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quinta-feira, 21 de março de 2013

Como Tudo Começou!



O dia 22 de março de 1963, ficará para sempre gravado na história musical do planeta. Nesta data, Paul McCartney, Ringo Starr, John Lennon e George Harrison lançavam seu primeiro LP!
Os carinhas já haviam estreado em 1962 com dois singles: 'Love Me Do/P.S. I Love You' e 'Please Please Me/Ask Me Why', mas agora a coisa era prá valer!

Produzido em apenas um dia (11 de fevereiro), o álbum 'Please Please Me' foi gravado em meros dois canais, que era a 'alta tecnologia' dos estúdios EMI da época.
O produtor George Martin fez o possível para reproduzir o som deles como era ouvido ao vivo no 'Cavern Club'! Assim, apesar de sua pouca experiência em estúdio, os rapazes se sentiram à vontade, e a maioria da canções foi gravada  em apenas um 'take'.
Martin, no início, procurava por um líder e um cantor principal para a banda. Ele ficou na dúvida entre John e Paul.
O destino se encarregou de  mostrar a Martin, que os Beatles funcionavam melhor como conjunto! Apesar do vocal de Lennon prevalecer nos primeiros álbuns do grupo, o início arrasador do disco cabe a Paul McCartney, com o rock estonteante e inovador chamado 'I Saw Her Standing There'.
Ao comando de 'one, two, three, four...' de McCartney, até a o último acorde da guitarra de George em 'Twist and Shout', os Beatles começavam a mostrar aos ingleses, e depois ao mundo todo, como a música funcionaria a partir daquele momento.


McCartney, em sua formação musical, gostava de rock e de baladas, seus ídolos eram Elvis Presley, Buddy Holly e Little Richard. Seu vocal, quando se inspirava em Richard, era perfeito para rockões como a faixa de abertura. A harmonia vocal dos caras, que sobressai nessa canção, também sempre foi um ponto alto da banda. E estamos falando de 1963, quando eles nem haviam ouvido ainda os 'Beach Boys', que seriam outra grande inspiração para as harmonias.

Os Beatles queriam aproveitar seu material do 'Cavern' para este disco, então esta foi uma das poucas vezes que eles utilizariam seus singles já lançados para completar um álbum.
Temos então presente no LP, ás já citadas 'Love Me Do', a primeira música escolhida por eles para uma gravação, e 'P.S. I Love You', ambas com o vocal de Paul.
A balada mais adocicada de McCartney - que seria outra marca registrada da banda - foi a cover de 'A Taste of Honey', sucesso dos Beatles desde o tempo de Hamburgo.

O trabalho conjunto dos Beatles, exigia que todos cantassem ao menos uma música. Era assim nas apresentações e seria assim nos discos futuros.
Ringo Starr, era conhecido por ter uma voz 'maneira', apesar de não ter muito alcance vocal, e além disso ele era idolatrado em Liverpool, por entre outras coisas, sua técnica estranha de tocar bateria. Era necessário então que Ringo tivesse seu espaço como solista. A escolhida para ele foi 'Boys' do grupo feminino americano The Shireless, de quem a banda era fã.


Aqui faz-se necessário comentar a enorme influência da música americana na formação dos caras. Não apenas Elvis (que John e Paul adoravam), Carl Perkins e Chet Atkins (ídolos de George), mas principalmente a música negra. Coisas da gravadora Motown. Ray Charles e Stevie Wonder, os grupos femininos de rhythm & blues e soul, o próprio blues, e o country (Ringo era fã), tudo isso marcou muito os rapazes.
Harrison, no início da banda, queria se dedicar mais a seus solos e acompanhamentos de guitarra. Então John compôs especialmente para seu vocal a balada 'Do You Want to Know a Secret?', já neste tempo inspirada em Lewis Carrol. Outro ponto alto no começo da banda, era quando George fazia harmonia com Paul para os vocais de John, ou numa ocasião rara, quando ele mesmo acompanhou Lennon em 'Baby It's You', um grande momento do disco.

A participação de John Lennon neste primeiro trabalho, fez muita gente imaginar que ele seria o 'solista' do conjunto. Sua voz afiada, principalmente em 'Misery' (junto com Paul), na já citada 'Please Please Me', e, principalmente na cover de 'Anna (Go to Him)' e no final épico com 'Twist and Shout', - sua voz estava no limite, após horas gravando, mas ele se entregando de corpo e alma à musica, - ajudaram a fazer deste álbum uma das maiores estreias em LP de uma banda de rock.

Os Beatles eram ainda pouco conhecidos. Este seu primeiro álbum os tornariam famosos no Reino Unido. Isto era apenas o início. O melhor ainda estava por vir!



quinta-feira, 7 de março de 2013

Uma Aula!!




Pois é, amigos. O Elton John arrasou em Porto Alegre.

Muitas coisas contribuíram para que o show desse certo, na minha opinião. Primeiro a acústica do Estádio do Zequinha, que surpreendeu. Ao menos para quem estava próximo ao palco, ela foi perfeita. O tempo que estava chuvoso, ficou bom perto da hora do show. A Vip Lounge, que se não foi uma maravilha, pelo menos não me deixou de mau-humor. E o principal, claro, o senhor Reginald Kenneth Dwight, 65 anos, mais conhecido como Elton John, estava animado!

Eu não havia gostado da voz desse cara no show de São Paulo, mas ao vivo.... Foi de arrepiar. O piano parece o mesmo da década de 70, matador. Alie-se a isto, um equipamento de primeira, uma banda super-competente, cujo destaque são os remanescentes dos primeiros discos de Elton: o baterista Nigel Olsson e o guitarrista - que guitarra - Davey Johnstone, e você tem uma aula de música!!!


Não precisou pirotecnia, não precisou efeitos especiais. Elton nem falou muito, além dos 'Boa Noites' e 'Obrrrigados' - apesar de levantar toda hora do piano para 'provocar' a galera. Não precisava mais nada mesmo!

Ás 21.10 mins., aos primeiros acordes de 'The Bitch is Back', o cara começou a conquistar o público presente. Quase lotado, diga-se de passagem.
Aí desfilaram 'Benny and The Jets', 'Grey Seal', ambas do álbum antológico 'Goodbye Yellow Brick Road', que ganhou destaque no show!
Gostei muito de 'Levon', com EJ atacando a música sózinho ao piano. Os dois telões instalados no 'Zequinha', deram uma amostra de sua técnica ímpar nos teclados.
A parte que eu mais esperava, e que me deixou emocionado, foi seu tributo inesquecível a Norma Jeane, em 'Candle in the Wind'. Essa canção, pra mim, nunca envelheceu. É bom não esquecermos aqui a imensa contribuição do letrista Bernie Taupin, para a carreira de Elton John. Sem ele, não sei se EJ chegaria onde chegou.


Outro ponto alto, foi como eu esperava, a suíte 'Funeral For a Friend'! A banda deslanchou de vez, e nós embarcamos numa viagem pelo mundo do rock progressivo anos 70! Aí o carinha esnoba, e entra logo depois num clima jazzy, com 'Honky Cat', do grande álbum Honky Château. Nesse momento eu tive que comentar com meus amigos presentes no show: 'o cara passeia por todos os ritmos...' Uma verdadeira e legítima aula!!!
Falando em Honky Château, não poderia faltar 'Mona Lisas and Mad Hatters'! Eu adorei, parece que tem gente que não conhece ela direito.... Fazer o quê???

'Skyline Pigeon' era obrigatória! Eu deveria ter 11 ou 12 anos quando a ouvi no rádio pela primeira vez! EJ parece curtir tocá-la ainda, isso que eu acho importante. Ele não se envergonha do seu passado!


As baladas continuaram com 'Daniel', "Believe' (com corações vermelhos na plateia) e 'Sad Songs'. De seu recente álbum em dupla com Leon Russell chamado 'The Union', surgiu 'Hey Ahab', muito legal, mas que poucos se ligaram.
 As mais agitadas foram chegando. Vibrei com a homenageada pela turnê, (40 anos de) 'Rocket Man', 'Crocodile Rock', 'I'm Still Standing' e 'Saturday's Night Alright for Fighting'.    

Ok, pessoal, o espetáculo estava acabando! Quase!! Faltava aquela....
EJ saiu e voltou para encerrar com 'Your Song'!!!
Não preciso dizer mais nada. Com isso ele satisfez a vontade das pessoas que conhecem sua música!!

Um dos melhores shows que já vi!!!