rara entrevista, tentando explicar seu talento, Roy comentou: "Acho que é o feeling, o sentimento que ponho nas coisas. Existem vários guitarristas mais técnicos que estão no rádio todo dia, mas quando as pessoas me ouvem no rádio, elas sabem imediatamente que sou eu. É o feeling e a simplicidade".

Feeling e simplicidade de um cara único, chamado Roy Buchanan!!!